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29 junho 2012

Não se trabalha, colabora-se.

Durante a minha pesquisa de emprego, que ainda decorra à data deste post, verifico que a maior parte das empresas da minha área de competências, quase todas elas ligadas à consultoria e outsourcing, não têm trabalhadores. Têm sim algo completamente diferente a que chamam colaboradores. Em termos práticos, a diferença é nenhuma. A minha teoria é que essas empresas acham que trabalhador é uma palavra demasiado comunista para ser aplicado a um trabalho, perdão, uma colaboração, que tem tudo de capitalista.

Na iminência de também eu vir a ser um colaborador de uma dessas empresas, já me imagino com o meu discurso depois de um dia de trabalho, perdão novamente, um dia de colaboração, ao chegar a casa:

- Então, que tal foi o teu dia de colaboração?

- Foi bom, mas temos muita colaboração pela frente. E ainda por cima ganhámos um projeto novo em que vou ter de colaborar em acumulação com a colaboração que já tinha antes.

- Mas vais fazer isso sozinho?

- Não. Vou ter de colaborar com o Zé, que é um tipo porreiro, e com o Quim, que não gosto nada de colaborar com ele.

- Então porquê?

- Porque ele tem uns métodos de colaboração estranhos, e que não costumam resultar muito bem quando tem de colaborar com outras equipas.

E assim sucessivamente…

Se alguém souber a razão pela qual se deixou de trabalhar para passar a colaborar, agradeço que me informe. É que estou realmente curioso, e dá muito trabalho, perdão, muita colaboração, investigar isso.

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