Para que os pensamentos não se percam no éter, e o fumo do pensamento não ande por aí espalhado.

31 dezembro 2012

2012, o fim do…ano

Um ano que chega ao fim, e posso dizer que, da parte que me toca, foi um excelente ano. Como todos os anos teve altos e baixos, mas a nota final é que deveria ser um ano para ser repetido.

De um início atribulado com a situação de desemprego, à semelhança de tantas outras pessoas, acabou, pela segunda vez na minha vida, por ser uma verdadeira bênção. Deu-me tempo para preparar o melhor dia da minha vida, bem como estar devidamente relaxado na viagem maravilhosa que se seguiu.

Veio o regresso ao mercado de trabalho com todas as suas atribulações, e posteriormente a mudança para uma melhor oportunidade.

Aconteceu o primeiro Natal numa nova realidade, que se pretende por muitos e longos anos, mas sempre perto de quem mais queremos.

E mesmo com todas as notícias da crise que nos levam a fazer uma melhor gestão dos recursos disponíveis, posso afirmar que o ano de 2012, não trouxe o fim do mundo, mais uma vez, mas para mim trouxe aquele que espero ser o início de um ano ainda melhor.

24 dezembro 2012

Um Natal diferente

Este Natal será diferente. Porque a vida mudou e com isso mudam as tradições. Porque é importante estar com a nova família que este ano começou. É o primeiro Natal na nova vida.

Mas onde quer que passe o Natal, todos os que me são queridos o passam comigo. No meu coração, cabem todos, onde quer que estejam. Mesmo os que não podem estar em casa com a família nesta noite em que a família toma maior importância. Eu estarei com eles e eles estarão comigo.

Porque o Natal é estar com quem mais se gosta, e essa parte da tradição nao mudará nunca.

A todos um Feliz e Santo Natal!

17 dezembro 2012

Um protesto imaginativo

Corre por aí um protesto imaginativo que invoca aos portugueses para desligarem os televisores quando o nosso Primeiro-Ministro estiver a dar a mensagem de Natal.

Eu só pergunto, mas que raio de estupidez é esta?

Quem não quiser ouvir o discurso tem muito bom remédio: pode simplesmente mudar para um dos mais de 70 canais que tem em casa, pode simplesmente ir dar uma volta até à cozinha buscar uns amendoins para roer enquanto se vê o Natal na Casa dos Segredos, ou ir à casa de banho.

A única vantagem que há em desligar o televisor é poupar uns trocos na conta da electricidade, e uns neurónios, desde que esta se mantenha desligada nas horas seguintes.

27 novembro 2012

Tempos de mudança

Há uns tempos atrás, não muito, se aparecessem poucos jogadores para a bola, os que apareciam jogavam na mesma. Corria-se muito, cansava-mo-nos bastante, mas divertia-mo-nos imenso. Chegava a casa no final do jogo com um sorriso enorme de alívio do stress e do esforço feito.

Agora, não aparecendo jogadores suficientes para os mínimos, já não se joga. Faz-se os possíveis para cancelar o jogo sem ter de pagar o dia, salvando-se assim algo pela deslocação. O dinheiro passou a ter mais importância que o divertimento. Outros tempos…

26 novembro 2012

Essência do Gourmet 2012

Decorreu no Porto no passado fim de semana, a edição 2012 da Essência do Gourmet. Numa altura em que a culinária está tão na moda, não podia perder mais esta oportunidade de conhecer o evento. Com o pequeno extra de se passar no maravilhoso Palácio da Bolsa, que na generalidade dos dias tem grande parte das salas fechadas.

Logo à entrada, e com desconto no bilhete por ter ido de metro, oferecem-nos um avental. Já que as mostras de culinária são bastante interativas, não nos vamos querer sujar. E antes de passar para a ação propriamente dita, a passagem obrigatória pela mostra de produtores nacionais, com os seus produtos gourmet, alguns tão recentes que não se encontram nas lojas. Desde os doces, os enchidos, os queijos, os chocolates, passando claro está, pelo vinho.

No salão principal, encontramos 9 espaços separados, cada um deles patrocinado por uma marca, onde os chefes vão apresentar (e ensinar) os seus truques e iguarias. Com o alongar do dia, mais e mais gente se acumula nos pequenos espaços, pelo que às vezes torna-se complicado de ouvir e ver o que se passa por detrás da bancada que nos separa do chefe. Felizmente, todos eles são bastante simpáticos e acessíveis, e respondem às questões que o público coloca.

No final, prova-se o prato que se preparou, em forma de petisco, já que tem que ser divido por toda a gente que o queira provar (mesmo os que não assistiram à sua confecção). Mas entre uma prova aqui e outra acolá, acabamos por matar a fome, de uma forma como o gourmet se costuma apresentar: saboroso e em pequena quantidade.

Ao fim do dia, tempo para assistir sentados a uma mostra de cozinha, bem, chamo-lhe moderna para ser simpático, numa palestra que mais parecia uma sessão filosófica que uma mostra culinária. E apresentarem um prato de carne de porco à alentejana sem carne e sem batatas fritas (o que sobra: amêijoas), digamos que é preciso ter inalado bastantes fumos tóxicos do fogão a gás.

Salva-se a belíssima apresentação da chefe Justa Nobre, que com o seu cozinhar a olho fez em pouco tempo 4 deliciosos petiscos para deleite do público presente.

DSC02563

O Palácio da Bolsa, no Porto.

DSC02571

Bacalhau confitado com puré de castanhas.

DSC02577

O salão principal, onde toda a ação decorria.

DSC02585

Naco de atum com espinafres e molho de citrinos.

DSC02590

Bife Wellington com pasta de cogumelos, queijo da serra e mel.

DSC02597

O lindíssimo salão árabe do palácio.

DSC02604

Carne de porco à alentejana, versão moderna. Alguém me diz onde está a carne?

DSC02611

O quase-grande chefe.

22 novembro 2012

A moda da culinária

Há uma quantidade enorme de programas de culinária na televisão. Desde o Top Chef, versão tuga, até às sucessivas reposições dos MasterChefs de todo o mundo, e até canais dedicados à culinária. Sem qualquer depreciação, a culinária está na moda. E eu estou rendido.

Vejo sempre que posso esses programas, e curiosamente, apesar de não ser seguidor das versões portuguesas, tenho-me cruzado com alguns dos chefes participantes nos vários programas. O principal desta loucura toda, é que me tornei não só um melhor cozinheiro, como também um melhor apreciador de comida.

Não pretendo nem quero ser chefe de cozinha. Mas quando tenho tempo gosto de me dedicar a inventar coisas novas e até a misturar sabores. Mas nunca a entrar em demasiadas inovações que descaracterizem completamente o prato. E até me ajeito no empratamento.

Quando vou a um restaurante, estou mais receptivo a experimentar coisas novas. Sei que sou esquisito no comer, sempre fui, e às vezes o experimentar o que não se conhece pode correr mal. Mas confesso que a maior parte das vezes corre bem. Só tenho pena de não ter nem mais tempo nem mais dinheiro para ter mais experiências culinárias. Porque isto do gourmet não é nada barato.

Apesar de tudo, continuo a gostar imenso de ir a tascas. Continua a ser o mais típico que se pode encontrar e na relação qualidade/preço (ambos geralmente baixos) batem qualquer gourmet.

06 novembro 2012

Comparações…

Ando um pouco farto de alguns indivíduos nos querem comparar com a Islândia. Desde a reportagens jornalísticas até alguns reivindicadores profissionais, querem comparar tanto o cenário de substituição política que foi feita por lá, como aquilo que tem menos comparação ainda: o povo!

Para quem nunca foi à Islândia ou nem sequer sabe onde é, aqui fica o seguinte: aquilo é uma ilha bem a norte do Atlântico, atravessada pelo paralelo 66 (portanto é muito lá em cima). Em Julho não tem uma única hora de escuridão; em Dezembro, não tem uma única hora de sol. Tem metade da população portuguesa, e tem mais ovelhas e cavalos que habitantes. Tem inúmeros vulcões e muita actividade sísmica.

Agora, o essencial. As pessoas não saem à rua durante a semana. No entanto vingam-se ao fim de semana, onde pára a loucura pelas ruas das principais cidades, principalmente Reykyavik, a capital. É considerada das melhores noites do mundo para a borga.

O que nós temos por cá? Sol. 10 milhões de pessoas. Nenhum vulcão ou minério, poucas ovelhas, ainda menos cavalos, terrenos férteis mas que ninguém quer plantar, 13 milhões de telemóveis (!!), e um povo que essencialmente quer é sol, borga e boa vida. Todos os dias, de preferência.

Alguém no seu perfeito juízo acha que despejar o Governo das suas funções e criar uma junta popular para governar o país daria bom resultado? Então é melhor pensar outra vez. É que a diferença, está mesmo no povo!

17 outubro 2012

Reunião de bandas

Nos últimos tempos tem acontecido algo curioso na música portuguesa: as bandas que fizeram sucesso nos anos 80 e 90 estão a juntar-se para dar concertos mais ou menos exclusivos.

Citando apenas algumas, são exemplo os Sétima Legião, os Ornatos Violeta, os Resistência e os Ala dos Namorados. Tudo isto traduz-se num grande gáudio dos fãs destas bandas lendárias, onde eu também me incluo. Mas que tipo de fãs?

Fãs que, como eu, cresceram a ouvir estas bandas. Que como eu ultrapassaram já os 30 anos, têm empregos e família e acima de tudo, ainda têm algum (se bem que cada vez menos) poder de compra.

Por isso, não me sai da cabeça que os artistas também estão a fazer pela vida. Na falta de sucesso noutros projetos individuais ou em grupo, e com cada vez menos apoio do Estado, estão a virar-se para o provável único filão que ainda lhes resta, a classe média, atualmente na casa dos 30-40 anos.

Assemelha-se mais a um oportunismo do que a uma nostalgia. Pessoalmente, valorizo mais bandas como os Xutos ou os GNR que duram há 30 e muitos anos sem que os seus membros, mesmo tendo outros projetos paralelos, se tenham zangado uns com os outros e decidido seguir cada um o seu caminho.

Em alturas de crise, todos querem aproveitar o que podem. E parece que as ex-bandas não são exceção. Veremos quantas mais se irão juntar nos próximos tempos.

15 outubro 2012

Direito ao trabalho

“Artigo XXIII

        1.Todas as pessoas têm o direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego.” 

Fonte: Declaração Universal dos Direitos Humanos

A Declaração dos Direitos Humanos, criada em 1945 após o término da segunda guerra mundial, e mais tarde adoptada como base pelas Nações Unidas, descreve no essencial todos os direitos básicos que qualquer ser humano deveria ter. No entanto, se lerem toda a declaração, que não é vinculativa para nenhum país, a mesma também fala em deveres.

Causa-me alguma espécie nas manifestações que têm acontecido por este cantinho, essencialmente contra as políticas bastante agrestes do Governo, ver as pessoas a exigirem o direito ao trabalho.

Se bem que todos temos direito ao trabalho, tal como descreve a Declaração dos Direitos Humanos, tal competência não depende do Estado. O Estado em que vivemos não é nem deve ser mãe de ninguém. Isso é para os Estados totalitários comunistas, que são responsáveis por tudo o que acontece, além de meterem o bedelho em todas as empresas. Nessa corrente ideológica, que não se verifica no nosso país, se tudo é do Estado, então o Estado é responsável por tudo.

Julgo que estamos demasiado presos à ideia que o Estado é o nosso pai e a nossa mãe, quando assim não tem, nem deve ser.

Compete ao Estado sim, o criar condições económicas favoráveis para que as empresas que nele se baseiam possam, entre outras coisas, criar postos de trabalho. E na minha opinião, não deveria sequer interferir com a administração da empresa, salvo para salvaguardar a legalidade das actos da mesma. Senão caímos num campo em que o Estado é pai e mãe sem o ser verdadeiramente. Deve deixar para a iniciativa privada o controlo e as decisões da empresa. Senão, o investidor privado pensará duas vezes antes de colocar cá o seu dinheiro. E como precisamos dele.

09 outubro 2012

Este talão não serve de factura

Uma das coisas que me faz confusão, é quando vou a um restaurante e peço a conta, a mesma vem num talão processado informaticamente com os dizeres em rodapé “este talão não serve de factura”.

E se queremos factura, e eu normalmente quero nem que seja pelo meu dever cívico de obrigar a que todos paguem os impostos que têm de pagar, temos de a pedir oficialmente, e às vezes preenchendo o nome e o número de contribuinte.

Porque raio em vez do talão da conta a máquina não emite logo a factura ou venda a dinheiro ao consumidor final (com os dados do cliente em branco) com o valor a pagar? Não pouparia trabalho a toda a gente e até algumas resmas de papel?

Esta mania de complicar dos restaurantes é para evitar que as pessoas peçam a factura, para não se estarem a chatear. E quando estamos com alguma pressa, é normal que escape. E escapam também os impostos que o restaurante deveria pagar ao Estado e não paga por causa da complicação.

Quando forem todos obrigados a passar factura (até já há falcatruas no software de vending para que não sejam passadas assim tantas como deveriam ser) é bom que se deixem de complicações. Porque ninguém gosta de estar numa fila só para receber um factura, se bem que é esse o dever de cada cidadão.

03 outubro 2012

Tecnologias presenciais

Num mundo cada vez mais dominado pela tecnologia, que nos dá o acesso à informação que noutros tempos era difícil, para não dizer proibido (Ok, há países onde isso ainda acontece), e onde essas tecnologias podem ser usadas para aproximar pessoas distantes, porque não pôr essas tecnologias ao serviço das empresas?

É verdade que a Internet aproxima as pessoas através das chamadas de voz e vídeo, que outrora não seriam possíveis. Também é verdade que cada vez é mais fácil estar isolado por detrás de um computador com o mundo na janela que é o écran, mas o facto de haver tecnologia não significa que a mesma seja má. O bom e o mau está no modo como se usa.

E estando eu ligado às tecnologias, gosto de as usar. Faz parte do meu trabalho e da minha vida, e posso estar em contacto com pessoas que de outro modo não me seria possível. Claro que prefiro o contacto pessoal, mas ainda não inventaram o teletransporte e não sou omnipresente. E quem não prefere tratar de uma burocracia qualquer do Estado com meia dúzia de cliques no computador, ao invés de perder um dia inteiro na fila do serviço público?

Por isso faz-me alguma confusão que algumas empresas ligadas às tecnologias sejam tão avessas a realizar entrevistas remotas, através de chamadas de voz e/ou vídeo. Compreendo que numa empresa onde o ambiente não passa necessariamente pela tecnologia, tal não seja usual. Mas numa empresa tecnológica, pouparia muito tempo aos intervenientes e até custos realizar a primeira filtragem remotamente.

As perguntas da praxe de qualquer entrevista podem perfeitamente ser feitas por video-chamada. Terminam sempre com a célebre “Então e quais são as suas expectativas salarias?”. Ver aqui.  Aposto que a maior parte das vezes se evitariam deslocações desnecessárias que nos fazem perder várias horas. E se posteriormente as expectativas estiverem ao alcance, então que se façam as entrevistas presenciais necessárias.

02 outubro 2012

12 anos

Foi precisamente há 12 anos atrás, no dia 2 de Outubro de 2000, que comecei a minha vida profissional activa. Na altura, saído da Universidade, os tempos eram de vacas gordas em quase todos os sectores da economia nacional, e principalmente num mercado de telecomunicações e tecnologias em franca expansão.

Daí que escolher o primeiro emprego, quando se sai da Universidade, passa muito por quem paga mais, praticamente ignorando tudo o resto. Quando se é mais velho, já se pensa em muitos mais factores.

Optei na altura pela Comverse Network Systems, depois de ter estado vários meses com entrevistas constantes, e inúmeras propostas de múltiplas empresas. Não me arrependo das escolhas que fiz do meu caminho profissional. Se tivesse optado por outra empresa, poderia não ser melhor ou pior, mas seria certamente diferente.

E lembro-me do dia em que recebi o meu primeiro ordenado. Depois de vários anos a estudar, é quase como o atingir da recompensa a que se tem direito. Na altura, o esforço e o estudo era bem recompensado. Outros tempos.

22 setembro 2012

Falar estrangeiro

Qual a melhor maneira de aprender a falar uma língua estrangeira? Pondo-a em prática. E isso faz-se com mais facilidade indo ao país onde ela seja oficial.

Onde quer que eu me desloque ao estrangeiro, esforço-me por falar a língua local. Isso é verdade para línguas que me sejam mais familiares, como o Inglês, Francês, Espanhol e Italiano. Não quer dizer que não esteja apto a aprender outras, mas demoraria mais tempo. E até hoje só o húngaro se revelou uma verdadeira impossibilidade, pois aquilo não se parece com nada.

O esforço que faço para falar a língua estrangeira, aliada ao facto de não ter medo de mandar umas quantas calinadas, faz com que aprenda muito mais rápido. É verdade que acabo por mandar muitas bolas à trave, e até recebo olhares pasmados de quem não percebe nada do que estou a dizer. Mas é a minha deixa para perceber que disse alguma coisa estranha e tentar mudar o discurso. Quando tudo falha, passa-se ao inglês misturado com alguns gestos para exemplificar e tentar desenrascar.

No final, o que interessa é conseguir fazer-me entender. Se puder ser na língua local, tanto melhor.

16 setembro 2012

Que as pessoas se revoltem!

Ouvem-se gritos de revolta por todo o lado. Contra o Governo, contra a Troika, contra a austeridade. Só ainda não ouvi ninguém revoltar-se contra si mesmo! Sim, porque o primeiro grito de revolta tem de vir de nós próprios.

Os portugueses só querem que não aconteça nada. É muitas vezes este medo da mudança que os mais faz revoltar contra o mundo que os rodeia. O sair da zona de conforto de vez em quando não faz mal a ninguém, e só abre novos horizontes, para além de criar esperança, que fica diminuída quando se espera que “nada aconteça”.

Com os tempos a mudarem em todas as frentes, desde geográficas até às económicas, porque é que tem que “ficar tudo na mesma”? No caso português, porque é que tem de continuar a ser o Estado a suportar velhos vícios e velhos hábitos, que nos últimos anos só destruíram o futuro, dando esperança para o presente? E porque o há-de continuar a fazer, quando as pessoas preferem ser inertes no seu canto de confiança, do que correr para novos horizontes?

Por isso, o apelo à revolta de cada um! Não contra a política, ou contra o FMI, ou contra o Governo, ou contra os outros. Mas contra cada um! Porque primeiro temos que sair deste modo de comodismo onde não acontece nada, para depois podermos dizer que afinal a mudança é boa. E se o não for, pelo menos ficarmos de consciência tranquila porque pelo menos tentámos.

14 setembro 2012

Velhas fórmulas, novo mundo

Parece que o sossego acabou com o anúncio das novas medidas de austeridade por parte do Governo. E estalou de tal forma o verniz, que alguns grupos mais ou menos organizados por organizações tipicamente contra toda e qualquer medida, partiram para atos injustificados de violência.

Muitas vozes contra as medidas se têm ouvido, mas no entanto ainda não se ouviu ninguém que fosse a dar uma ideia que se aproveitasse para substituir essas medidas. Claro que toda a gente fala no diminuição do desemprego, no aumento dos salários, no estímulo ao consumo…mas com que medidas concretas é que ninguém fala.

Os “entendidos” em economia dizem que a fórmula da troika está errada. Perdoem-me esses “entendidos”, mas os senhores da troika são o quê? Astronautas? Varredores de rua? Julgo que são igualmente entendidos em economia, ou não? Pois esses “entendidos” do nossa Portugal baseiam-se na fórmula que vem nos livros de economia de há 100 anos atrás. A fórmula é mais ou menos a seguinte:

melhor salário = mais consumo = mais produção = mais emprego

Agora eu pergunto: o que mudou no mundo desde que esta fórmula foi escrita? Eu respondo, tudo! Desde a geografia, com abolição de fronteiras, desde os meios de transporte, em que se dá a volta ao mundo em muito menos que os 80 dias de Phileas Fogg, desde a informação existente, e claro, as pessoas.

Ora, não estará uma fórmula escrita num mundo diferente do de hoje desajustada para os dias atuais?

Com a mudança do mundo em que vivemos, a fórmula é falível logo no terceiro factor: o aumento dos rendimentos das famílias não obriga a que o consumo por elas feito deixe o dinheiro em Portugal ou nas empresas portuguesas. O mundo é global, meus senhores! Todos temos a facilidade de comprar no estrangeiro, e é cada vez mais visível a quantidade de matérias importadas, não só da Europa como do resto do mundo. A imposição de taxas para produtos importados é neste momento, não só ilegal, como também muito pouco ética!

O país tem que se adaptar à nova realidade que o rodeia, e para isso tem de deixar de se reger por fórmulas e mezinhas que já não funcionam. Novas fórmulas para um novo mundo é o que é preciso.

As medidas de austeridade anunciadas também me vão ao bolso, por isso vão doer. Mas tenho uma melhor sugestão para que o país saia do buraco em que se encontra? Não.

07 setembro 2012

Mais medidas…

…de austeridade. Lá foi o Governo ao nosso bolso novamente. E desta vez parece ser mais grave, uma vez que as opiniões dos comentadores do costume tem sido unânime em dizer mal destas novas medidas.

Pelo que sei, nenhum desses comentadores pertence à classe média, que desde que começaram as medidas, é quem tem sido mais afectada. Sejamos realistas, os ricos, por mais uns quantos milhares de euros de impostos que paguem, continuarão ricos. Os pobres, continuarão isentos de pagamento de impostos. Quem sobra? Todos os que estão no meio. Quem tem sido estrangulado com medidas atrás de medidas é quem trabalha e paga as suas contas todas, e tem uma vida suficientemente desafogada. E nesta altura, cada vez menos desafogada, que o dinheiro começa a não chegar para tudo. Portanto a solução está em tornar-mo-nos ricos (talvez ganhando o Euromilhões ou herdando a fortuna de uma velha rica em estado terminal) ou tornando-nos pobres, esta muito mais fácil de conseguir, até porque o Governo está a dar uma ajudinha.

Por enquanto ainda me encontro na classe média, aquela que é apertada todos os dias em que são anunciadas novas medidas. Mas vamos ver como irá ser o futuro. Acredito que iremos dar a volta por cima, mas cada vez com mais cautela.

04 setembro 2012

Novo meio-campo

Esta falta de fair play nas regras das contratações de mercado correm o risco de algum dia correrem mal. E só não correm mesmo porque os clubes prejudicados são sempre os dos pequenos países. Os clubes grande de Espanha ou Inglaterra são muito mais poderosos financeiramente e por isso dificilmente vendem as suas pérolas já depois do mercado fechar, como aconteceu com o Givanildo e com o grande Witsel.

Ficou o Benfica mais fraco? Talvez se note nos primeiros tempos, em que um novo-meio campo necessita de ser rotinado. Ainda bem que há paragem no campeonato para se poderem treinar essas metodologias. E considerando que o Benfica tem três jogos seguidos fora de casa, um dos quais na Escócia, vai ser com certeza um grande teste à capacidade de superação da equipa, e à imaginação do Jesus.

Para já, nada de deitar a toalha ao chão. Talvez os nossos adversários estejam com um pouco mais de esperança agora, mas não nos esqueçamos que já no passado perdemos Eusébio, Paulo Sousa ou Rui Costa, e mesmo assim continuámos no topo.

22 agosto 2012

As cláusulas de um contrato de trabalho

Continuando na senda da procura de trabalho, de vez em quando sou confrontado com algumas propostas. E em agarrado a essas propostas vem geralmente um contrato de trabalho, ou pelo menos o esqueleto do que será o contrato de trabalho.

Mais cláusula, menos cláusula, todos são muito idênticos, pois as empresas gostam muito de se proteger contra sei lá o quê, talvez alguns trabalhadores demasiado poderosos que possam querer ganhar dinheiro da empresa em tribunais em vez de o ganharem a trabalhar para a empresa.

E daí resolvi fazer um resumo das principais cláusulas que geralmente figuram nos contratos de trabalho. Não discuto a legalidade das mesmas, já que não sou jurista nem tenho conhecimentos para isso.

As apresentações

Aqui é onde se apresentam as entidades e/ou pessoas que vão assinar o contrato. Nade de extraordinário, portanto

Localização do posto de trabalho no planeta Terra

Descreve-se a morada onde se poderá ou não vir a exercer o trabalho, consoante a empresa ache que o mesmo é ao virar da esquina ou ao virar do hemisfério norte, podendo alternar entre os dois sem que o empregado bufe sobre o assunto

Escravatura

Define-se o tempo de trabalho que a empresa apresenta dentro da lai, mas com todas as condicionantes que podem levar a que esse tempo se estenda por muitas e largas horas durante toda a semana e feriados, sendo que o trabalhador terá que cumprir as horas que a empresa quiser sem se queixar, que estamos aqui é para trabalhar.

Precariedade

A esmola a que chamam de salário que o trabalhador tem direito por cumprir com as libertinas horas de trabalho definidas anteriormente pela empresa.

Férias

O que é isto? A emprese é que marca férias e mais nada. O trabalhador aceita e não bufa.

Complementos legais

A empresa tem de dizer sob qual artigo está a redigir o contrato. Como se isso importasse para o que lá está escrito.

Escapatória

Sempre a favor da empresa, mas define o período de sofrimento mínimo que o trabalhador tem que ter antes de se poder ir embora.

Anti-espião

Não vá o trabalhador ser um empregado da empresa da concorrência, ou ainda pior, dos serviços secretos de um país qualquer obscuro, tudo o que acontecer no trabalho, fica no trabalho. E se assim não for, quem é que se lixa? O trabalhador, claro está, que terá de penhorar a casa, o carro e os anéis de ouro para poder pagar a indemnização à empresa, mesmo que o “segredo” revelado seja a localização da casa de banho no primeiro andar.

És nosso

A empresa gosta muito do trabalhador, e por isso não o quer partilhar com ninguém. Ninguém mesmo, nem mesmo com a família, mas isso já seria ilegal e por isso esta parte já está na cláusula da escravatura. E ai do trabalhador se tiver que trabalhar noutro lado para poder pagar a renda de casa. Então mas a empresa não lhe paga o suficiente?

Asfixia criativa

Tudo o que o trabalhador criar no local e tempo de trabalho, nem que seja uma escultura de papel mascado, ou uma pilha de copos de água vazios, é propriedade da empresa. E se tentar vender a escultura, todo o rendimento tem de ser dado à empresa, e em seguida hipotecar a casa e o resto tal como na cláusula anti-espião.

E existem mais algumas que não saem do normal e que não vou estar a descrever. O meu conselho? Leiam sempre com atenção os contratos de trabalho. Não vão vocês inventar a cura para o cancro numa pausa de sono a seguir ao almoço e depois quem recebe os lucros é a empresa…

09 agosto 2012

Centros de Competências em Portugal

Este post revela o meu pequeno lado comunista, pelo que não se aconselha aos leitores mais sensíveis.

Parece que são boas notícias para Portugal. Os sucessivos centros de competências de empresas ligadas às tecnologias continuam a querer deslocar-se para Portugal. O último foi o da Vodafone, que ganhou o concurso para que o centro de monitorização de rede da Península Ibérica ficasse por cá. E pensam transferir mais competências dos outros países europeus também para cá. Boa notícia porque gera empregos, mas a que custo?

Na minha demandada por empregos nos últimos tempos, tenho-me apercebido que não há falta de oportunidades no mundo das tecnologias. O que há, sim, é um aproveitamento das empresas, com a desculpa da crise e da troika e de não sei mais o quê, para baixar consideravelmente os ordenados. Já recebi mesmo proposta que considero completamente ridículas, indecentes e absurdas. Propostas que como é óbvio, recusei, porque me recuso pagar para trabalhar.

Por isso, as sucessivas transferências de centros de competências para o nosso país, ninguém me convence que não são relacionadas com o custo do trabalho estar muito menor agora que há alguns anos atrás. Somos de facto muito competentes no que fazemos, e por isso tecnicamente somos bons. Mas se não fossemos baratos comparativamente ao resto da Europa, isto nunca aconteceria. Tal como se prevê que daqui a alguns anos quando a situação se inverter (espero eu), esses mesmo centros se desloquem para um outro país qualquer com mão de obra mais barata. Porque economicamente, é assim que funciona e é como sempre funcionou.

08 agosto 2012

E já estamos na tabela…

…dos medalhados olímpicos de Londres 2012!

Depois da decepção do judo português, onde estavam depositadas grandes esperanças para as medalhas (não estou a por em causa o profissionalismo dos atletas, mas é verdade que não correu nada bem), na maior delegação portuguesa de sempre, com mais de 70 atletas, onde além do judo não figuram grandes nomes como Nélson Évora, Vanessa Fernandes ou Naide Gomes, as esperanças eram poucas.

E no entanto, os nossos atletas têm-se superado e elevado bem alto o nome de Portugal. É o caso da grande prestação no ténis de mesa masculino, onde os nossos jovens deram uma grande resposta aos super-favoritos sul-coreanos. Ou no trampolim, onde Ana Rente teve uma prestação fabulosa com um mais que honroso 11º lugar. Numa competição onde os orientais dominam, foi muito bom. Ou mesmo a grande corrida dos 3000m obstáculos, onde a secretária da Câmara Municipal de Ovar, Clarisse Cruz, caiu nas qualificações, levantou-se e chegou à final onde ficou num prestigioso 11º lugar.

E as surpresas continuam. Já é esperado que na vela os nossos rapazes e raparigas façam coisa interessantes, mesmo que não tragam medalhas. E têm feito. É esperado e sabido que na natação não temos hipótese. Mas as grandes surpresas este ano têm sido o hipismo, onde os nossos cavaleiros e cavalos têm demostrado o mais puro sangue lusitano, com duas presenças na final, e a canoagem, onde em várias categorias estamos nas finais. Talvez não seja o suficiente para ganhar mais medalhas do que a que foi ganha já hoje, mas os tempos estão a mudar, e isto pode ser um bom prenúncio.

Parabéns aos nossos atletas!

01 agosto 2012

Portugal Olímpico

Quando olhamos para a tabela dos medalhados, os países do costume estão sempre lá em cima. Uma luta acesa entre os Estados Unidos e a China, seguidos já de longe por outros países que tipicamente conseguem muitas medalhas, entre os quais o organizador, a Grã-Bretanha. E esforçam-nos por percorrer todo o ranking de medalhas para procurar pelo nome de Portugal, o que até é normal que nem apareça, para desespero dos muitos portugueses que anseiam que este pequeno país consiga alguma notoriedade mundial.

Pequeno país também no desporto, uma vez que não temos a mesma filosofia desportiva que os grandes países medalhados. É normal nos Estados Unidos receberem-se bolsas de estudo universitárias por destaque desportivo, o que só por si é um grande incentivo a que se pratique. Para além do sem número de infraestruturas que existem em cada escola secundária e em cada universidade, incentivando o desporto, seja eles o mais popular basebol ou o mais ridículo Lacrosse. No caso da China, os atletas são moldados desde pequenos para praticarem aquele desporto específico. É natural que quando participam em provas internacionais, sejam muito competentes.

Em Portugal, nos últimos anos tem-se assistido a um crescendo do número de infraestruturas desportivas, muitas delas sabe-se lá de onde vem o dinheiro. É um crescimento que não é sustentado, com municípios que têm pouco mais que um milhar de habitantes a construírem piscinas olímpicas, para usufruto talvez do seu presidente da Câmara e da sua família.

Mas no essencial é a cultura desportiva que nos falta. Somos latinos, e como tal gostamos de relaxar ao sol, com o mínimo esforço possível. Correr para quê quando é muito mais agradável ir para a praia. Daí vem a história antiga das participações desportivas internacionais portuguesas, onde apenas éramos bons em três desportos: vela, porque o vento é que empurra; hipismo, porque o cavalo é que salta; e hóquei em patins, porque os outros não sabem jogar.

Felizmente nos últimos anos a coisa tem mudado e temos-nos destacados noutros desportos. Nos olímpicos, talvez por causa da pressão ou outros factores, é que nos falta sempre qualquer coisa.

16 julho 2012

Esquiar na água

Bom, esquiar é como quem diz. Era o que eu era suposto de ter conseguido fazer. Mas quem julga que é fácil, é porque nunca experimentou.

No meio de uma bela paisagem fluvial em Entre-os-Rios, num de intenso calor, estar dentro de água sabe mesmo bem. E por isso cada queda, ainda que não fosse forçada, refrescava o corpo e o espírito, para mais uma tentativa de permanecer de pé sobre a água, puxado por um barco a motor.

Mas no meio de tantas quedas, a frustração fala mais alto, e o melhor mesmo é desistir temporariamente, para numa outra altura voltar com mais adrenalina e vontade de experimentar.

DSC_0942A paisagem verdejante e de águas límpidas de Entre-os-Rios

DSC_0618A preparar-me para a aventura.

DSC_0634Concentração…

DSC_0637Uma das muitas tentativas do dia.

DSC_0644O melhor que consegui foi isto!

DSC_0654E muitos e muitos mergulhos na água refrescante.

Pelo meio ainda houve momentos de puro rally com o semi-rígido  de 70 cavalos que despertaram a adrenalina perdida com a frustração do ski. No entanto, devo confessar que estou pronto para outra!

11 julho 2012

Mudar de roupa

Isto foi uma das tarefas que mais vezes fiz hoje, e que tenho feito neste processo de ir a entrevistas ao longo das últimas semanas. Para terem uma ideia do que estou a falar, hoje o meu dia foi assim:

- Acordei cedo e tinha o pijama vestido.

- Depois do banho e da barba feita, vesti roupa para andar por casa, ou seja, uns calções e uma t-shirt preta.

- Recebo um telefonema para uma entrevista ainda da parte da manhã, e toca a vestir o fato para sair.

- Regresso da entrevista, e visto roupa jeans e uma t-shirt para ir comprar o almoço.

- Troco de camisa para ir trabalhar, mantendo os jeans.

- Regresso a casa depois do trabalho e volto a vestir o fato para ir a outra entrevista.

- Regresso a casa depois da entrevista e visto a roupa para o futebol: calções, meias e camisa apropriadas.

- Chego a casa do futebol, tomar banho, e vestir novamente roupa para andar por casa (já descrita em cima)

- E antes de ir dormir voltarei a vestir o pijama, se não me esquecer e não adormecer com a roupa que tenho vestida.

Nem quero imaginar, nem nunca contei o tempo que trocar de roupa me ocupou ao longo do dia. Mais um pouco e posso ir para o circo fazer um número qualquer de transformismo.

No meio disto tudo o que vale é que como ando sempre pouco tempo com a mesma roupa, ela é reaproveitada, com as devidas exceções, o que nem resulta em muita roupa para lavar.

29 junho 2012

Não se trabalha, colabora-se.

Durante a minha pesquisa de emprego, que ainda decorra à data deste post, verifico que a maior parte das empresas da minha área de competências, quase todas elas ligadas à consultoria e outsourcing, não têm trabalhadores. Têm sim algo completamente diferente a que chamam colaboradores. Em termos práticos, a diferença é nenhuma. A minha teoria é que essas empresas acham que trabalhador é uma palavra demasiado comunista para ser aplicado a um trabalho, perdão, uma colaboração, que tem tudo de capitalista.

Na iminência de também eu vir a ser um colaborador de uma dessas empresas, já me imagino com o meu discurso depois de um dia de trabalho, perdão novamente, um dia de colaboração, ao chegar a casa:

- Então, que tal foi o teu dia de colaboração?

- Foi bom, mas temos muita colaboração pela frente. E ainda por cima ganhámos um projeto novo em que vou ter de colaborar em acumulação com a colaboração que já tinha antes.

- Mas vais fazer isso sozinho?

- Não. Vou ter de colaborar com o Zé, que é um tipo porreiro, e com o Quim, que não gosto nada de colaborar com ele.

- Então porquê?

- Porque ele tem uns métodos de colaboração estranhos, e que não costumam resultar muito bem quando tem de colaborar com outras equipas.

E assim sucessivamente…

Se alguém souber a razão pela qual se deixou de trabalhar para passar a colaborar, agradeço que me informe. É que estou realmente curioso, e dá muito trabalho, perdão, muita colaboração, investigar isso.

11 junho 2012

A viagem maravilhosa

Foram quase 3 semanas a viajar. Sem contar com os 2 dias de avião para cada um dos lados e os voos mais curtos, isso dá mais ou menos uns 15 dias de férias úteis. Maldivas, Singapura e Tailândia, 3 destinos tão distintos como de especiais, para apreciar com diferentes estados de espírito.

Maldivas

DSC00460

As Maldivas são consideradas como o paraíso na Terra. Em todas as viagens que fiz nunca vi nada igual, e é efetivamente o destino de eleição para qualquer viagem romântica. As paisagens são realmente paradisíacas, a areia é realmente branca, a água é realmente cristalina e as habitações sobre a água fazem-nos pensar que vivemos realmente dentro de um aquário. Todos os pormenores são cuidados e nada é deixado ao acaso. E apesar da aparente calmaria, há toda uma série de atividades (essencialmente aquáticas) que quase não deixam tempo para relaxar ao sol. Mas o relaxamento a olhar para o mar de água quente também acontece e transporta-nos o pensamento para… nenhum lugar, que o Paraíso é mesmo ali.

Singapura

IMG_8488

Singapura é um país/cidade dos mais ricos do mundo. Ali não se fala em crise e pode-se ver pelo nível de vida que a população que ali habita e os que a visitam têm. Apesar dos preços não serem exageradamente altos, antes pelo contrário, o que dá para fazer algumas compras a preços interessantes. A cidade é caracterizada por prédios altos (o território é escasso, e como tal só podem crescer para cima) mas de arquitetura bastante evoluída, o que transforma a orla da cidade numa vista muito agradável. Mesmo tendo a dimensão do nosso Alentejo, possui algumas zonas características como Chinatown ou Little India, um jardim botânico com milhares de exemplares de orquídeas, bem como uma marina muito cuidada e bonita, onde é possível dar longos e agradáveis passeios. A sua localização quase encostada à linha do equador faz com que as temperaturas sejam sempre quentes, mesmo na estação das chuvas. E a população é simpática e cumpridora das restritivas leis, o que torna a cidade num local extremamente limpo e cuidado. Recomenda-se igualmente uma ida noturna a Clark Quay e experimentar o prato mais típico da cidade, o Chilli Crab.

Tailândia

DSC01041

A Tailândia é um destino exótico atrativo essencialmente pela sua cultura. Um país muito vasto recheado de pessoas de nacionalidades distintas, onde se pode ver tanto os calmos montes verdejantes como a balbúrdia de uma típica cidade asiática. Templos dedicados a Buda não faltam por todo o país, e a abundância de mercados de bijutaria e artesanato é também um marco. Nestes, é vulgar regatear bastante o preço dos produtos, o que torna a Tailândia um destino de compras muito interessante. A gastronomia é bem diferente da ocidental, e os picantes podem não ser bem tolerados. No entanto, a comida, na minha opinião, é boa e barata. E para quem não gosta de arriscar em demasia, há sempre os franchises de fast-food americanos espalhados pelas principais cidades. Apesar de estar cheia de turistas nas principais atrações, o que desvirtua um pouco os lugares, principalmente os templos, é um destino que faz parte do imaginário de muita gente. O país é todo ele muito colorido, e a população é extremamente simpática. E dada a sua dimensão, tanto se podem fazer férias em cidade, como em zonas rurais mais para o norte ou em locais mais calmos e isolados como no sul e nas ilhas.

P.S. – Esta posta irá ser expandida com mais detalhes e fotos. Estejam atentos.

05 junho 2012

E ao fim de 13 voos…

…as bagagens não se perderam! Isto é de facto um grande feito, pois com tantos voos na viagem a probabilidade de ficar sem bagagem é muito grande. A maior parte dos voos são curtos, inferiores a 2 horas, mas no voo de regresso, que são 3 escalas, a probabilidade é ainda maior.

Como tal, estou de volta ao nosso pequeno burgo, a tempo de me atualizar das notícias que por cá andam, preparar-me para o Euro2012, e recuperar de um jet-lag valente antes de voltar ao mundo real.

11 maio 2012

Todos os dias da nossa vida

Foi um planeamento de cerca de 6 meses. Com excitação, emoções, algumas desilusões, ajustes, burocracia, reuniões, e muitos preparativos. Mas que foi essencialmente um tempo de aproximação e um teste de vida a dois como nunca havíamos feito antes. Onde é preciso falar, compreender e ceder.

Desde o início que tudo tem sido preparado com o devido cuidado. Não que esperamos que tudo saia perfeito, que na imperfeição também há beleza, e bons momentos para rir mais tarde. Mas para que tudo corra pelo melhor. Por nós e por todos os que irão partilhar connosco a nossa alegria e felicidade.

Sozinhos não o teríamos conseguido. Mais do que esforço financeiro que é necessário, o esforço humano é superiormente importante. O esforço incansável das nossas famílias próximas, e dos nossos amigos é algo que é demasiadamente precioso para ter valor. Este dia também será para eles o culminar de meses de esforço e dedicação. E para eles será a festa.

Numa altura em que os nervos e a ansiedade se confundem numa mistura de sentimentos, hora para relaxar. Há que aproveitar o dia o melhor possível para poder disfrutar no dia seguinte.

Foi um planeamento de cerca de 6 meses. Para um grande projeto até ao fim das nossas vidas.

04 maio 2012

Encomendas online – parte III, o final épico

E cerca de duas semanas e meia depois da encomenda feita, ela chegou mesmo a casa. Entregue pela Chronopost, depois de muita insistência e perseverança para que chegasse a tempo e horas. E apesar do stress do atraso, de facto chegou a horas.

Mas quando tudo parecia bem, eis que ao abrir a encomenda, um dos itens era diferente do que tinha encomendado. Na prática não é nada de preocupante já que são 100% compatíveis. A única questão é que estes custam metade do preço dos outros, logo, a mesma loja que se enganou no endereço também me estava a ir ao bolso.

Após enviar um e-mail a pedir justificação, eles respondem indicando que foi um erro da parte deles e que me vão devolver, uma fortuna, imagine-se, 5 libras. Apesar de me continuarem a ir ao bolso, já que 5 libras é apenas a diferença de um dos itens (e eu encomendei 5), deixo passar a situação que já estou farto destes caramelos.

E no rescaldo da aventura, não se livraram do feedback negativo que lhes dei e dos comentários nada abonatórios que escrevi na opinião sobre o vendedor. Estes comentários e feedback ficam disponíveis para os próximos clientes da Amazon, que na altura podem ou não decidir por esta loja. A minha parte ficou feita, e a encomenda pronta a usar, que é o que me interessa.

03 maio 2012

O Centro de Emprego tem uma proposta

Confesso que não estava à espera de chegar a Maio e ainda não ter emprego. Não se trata, de todo, de desespero, até porque as entrevistas têm sido mais que muitas. Mas por uma razão ou por outra, essencialmente porque os ordenados estão extremamente baixos, mas isso será outra discussão, ainda não tive propostas concretas.

E como se não bastasse a minha vida super agitada nesta altura, a uma semana do grande evento, o Centro de Emprego de Leiria envia-me uma carta requerendo a minha presença, para a apresentação de uma proposta de emprego. Isto sim é novidade, que não estava mesmo à espera que o Centro de Emprego me arranjasse algo.

Bom, como sou obrigado a comparecer a não ser que esteja em estado vegetativo num hospital qualquer, lá vou eu desde Lisboa (que era onde eu estava) para comparecer no Centro de Emprego.

Após o normal tempo de espera para ser chamado ao andar de cima, lá sou entrevistado por uma cara conhecida, que me diz que a proposta é para a Nokia-Siemens em Alfragide, mas que não têm mais nenhuma informação.

- Mas mais nada? Nem o ordenado, nem as qualidades técnicas ou pessoais, certificações necessárias ou disponibilidade?

- Lamento, mas não tenho mesmo mais nada. Mas não é obrigado a aceitar.

- Assim é difícil. Isto pode-se revelar uma perda de tempo tanto para mim como para a Nokia-Siemens. Mas como eu quero trabalhar e não nego uma proposta que desconheço, vamos então avançar.

Depois de preencher os meus dados numa tabela que há-de seguir para Coimbra e depois para a Nokia-Siemens, fico a saber que o próximo passo partirá da empresa, que me há-de telefonar.

Com a sorte que tenho nestas coisas, irei receber o telefonema durante as minhas férias e enquanto estiver debaixo de água. Mas paciência, se estiverem mesmo interessados, hão-de insistir. Se não estiverem, não há problema, há mais quem esteja.

02 maio 2012

Encomendas online – parte II

Sabendo que a encomenda estava a caminho, fui pesquisando no site da transportadora o estado do pacote. Esta informação graças ao contacto com o fornecedor, que me forneceu o referido código de referência da transportadora para avaliar o percurso do pacote. Passou do Reino Unido para a Alemanha, e entrou em Portugal por Valongo.

A transportadora de origem não tem representação em Portugal. Assim, esta é representada pela Chronopost, que através do seu site permite fazer o tracking quase em tempo real do pacote. Permitiria, se:

  • Eu soubesse a referência da Chronopost (e não a da transportadora de origem)
  • O site funcionasse como deve de ser em vez de dar sempre erro na pesquisa.

Assim, resolvo contactar para o número de apoio da Chronopost para saber como anda a entrega.

Após 5 minutos a ouvir publicidade gratuita sobre os produtos Chronopost, sou finalmente atendido. Digo que espero uma encomenda que foi enviada do estrangeiro por outra transportadora, ao que me dizem que têm de transferir a chamada para a colega Margarida.

A chamada é transferida e sou atendido por outra pessoa. Digo novamente o que se passa, e dizem-me exatamente o mesmo, transferindo a chamada para a Margarida.

Novamente atendido por outra pessoa. Novamente explico o que pretendo. Novamente a chamada é transferida para a Margarida. E o telefone chama, chama, chama, e chama. Passados 25 minutos, desligo.

Volto a tentar novamente passado mais algum tempo, e desta vez, o percurso da chamada é novamente o mesmo, mas resolvo esperar menos tempo. Desligo ao fim de 10 minutos.

Deixo passar a hora de almoço e após o primeiro atendimento, a chamada é transferida para a Margarida. Enquanto o telefone chama, começo a duvidar se a Margarida não é um código qualquer para colocar os clientes em espera infinita até se fartarem de ter o telefone no ouvido. Até que finalmente sou atendido pela Margarida.

A Margarida faz-me então a pesquisa que preciso e diz-me que o pacote já está em Leiria para ser entregue. Ao confirmar a morada, reparo que se enganaram no número da porta (ah, então foi por isso que não conseguiram entregar, seus estúpidos!).  Corrijo a morada e forneço o meu número de telemóvel caso haja alguma dificuldade em entregar o pacote.

À hora que escrevo esta posta, a encomenda ainda não chegou. Segundo a última atualização, está em armazém em Leiria, e será entregue amanhã. A ver vamos, mas de manhã já podem contar com mais um telefonema para lhes moer o juízo. E fá-lo-ei até que se resolvam de facto a entregar a encomenda.

30 abril 2012

Outra vez, Jesus?

Ontem o meu Glorioso Benfica perdeu, novamente, o campeonato nacional de futebol para o FC Porto. E desta vez custou bastante mais que na época passada.

Ao contrário de clubes de bairro do Norte ou que jogam em estádios ladrilhados que quando perdem culpabilizam sempre alguma coisa, seja os túneis, os stewards, as cadeiras ou as gaiolas, nós os benfiquistas sabemos olhar para dentro. É possível que num ou noutro jogo tenhamos tido o azar de contar com um árbitro aziado, mas isso não explica como é que de 5 pontos de avanço se passa para 6 de atraso quase de repente.

Na época passada o FC Porto fez de facto uma época brilhante, e assim praticamente se perdoou ao Jorge Jesus os inúmeros pontos de atraso. Esta época, sem o efeito Villas-Boas e com um fantoche à frente da equipa tripeira, era esperado que as coisas corressem da melhor forma. E correram, até Fevereiro.

Parece que a equipa, a partir de Fevereiro, quebrou radicalmente os índices físicos. Mas foram ao Brasil desfilar em lantejoulas para ficarem assim? Ou então esta preparação física que é dada no início da época tem muito que se lhe diga, que não rende nada no longo prazo.

Jorge Jesus tem de deixar de ser casmurro e rodar mais a equipa quando os índices físicos começam a quebrar. Afinal, o plantel continuam a ser apenas 11 ou 12 jogadores e mais uns quantos para aquecer o banco?

Não sei se o Jorge Jesus fica mais uma época no Benfica ou não. Mas se ficar e se não ganha de novo o campeonato, acho que nunca mais irá voltar a entrar no estádio da Luz.

24 abril 2012

Encomendas online

Fiz uma encomenda online num site estrangeiro, como o faço muitas outras vezes. Até hoje, mais dia menos dia, as encomendas foram sempre entregues a tempo e horas. Mas desta vez não.

Como o pedido que fiz continha vários itens, recebi durante a mesma semana, os vários pacotes, todos eles oriundos do mesmo país. Todos? Não. Um irredutível pacote contendo algo que eu necessito para os próximos dias, teimava em não aparecer, mesmo depois do pedido de preenchimento do inquérito de satisfação do site.

Tentei averiguar o que se passava, usando os contactos disponíveis online, e vim a saber que o referido pacote estava a ser devolvido ao remetente, pois a transportadora não o conseguiu entregar.

Apesar da vontade do fornecedor em me devolver o dinheiro da compra, refutei, exigindo os itens novamente, uma vez que já que os comprei é mesmo porque preciso deles. Se não precisasse não os iria comprar. Ao que eles prontamente acederam ao meu pedido de reenvio por correio expresso para a mesma morada.

A alternativa que eu tinha era encomendar noutro site, noutro fornecedor, e esperar que o mesmo fosse entregue a tempo e horas. Vamos ver se chega dentro do prazo de uma semana que eu atribuí para que chegasse.

17 abril 2012

Dossier de competências

A maior parte das empresas que nesta altura do campeonato da crise contratam na área das Tecnologias da Informação são consultoras. Isto porque as grandes empresas não querem aumentar os seus quadros, devido às exigências de gastos, mas isso é outra história que brevemente poderei colocar noutra posta deste blog.

Eu não me importo de trabalhar para uma consultora. Na prática, trabalhamos sempre para um cliente final, só que quem nos paga é a consultora. Seja. Não me afeta esse tipo de serviço.

Para já devo dizer que o termo “consultor” está tão vago nos últimos tempos que evoluiu desde a pessoa que era consultada para prestar uma análise ou uma opinião, até à pessoa que implementa e que é escravizada pelo empregador. Um limpador de casas de banho pode, hoje em dia, ser chamado de consultor de higiene e limpeza, valha-nos alguém. Aposto que o Louçã iria gostar desta categoria profissional politicamente correta.

Agora, o que mais me aborrece com estas entrevistas nas consultoras, é que cada uma tem uma espécie de template para o Curriculum de cada um dos seus consultores. A isto chamam Dossier de Competências. Nome pomposo já tem. E para que serve? Não sei. Pelo menos serve para perder algum tempo a transpor a informação do CV naquele template que é exigido pelas consultoras.

O pior de tudo é que dentro das próprias consultoras, há vários templates. Já me aconteceu com o espaço de 3 meses ter de preencher de novo o template da mesma empresa porque já não era igual. Já para não falar no problema de comunicação interna que elas revelam em alguns casos. Mesmo sendo para áreas diferentes dentro da mesma empresa, as bases de dados de candidatos têm alguns problemas. Enfim, faz parte do trabalho de quem anda à procura de emprego.

13 abril 2012

Consulta do Viajante

Hoje voltei a ir a uma consulta do viajante. Ocorreu em Leiria, e até nem vou para nenhum país africano ultra perigoso, mas mais vale andar informado. E a coisa demorou a manhã toda.

Chegado às 9h ao Centro de Saúde dos Marrazes, é feita a inscrição de todos os que marcaram a consulta. No dia de hoje foram 10, faltaram 2, e eu era o número 9. Após tudo registado, hora da palestra comum com a Dr.ª Silva.

Não sei se estava relacionado com o facto da Dr.ª ter feito urgência de noite, ou se é mesmo assim o feitio dela, mas pareceu um pouco irritada, mas no entanto, com suficiente sentido de humor, dentro da seriedade possível, para me rir de vez em quando com a palestra. Esta foca-se muito nos países africanos, para onde viajavam a maior parte dos presentes, e desmistifica muitas ideias comuns das profilaxias da malária.

- Eu estou enjoada de ter trabalhado esta noite e estou aqui, não estou? Por isso, deixem de ser mariquinhas com o enjoo da profilaxia e tomem para vosso bem.

Foi apenas uma das muitas tiradas de humor da Dr.ª. Apesar de irritada, pareceu-me muito competente, e a própria não deixava passar a oportunidade de puxar dos galões dos seus 30 anos de medicina e 10 de consulta do viajante. A palestra é comum porque a maioria dos cuidados a ter neste tipo de viagens é igual independentemente do destino.

Depois da palestra, vêm as consultas individuais, a qual no meu caso ocorreu já passava do meio dia. Quando olhou para os marcadores da Hepatite A, virou-se para a enfermeira estagiária que lá estava a aprender:

- Este gajo só fez uma dose da vacina da Hepatite A!

- Esse gajo sou eu…

- Pois, você só fez uma dose da vacina. Vai fazer a outra hoje.

Querias sair daqui sem ser vacinado? Ora toma que já almoçaste.

- Vai para onde? Ah, vai laurear a pevide, ver as montras. Só precisa dessa dose da Hepatite A e pode ir descansado. Não faz profilaxia da malária que não é preciso para onde vai, mas tem de usar repelente na mesma.

Antes de sair, ainda mais uma pergunta com direito a humor:

- Dr.ª, na palestra falou que em caso de febre deve-se tomar sempre paracetamol e não os outros. Mas eu sou alérgico – digo-lhe eu.

Ao que entre o irritado e o surpreendido, responde:

- MAS QUEM É QUE O MANDA SER ALÉRGICO AO PARACETAMOL??????

- Não tenho culpa…

- Pois, quem não tem pão, come broa. Qual é que costuma tomar? Brufen? Então vai levar esse na receita em vez do Ben-U-Ron.

E assim lá fui comprar a vacina à farmácia da Gândara, para levar ainda no mesmo centro de saúde, o que aconteceu já passava das 13h. Ao entrar na sala de vacinação, diz-me a enfermeira:

- Só uma? Ora bolas, tenho estado a dar 3 e 4 de cada vez e agora só dou uma…

Confesso que fiquei assustado, mas ela afinal estava só a brincar.

Resultado da Consulta do Viajante: uma manhã de espera, uma vacina e um monte de conselhos e informações úteis.

02 abril 2012

Espectativas Salariais

“Então e quais são as suas espectativas salariais?”

Esta é uma pergunta que é rotineira em todas as entrevistas onde tenho ido. Por alguma razão obscura, que quero chamar de falta de transparência, as empresas portuguesas nunca anunciam quanto estão dispostas a pagar quando publicam os anúncios. Salvem-se as honrosas exceções, que também as há.

Contrariamente aos anúncios estrangeiros, o intervalo salarial raramente é publicado no anúncio em Portugal. Acredito que seja uma manobra das empresas de terem esperança de os candidatos baixarem as calças o suficiente para que peçam bastante menos que as empresas estão dispostas a pagar, para assim pouparem alguns trocos em recursos humanos. No entanto isto tem também o senão de essencialmente, me fazer perder o meu precioso tempo, bem como perder o tempo às empresas que me telefonam e me entrevistam.

Tipicamente quando revelo as minhas “espectativas salariais”, sejam elas quais foram, fazem sempre um ar de que está acima das possibilidades da empresa, na tentativa de negociar. Mas também as há que não podem mesmo negociar e que apenas me fizeram perder tempo. Se tivessem anunciado logo quanto seria a margem salarial seria menos um Curriculum que receberiam, e menos uma entrevista que fariam.

23 março 2012

Os jogos da fome

Ontem a sessão de cinema foi para o filme sensação do ano, baseado numa história de ficção bastante recente de Suzanne Collins (o primeiro livro da trilogia foi publicado em 2009, o último no ano passado). O nome do filme é o mesmo do livro, “os jogos da fome” e tentando não estragar a emoção da história, devo dizer que esta é interessante.

À primeira impressão parece um filme de e para adolescentes. Mas não contrapondo essa ideia, é algo mais que isso. A história é de ficção, e passa-se num futuro não muito distante, em que os Estados Unidos sobrevivem a uma guerra civil que dá origem a um país com 12 distritos, chamado Panem. E como tributo e forma de manter a obediência, todos os anos são escolhidos dois jovens de cada distrito que irão lutar até à morte num evento intitulado precisamente “os jogos da fome”.

A história tem parecenças com “Truman Show”, no sentido em que revela que o poder das audiências se sobrepõe a qualquer preparação de combate que esses jovens possam ter. As regras do jogo mudam conforme o que o público quer, e isso revela-se trágico para uns e uma benesse para outros. No final, só pode ficar um.

O filme é muito interessante, a história é boa (fiquei com vontade de ler os livros), cheio de efeitos especiais, e com alguns atores de provas dadas, entre as quais Jennifer Lawrence, nomeada para os Óscares em 2010, e um Lenny Kravitz muito “limpinho”. Um filme que merece ser visto.

21 março 2012

Há algo de mágico em Fátima

Hoje fui ao lugar da Cova da Iria. Não em peregrinação, que há vários anos que não o faço, mas a pedido dos meus avós que queriam lá ir. E então, com boa vontade, mas com muito custo em levantar mais cedo que o habitual nos últimos dias, acedi.

Confesso que já não ía lá há algum tempo, mas como sempre, senti que há algo de mágico naquele lugar. Não sei se foi da minha formação católica e da prática religiosa que sempre me acompanhou desde a minha juventude, mas o que é certo, é que parece que me sinto diferente quando lá estou. Uma sensação de alívio e de plenitude por estar naquele lugar repleto de Fé.

E aproveitando a deslocação, resolvi ir a uma confissão, até para me preparar para um maravilhoso sacramento que irei ter daqui a algumas semanas. Quero, na minha Fé, sentir o coração limpo para melhor o receber e viver, com toda a felicidade que me for possível.

Fátima sempre fez parte de mim enquanto católico, e irá fazer por muitos e muitos anos, mesmo agora que a minha vida irá mudar para sempre.

29 fevereiro 2012

Andar com rodas

Ontem foi assim como mostra a foto. De Segway pela marginal do Douro. E foi uma experiência deveras interessante.

IMG_0073

Após os primeiros 30 segundos em cima da máquina, as nossas dúvidas e medos desaparecem. A coisa é mesmo fácil de operar, e o problema é quando descemos, que queremos logo voltar para ele. É engraçada a maneira como subimos e descemos ladeiras, como usamos os efeito “Vibroplate” em calçada, e nos inclinamos para a frente e para trás para acelerar e desacelerar. A descoberta do ponto de estabilidade, em que estamos parados, literalmente, também só demora uns segundos.

A parte mais interessante é em terreno plano, a acelerar desalmadamente. o Segway só atinge os 20 Km/h, mas já dá uma sensação de liberdade fenomenal.

E ao andar pelas ruas do Porto, somos realmente umas vedetas, tal os olhares de curiosos que nos vão observando ao longo do caminho. Nem imagino como será em lugares mais pequenos, como na Batalha.

Adorei andar de Segway, e acho que quero voltar a repetir. Não fosse uma máquina tão cara e pensaria mesmo em adquirir uma. Acho que a minha mãe iria adorar uma para ir ao mercado ou a minha avó para ir à missa.

26 fevereiro 2012

Hugo Cabret

Este foi o único filme candidato ao Óscar de 2012 que consegui ver antes da cerimónia oficial. E devo dizer, sem ter visto nenhum dos outros, que gostei imenso. é um filme com uma história simples, bem estruturada, que nos faz sonhar, e essencialmente muito bem feito. Daí que praticamente todas as nomeações (que são 11) sejam técnicas, tal a beleza e arte com que foi feito.

Vença ou não as categorias em que está nomeado, até porque parece que a concorrência é muito forte este ano, o que é certo é que é um filme que deve ser visto. E não me admira que se transforme num filme de culto, de um realizador que já nos habituou a filmes desta categoria.

22 fevereiro 2012

O Carnaval da Troika

No primeiro dia da Troika em Portugal, o Governo da altura liderado pelo pseudo-engenheiro Sócrates, resolveu dar tolerância de ponto na quinta-feira santa. Ora, primeira impressão de quem nos ía emprestar dinheiro: eles não estão assim tão mal, já que nós (troika) somos os únicos a trabalhar neste momento.

Passados alguns meses e num novo Governo, este decide não dar a tolerância de ponto habitual no dia de Carnaval, gerando protestos atrás de protestos. Concordo que o anúncio foi tarde, pois os preparativos para os maiores carnavais são feitos com muito mais tempo de antecedência. Não obstante, cerca de dois terços dos municípios fizeram ouvidos moucos e bora lá a desfilar na terça-feira, a dizer mal do Governo e dos políticos, que isto é sempre culpa deles.

O Carnaval coincidiu com uma nova visita da troika, que desta vez repararam num país parado no trabalho, mas em grande movimento com muita cor e folia. Ora, quem nos vê de fora a festejar desta forma, o que pensa? Que parece que a austeridade ainda não é suficiente, pois com todas aquelas medidas este povo consegue ter alegria para festas.

Devo dizer que os alemães, sérios, cinzentos e sempre carrancudos, devem ficar piursos com esta nossa alegria. Enquanto eles levam a vida sempre séria e sem diversão, mas com dinheiro, nós, os “do sul” podemos andar tesos, mas nunca nos tiram a nossa alegria. Vai daí, não me admira que ainda imponham mais austeridade para que nos tornemos de facto sizudos e desenxabidos, como quem nos empresta dinheiro parece que pretende fazer. Como se eles fossem o modelo a seguir.

Não quero com isto dizer que tudo o que façamos seja bem feito ou mal feito. Mas de facto há muita coisa que nos podem tentar tirar, mas enquanto tivermos a nossa alegria tão tipicamente latina, não há males, por piores que sejam, que nos deitem abaixo. Pois faz parte de nós e da nossa identidade. E da qual eu gosto de fazer parte.

15 fevereiro 2012

Moda de empreendedorismo

A reportagem de capa da revista Visão desta semana chamou-me a atenção. O tema era precisamente o cada vez mais crescente número de pessoas, que devido à crise, ou a querer mudar de hábitos, ou simplesmente porque sim, aderiram à “moda da marmita”.

A moda da marmita passa por levar o almoço e alguns extras a partir de casa, em marmitas. O almoço é passado geralmente na copa da empresa (a maior parte das empresas tem uma copa, e é obrigatório para empresas acima de um certo número de empregados), na companhia de outros marmiteiros, que convivem e almoçam juntos. A moda permite essencialmente poupar dinheiro, que não se gasta no almoço em restaurante ou centro comercial, e em princípio, comer mais saudável, já que é tudo preparado em casa.

Mas o que mais me chamou a atenção não é o facto de haver um crescente número de adeptos da marmita. É sim o facto de pessoas com espírito empreendedor e ideias de génio, que souberam aproveitar o mercado e a moda atual para criar negócio. Negócios que passam por vender marmitas com design e funcionalidades interessantes, e até os porta-lancheiras, com design e padrões que parecem autênticas bolsas de senhora, a condizer com os vários sapatos das mesmas.

E é precisamente nestes tempos em que toda a gente chora por causa da “crise” que se vê quem realmente aproveita as oportunidades. E são empreendedores como os descritos no artigo da Visão que são precisos para nos elevar o ego e o PIB.

25 janeiro 2012

Alimentar todos os sentidos

Esta semana fui ao restaurante de um dos júris do Masterchef português. Mais precisamente ao 100 maneiras, do chef Lubomir Stanisic, situado em pleno Bairro Alto, bem no meio da diversão noturna de Lisboa.

O restaurante (também há um bistro não muito longe com outro tipo de opções para comer e beber) tem apenas uma única ementa e é para degustação. São 10 pratos, custo fixo por pessoa, que podem ser acompanhados igualmente por uma degustação de vinhos, paga à parte.

A pergunta que nos fazem quando nos sentamos é sobre as nossas restrições na comida. Apesar de eu ser esquisito com o comer, a única restrição que coloquei foi camarão. Tudo o resto estive disposto a provar.

Prato após prato os sentidos iam mergulhando numa aventura gastronómica. É normal os olhos comerem primeiro, e comeram tal a arte com que todos os pratos vinham servidos. O nariz também sentiu os aromas agradáveis da comida. Mas o paladar, deliciou-se num mundo de sabores e texturas sem igual, onde o mais ínfimo pormenor não foi deixado ao acaso. Devo dizer que foi a melhor experiência gastronómica que tive até hoje.

DSC00311

Como pormenor, devo referir que nós éramos os únicos portugueses no restaurante, para além dos empregados. As restantes mesas, que não são muitas, estavam ocupadas com estrangeiros. O preço não é para todas as bolsas, mas como experiência gastronómica e para quem gosta realmente de comida, é um local obrigatório. E não pensem que se fica com fome, que os 10 pratos alimentam bastante, incluindo as duas magníficas sobremesas.

13 janeiro 2012

Uma digna sexta-feira 13

O dia até começou fofinho, com as minhas gatas a fazerem-me companhia de manhã. Levanto-me para aproveitar o dia relativamente cedo, e vou até ao Gabinete de Inserção Profissional, na Câmara Municipal da Batalha, para a primeira das apresentações quinzenais relativas ao Centro de Emprego.

Lá chegado, sou logo atendido, já que não há fila, e a senhora pergunta-me se é a primeira vez. Dou-lhe a folha da presença, e ela entretanto dá-me outra para preencher que mais parece um Curriculum especial. Eis senão quando, a senhora me diz que não consegue passar a declaração porque o processo parece estar Indeferido, e como tal não preciso de me apresentar em lado nenhum.

- Indeferido? Mas porque razão? Perguntei eu. Ela disse que não conseguia saber, mas para eu me dirigir à Segurança Social da Batalha para esclarecer o assunto.

E lá fui eu, onde ao ser atendido, expliquei a situação. O senhor lá conseguiu ver que tinha sido indeferido por não ter sido considerado desemprego involuntário.

- Mas qual foi a parte de “despedimento coletivo por iniciativa do empregador” que não souberam ler? Todos os papéis estão corretos e com essa informação!

- Pois, não lhe sei dizer. Aconselho-o a ligar para a Segurança Social de Leiria. Peça para falar com a secção de desemprego. Mas ligue só a partir das 14h30, que eles só atendem de tarde.

Voltei a casa, eram umas 11h da manhã. Ao tentar sair com o carro, os stops não trabalhavam. Ora, em vez de ir até Leiria resolver logo o problema localmente, tive de levar o carro à oficina. Pelo menos o problema era simples e ficou arranjado praticamente na hora. Depois do almoço, espero pelas 14h30 para ligar para a Segurança Social, tal como fui instruído. Quando peço para ligar à secção de desemprego, a resposta que tenho:

- Só funciona às sextas-feiras até às 12h30. Agora só na próxima sexta-feira!

- F0d@-s3!!!!!!!!

Lá arranco eu então para Leiria, para resolver o problema pessoalmente e in loco. Tiro o ticket de estacionamento, e eram 15h05 quando tiro a senha N76, onde ainda estava a ser chamado o N60. 16 pessoas à minha frente, nunca mais daqui saio, principalmente porque isto fecha às 16h. Enquanto espero, ligo para a Segurança Social direta, onde espero que me possam resolver o problema por telefone.

A senhora lá me pergunta uma série de dados de identificação, por questões (chatas) de segurança, e depois de lhe explicar a situação diz-me que o processo está ainda em análise. O problema, diz-me ela, é com o Centro de Emprego, que é a entidade responsável pela apresentação quinzenal, e como tal o problema deve ser com eles.

- Bolas! Lá vou eu para o Centro de Emprego de Leiria, que para quem não sabe é na outra ponta da cidade. Chego lá cerca das 15h25, e sou atendido cerca das 15h30, uma vez que não tenho que esperar na fila, dirigindo-me logo ao segurança que me pede para esperar até ser chamado. Ao explicar a situação à senhora, diz-me ela:

- Isso é com a Segurança Social!

- Mau! Mas eu vim de lá agora e disseram-me que o processo estava em análise. Que o problema era vosso. Não me apetece andar aqui a servir de bola de ping-pong!

Ela aponta com o rato no campo do monitor que mostra o processo como indeferido, e diz-me relativamente irritada:

- Está a ver? Nós não conseguimos mudar isto! Esta informação quem a dá é a Segurança Social. Eu explico-lhe o processo…

- Mas eu não quero saber como funciona o processo, quero é saber o que posso fazer para resolver a situação! Houve claramente um engano entre vocês e a Segurança Social!

- Nosso, não houve nenhum engano, que nós não conseguimos mudar o estado do processo. Posso-lhe imprimir este écran, e você vai à Segurança Social e mostra-lhes isto. Entretanto passo-lhe uma declaração de presença manual, que enquanto o processo estiver indeferido não podemos passar por computador. E daqui a 15 dias tem de vir aqui ao Centro de Emprego apresentar-se.

Às 15h45 lá arranco eu para a outra ponta da cidade novamente, onde chego à Segurança Social às 15h55, com o número N73 a ser atendido. Pelo menos ainda posso usar a mesma senha, tal como usei o mesmo ticket do parque que até já tinha expirado.

Ao ser atendido cerca de 20 minutos depois, a senhora até parece dar a entender que não sou o único na mesma situação. E após alguma conversa, vai enviar o processo para reanálise.

Espero que desta vez leiam tudo como deve de ser, para que eu não tenha de andar a saltar de um lado para outro novamente.

02 janeiro 2012

Ano novo (o da crise)

Mais um ano que passou, e mais uma vez foi passado no Porto, à semelhança do ano passado, debaixo do fogo da Avenida dos Aliados, que por pouco não o via.  E como não podia deixar de ser, em vez das detestáveis passas, foram mais uma vez 12 m&m’s, já numa tradição pessoal, que cumpriram os habituais desejos.

Desta vez os m&m’s usados foram a versão crispy, com arroz tufado no interior. São os meus preferidos, e como são maiores que os de chocolate usados nos anos anteriores, pode ser que o ano seja também ele melhor.

E que desejos para o ano que agora chegou? As coisas normais. Já sei que irá ser um ano de grandes mudanças, a começar por profissionais (já relatadas aqui), e portanto os desejos virão por arrasto. Trabalho, saúde e amor, é o que interessa. Felizmente nestes dois últimos estou bem servido, até pelos recentes testes ao coração. O trabalho logo se resolverá, até porque não sou pessoa de baixar os braços, nem sequer de desesperar com a situação.

Portanto, num ano que se prevê de “crise”, para os meus lados é um ano de mudança. E não são as crises janelas de oportunidade para efetuar mudanças nas nossas vidas? Pois então, vem mesmo a calhar.