Para que os pensamentos não se percam no éter, e o fumo do pensamento não ande por aí espalhado.

30 dezembro 2013

Têm reparado…

…que este blog tem andado muito discreto? Ou seja, os artigos são publicados muito menos frequentemente do que eram? Há uma razão muito simples para isso. Chama-se Luís Afonso, e o mesmo ocupa quase todo o tempo livre, tanto do pai como da mãe.

Agora que ele está mais crescido, esperam os pais, já depois da fase das cólicas, pode ser que as coisas mudem. Mas pelas experiências de outros pais que vamos ouvindo por aí, temos algumas dúvidas que fique mais calmo. Pelo que temos sentido, a tendência é mesmo piorar.

Mas posso dizer que nos primeiros três meses de vida, a experiência tem sido muito boa. Estamos ansiosos pelos próximos meses.

27 outubro 2013

O Arroto

Há certos pormenores culturais que nos impedem de exprimir os nossos desejos. Ao contrário de certas culturas mais orientais, em que arrotar após uma refeição é quase obrigatório, em sinal de satisfação, na nossa cultura mais ocidental é visto como uma grande javardice e falta de respeito. Excepto quando somos bebés.

Quando somos bebés, não interessa qual a cultura onde somos criados. É praticamente obrigatório arrotar. Para que os pais não entrem em maluqueira compulsiva com os sucessivos bolsares. Arrotar é sinal que após a refeição, o bebé vai ficar mais descansado, com menos dores intestinais e chorar menos.

E há que dizê-lo, enquanto somos bebés, quase tudo é permitido, porque somos uns queridos e uns fofos. Mesmo algo que conforme vamos crescendo passa a ser socialmente condenável. Ou seja, a vida fica cada vez mais injusta.

21 outubro 2013

O bolsar

A rotina diária de cuidar do júnior inclui trocar fraldas, mimá-lo (um momento sempre agradável também para os pais que se sentem ainda mais babados) e dar-lhe de comer. Após o comer, é necessário esperar um pouco até que saia um arrote daqueles que enchem um homem de orgulho, antes de o deitar.

Só que é rotina também habitual do júnior, bolsar o leite. E os momentos não têm aviso, podendo acontecer em qualquer momento. E o júnior escolhe precisamente os melhores momentos. Aqueles em que acabamos de colocar um lençol novo na cama, ou em que estamos com uma roupa lavada acabada de vestir antes de sair de casa.

Parece que revira os olhos e a cabeça para ambos os lados na tentativa de verificar o que está mais limpo. Só para poder marcar os seu território com uma bolsadela, dizendo com um sorriso de satisfação: isto é meu.

10 outubro 2013

E na terceira semana de vida…

… começam as cólicas! E o problema é maior porque ninguém sabe exactamente o que são as “cólicas”. O bebé chora, mas não tem fome, nem frio, nem calor, nem dores, nem febre, nem cocó, nem gases, nem está preso, tem mimos… e mesmo assim chora até ficar em apneia, de forma interminável e durante o tempo suficiente para os pais pensarem em saltar da varanda do 5º andar. Como não se consegue explicar do que se trata, então são cólicas!

Apesar de não se saber o que são nem como são originadas (há muitas teorias por aí, se calhar é uma mistura de todas elas), sabe-se que começam na 3ª semana de vida, duram até 3 horas de choro, acontecem pelo menos 3 vezes por semana, e terminam por volta dos 3 meses. São as regras dos “quatro três”, como os pediatras lhe chamam.

O que quer dizer que ainda vamos ter de o ouvir chorar muito sem qualquer razão durante bastante mais tempo…

02 outubro 2013

Cocó a jacto!

O meu filho, todos quantos o veem, acham que tem o nariz da mãe, mas o restante do rosto sai ao pai (sim, estou a babar-me). Pois nesta altura já deu para ver que também no trato intestinal sai ao pai, pois não sente dificuldade nenhuma em fazer cocó.

E além do cocó consegue mandar umas bufas bastante audíveis, usando inclusive uma adorável expressão de felicidade e alívio, que deixam o pai cheio de orgulho!

Uma destas noites, enquanto o pai lhe trocava a fralda, por sinal limpa, resolveu dar um ar da sua graça. Geralmente quando são meninos, como é o caso, acontece o descontrole do pirilau que resolve marcar território aleatoriamente para onde está virado. Não foi o caso. No caso o que saiu foi mesmo uma bufa audível, com a sua expressão de felicidade e alívio, mas acompanhada de um jacto poderoso de cocó, que resolveu sujar o resguardo do muda fraldas, e deixar as marcas na roupa do pai.

Escusado será dizer que após o orgulho, o pai caiu na realidade de que irá ter que passar por momentos semelhantes muitas vezes. Veremos se o orgulho se mantém.

01 outubro 2013

Sobrevivi à primeira semana de paternidade!

Quando converso com amigos sobre os sues filhos e como passaram as primeiras semanas, é bastante normal ouvir experiências que me deixariam logo com medo de ser pai, e até de optar pela adopção de uma criança já crescida para evitar estes primeiros tempos que fazem tanta gente queixar-se.

Que as crianças nesta altura só comem, dormem e fazem xixi e cocó, já se sabe. Nada de anormal, e é o esperado. Ouvir os pais queixarem-se que não dormem nada, que são tempos muito maus, etc., fazem-me perguntar, então porque é que se tem filhos?

No meu caso não me posso queixar muito. É difícil, mas como tudo na vida, nada que não se faça. É preciso algum cuidado na interacção com a criança, mas não é necessário tratá-la como se de um objecto de porcelana raríssima se tratasse. Requer essencialmente uma grande habituação às novas rotinas da casa, que são impostas por ele. É tão pequeno, e consegue deixar dois adultos completamente de rastos durante o dia.

Mas pegar nele e sentir que é realmente um ser tão frágil e inocente, encostá-lo ao coração e olhar para ele na sua paz de anjo enquanto dorme, é um prazer que supera qualquer dificuldade que se sinta. E são esses pequenos prazeres que nos dão a energia para continuar na rotina por ele imposta. Porque ele merece.

30 setembro 2013

Um bloco a perder folhas

Se é verdade que nunca fui simpatizante do Bloco de Esquerda devido essencialmente às suas políticas trotskianas que geralmente abordam assuntos que não interessam a praticamente ninguém, também é verdade que tenho saudades dos tempos em que Francisco Louçã mandava naquilo.

Com a saída de Louçã e a direcção bicéfala de Semedo e Martins, o Bloco actualmente parece um clone do Partido Comunista, sempre a bater na mesma tecla de desgraça e do contra, mas essencialmente, perdeu a sua piada. As políticas com Louçã poderiam ser na mesma inúteis, mas pelo menos tinha alguma piada ouvi-lo falar, e sempre agitava de vez em quando a Assembleia da República, fosse qual fosse o Governo que lá estivesse.

Desde a sua saída, talvez consequência do mau resultado das últimas legislativas em 2011, ou mesmo por opção, o que é certo é que o Bloco ficou cinzento, sem graça, com nenhuma imaginação e um discurso de Compact Disc riscado (O PCP continua na versão cassete).

Talvez resultado disso, nestas eleições autárquicas continuou a perder influência e a piorar resultados. Parece que o povo está mesmo farto de os ouvir.

24 setembro 2013

O Milagre da Vida

E às 16 horas do dia 22 de Setembro de 2013, a vida mudou para sempre.

O Milagre da Vida aconteceu. Ver nascer o Luís Afonso foi o culminar de 8 meses (sim, é prematuro) de gestação, que acompanhei desde que ele media apenas 3 mm. A mãe, que tem a sua quota parte na criação, e toda a responsabilidade na gestação, foi quem o transportou e quem mais sofreu durante este tempo, e até durante o parto.

O momento da notícia de que estava na hora bate cá bem no coração, e toda a ansiedade, que eu já pensava que era enorme, toma outras proporções. Não sei bem o que pensei, mas sei que era bom. Que era um momento de alegria que estava para acontecer.

Acompanhar a mãe no momento de dar à luz, dando-lhe, acho que inutilmente, alguma força para conseguir passar todo o momento com o mínimo de esforço, passa a correr. Entre pensamentos de inutilidade e piadas mal feitas que só aumentam a irritação dela, não fossem as drogas maravilhosas que existem para estes casos, e acho que as hormonas me teria dado uma valente bofetada.

E ouvir o primeiro choro, como sinal que tudo estava, aparentemente, bem, traz uma sensação de alívio, a ansiedade desaparece, mas em seu lugar vem a emoção, a comoção, e uma felicidade que não existem em poema nenhum ainda devidamente descrito.

O acto de cortar o cordão umbilical, apesar de simbólico, dá aquela sensação de que também eu contribuí para o evento. Mas por mais que eu queira pensar assim, não tem qualquer comparação com a força que a mãe teve para o fazer.

São estas obras da Natureza que nos fazem acreditar que ela é realmente maravilhosa. Que a vida é bela, e que, sendo nós tão imperfeitos, conseguimos trazer ao mundo um ser que tem tanto de frágil como de perfeito. Que é também a nossa melhor obra, e por isso mesmo nos enche tanto de orgulho de o termos connosco, a completar as nossas vidas. Uma vida a três.

03 setembro 2013

A Microsoft fintou a Apple

Num artigo publicado na Forbes, o autor do mesmo dá as suas justificações, na minha opinião quase todas válidas, para que a Apple, gigante da tecnologia, mas neste caso, apenas dos telemóveis, comprasse a Nokia.

Nas razões, detalhadas no artigo estão as patentes da marca finlandesa, as aplicações de mapas, a Wireless TV e a hipótese de derrotar definitivamente a Microsoft para fora do mercado neste segmento.

Não sei se à altura do artigo a Microsoft já tinha na manga a cartada de hoje de manhã, em que pelas razões semelhantes às apresentadas no artigo, comprou a Nokia. Quer o tenha antecipado ou não, a Microsoft fintou a Apple. Mantêm-se dentro do jogo dos smartphones (o Windows Phone está a uns escassos 3% abaixo da cota de mercado da Apple nos países do Norte da Europa), fica com os direitos das patentes, talvez o recurso mais valioso da Nokia neste segmento, e adquire o controlo total do hardware onde corre o seu, quanto a mim, muito bem desenhado, sistema operativo de smartphones.

Pelo meio as acções da marca finlandesa, que estavam a afundar quase ininterruptamente durante longos meses, tiveram uma subida repentina de 40%.

Parece que, afinal de contas, tanto a Microsoft como a Nokia se mantém vivas.

02 setembro 2013

A Constituição da Discórdia

Muito tenho lido sobre a decisão do Tribunal Constitucional relativamente à lei da mobilidade. Há a fação a favor da decisão (e consequentemente opositora da lei e essencialmente do Governo) e a fação contra a decisão. Mas o que mais me intriga nestes dois lados da fação é sentir que a própria Constituição da República Portuguesa, outrora apelidada de “a mais completa do mundo” (sabe-se lá o que quer dizer o “completa”), está a dividir os portugueses.

A Constituição deve servir de base para as leis de qualquer Estado Democrático. Deve definir princípios de liberdade e igualdade para todos. Mas chegados a um ponto em que metade dos portugueses acham que só atrapalha o país, não estaria na altura de rever essa mesma Constituição para que fosse de novo a Constituição de todos os portugueses?

Não devemos esquecer em que altura é que a mesma foi escrita, num período pós-ditadura, em que o povo estava ébrio da liberdade conquistada. Os ideais estão todos lá, é verdade, e os princípios básicos devem sempre lá constar. Mas a época é outra, e é necessário evoluir. A evolução não é uma coisa má, foi à custa dela que deixámos de ser quadrúpedes.

Dada a sua “completude”, pergunto-me se alguém, além dos juízes do palácio Raton, que o fazem por obrigação, já alguma vez leu a Constituição. Julgo que a mesma deveria ser simples o suficiente para todos a saberem de cor. E quem sabe se assim, ainda seria preciso um Tribunal para analisar a Constituição.

01 setembro 2013

Fotos digitais de antigamente

O despertar da fotografia digital, e principalmente o constante baixar de preço dos equipamentos, levou a que haja um boom de pseudo-fotógrafos. Toda a gente é fotógrafo, toda a gente tem milhares de fotografias digitais, centenas publicadas em serviços online, incluindo no Facebook, e alguns até se aventuram a fazer serviços como profissionais, depois resultando em grandes barretes.

Não me faz confusão nenhuma, que até sou bastante dado a inovação tecnológica. Tenho igualmente câmaras digitais (mais que uma) e alguns acessórios extra, que fui adquirindo ao longo do tempo. Ao longo deste tempo tenho a noção que não quero nem tenho pretensões de ser um fotógrafo profissional, mas isso não me impede de querer aprender sempre mais qualquer coisa e melhorar tanto o olhar como a técnica.

Aquilo que me faz confusão é a a profusão de fotografias, bastantes tiradas sabe-se lá com que equipamento topo de gama, com sensores que fantásticos a captar a cor e a luz, e que depois são transformadas em fotos super-saturadas do instagram, ou deslavadas de cor por um efeito qualquer, ou imitações autênticas de polaroids, com a sua gama de cores limitadas.

Pergunto eu, se é para isso, para que querem o material topo de gama?

25 agosto 2013

A Gaiola Dourada

O filme do filho de emigrantes em França, Ruben Pinto, já é o mais visto de sempre do cinema, vá lá, português. Criando as personagens como uma homenagem aos seus próprios pais, também eles uma porteira e um trabalhador das obras, o realizador conseguiu com uma história simples e bem humorada receber todos os elogios.

Isto prova que para o cinema ser bom não é necessário realizações de planos estáticos demorados, histórias em que é preciso tirar um curso de literatura para perceber o mínimo de significado, nem exibir o filme à porta fechada para meia dúzia de espectadores.

O cinema português pode e deve ser tão bom quanto os restantes, sem ser itelectualóide, chato ou exclusivo para minorias. Porque afinal de contas, quem o deve pagar é o espectador e não o contribuinte.

A Gaiola Dourada–offical trailer

31 julho 2013

Liberdade, mas com limites…

Para os mais esquecidos, e isto já não é do meu tempo, mas houve uma altura em Portugal em que para dizer o que se pensava tinha de ser às escondidas, bem longe dos olhares mais observadores e inquisidores, ou então simplesmente não dizer nada, para não haver problemas de qualquer espécie. Depois veio o 25 de Abril e foi uma maravilha, liberdade, incluindo a de expressão, para todos.

Até aos dias de hoje.

Parece que voltámos aos tempos inquisidores de há 40 anos. Se na altura, como em qualquer altura, era necessário medir muito bem o que se dizia, para não ser preso ou ostracizado pela polícia política, hoje, tem de se ter igualmente o mesmo cuidado para não ser publicamente linchado.

Em todas as épocas, e de todas as pessoas, há as opiniões interessantes, as simplesmente estúpidas, passando pelas descabidas e até por aquelas que, no seu devido contexto, devem simplesmente ser desprezadas, já que dar-lhes mais que isso é torná-las mais importantes que aquilo que são.

Mas o povo, pelo menos algum, anda melindrado. Curiosamente, aqueles que mais apregoam os valores de Abril, são precisamente aqueles que mais depressa tomam o lugar da frente no pelotão de linchamento.

Será que sou só eu que noto aqui uma certa ironia com uma ligeira dose de intolerância à mistura?

26 julho 2013

Um Papa irresponsável?

Não posso negar que gosto de ouvir o Papa Francisco. Gosto das suas palavras sábias (e pensadas). Gosto do seu visual mais terreno e menos divino. Gosto da sua atitude e da sua vontade de estar sempre junto dos fiéis. Mas há algo que me causa algum desconforto.

Apesar de querer ser sempre terreno, próximo, bem à maneira dos Jesuítas, o Papa Francisco não pode deixar de se lembrar que é o Papa. E sendo Papa, por mais que queira continuar a sua vida de forma normal, não será possível. Porque onde quer que vá, multidões o seguirão, não apenas para o ouvir, mas para estar bem próximo dele. E quando alguém muito famoso e importante vai a algum lugar muito povoada, como a rua principal de Copacabana, tem de estar preparado para isso.

Aparecer de surpresa num carro normal no meio do trânsito citadino e parado num cruzamento, faz com que multidões se aglomerem o mais próximo possível para obter um sorriso, uma foto, um toque ou uma palavra. E aglomerados de gente levam à desgraça de alguns, entre esmagamentos e pisadelas, que por pura sorte não aconteceu naquele cenário.

Quero que Francisco continue a ser terreno como é. Mas essencialmente quero que seja Papa.

02 julho 2013

A culpa foi do Excel

Ao fim de 741 dias, e para agrado de muitos (mesmo assim muito menos que eu imaginava, dada a quantidade de opiniões que tenho lido) eis que Vítor Gaspar se demite.

Sempre pensei que ele estava no Governo para dar a cara pelas coisas “más”, enquanto que os restantes ministros trabalhavam sem qualquer perturbação por parte da opinião pública, dos sedentos de poder e de votos partidos da oposição, e dos sanguinários media. Mas parece que a sua paciência chegou ao fim, ainda antes da nossa. A minha, no lugar dele, já teria esgotado há muito muito tempo.

Um bom exemplo foi a TSU, que toda a gente criticou quando foi proposta, mas que passados uns meses já se tinham arrependido. Pelo meio uma fórmula do Excel mal feita no resgate da Troika (malvada Microsoft, a querer enganar-nos!) acabou por ser o bode expiatório e o motivo de gozo de todos.

Paulo Portas acaba também ele por ser promovido, pois passa a nº2 do Governo. Nunca engoliu muito bem o facto de ser apenas nº3, e passava todo o tempo a dar uma cravo outra na ferradura, com birra de menino mimado, servindo-se de Vítor Gaspar como saco de pancada. Em quem vai bater agora, já que, dizem as regras, que não se bate em senhoras?

No meio disto tudo, até pode haver quem fique contente com a saída de Vítor Gaspar, e admito que tem razões para isso, mas reduzir os problemas que o país tem ao ex-ministro das finanças, é tentar branquear todo um país que advoga direitos de conquista democrática, sem nunca se referir aos deveres necessários de cumprir para atingir esses direitos. Quem tenta alterar os direitos para endireitar este burgo, tem morrido sempre a caminho, seja de um desastre de avião ou de cansaço e desgaste, como foi o caso.

30 junho 2013

Um mundo totalmente novo

A chegada de uma nova vida nos próximos meses leva-nos a que neste período que falta a conhecer o mundo totalmente novo das lojas de bebés e das secções de bebé das grandes superfícies.

E devo dizer que a indústria não anda a brincar em serviço. Apoiada primeiro pela legislação de segurança para a circulação rodoviária, e depois por um marketing muito agressivo que puxa ao sentimento de protecção e de mimo dos pais, há toda uma panóplia de utensílios e acessórios para bebé que nunca imaginei que houvesse. Nem quando andava a procurar presentes para os filhos dos amigos.

A incursão neste mundo novo implica uma absorção de informação que deixa os olhos enevoados e os neurónios em curto-circuito. Ele é cadeiras (Grupo 0+, Grupo 1, Grupo 2 e 3) babycocks, mais conhecidas por ovo, cadeira de passeio, armações, alcofas, berços, camas de grades, quartos de bebé, cómodas, com banheira, sem banheira, com tocador, sem tocador, bolsa marsupial, chupetas, biberões, intercomunicadores, toda uma gama de roupa em tons de rosa ou de azul bebé… isto só as coisas e termos mais comuns. Imaginem a quantidade de coisas “menos comuns” que há… Quase que dá para perguntar, como é que nós nos criámos sem isso!

Suponho que todos os pais passam por isto mais cedo ou mais tarde, principalmente quando a falta de experiência assim o obriga. Parece, pois, que também chegou a minha vez.

17 junho 2013

A realização de um Homem

Diz a gíria popular que um Homem precisa de 3 coisas para se sentir verdadeiramente realizado: plantar uma árvore, escrever um livro e fazer um filho.

Posso dizer que ao longo da minha vida já plantei várias árvores, provavelmente algumas por acidente. Portanto, está feito.

Considerando que escrevo os meus diários de viagem já de há vários anos para cá, e mais recentemente este blog, apesar de ser um “livro” digital, considero que esta tarefa também está feita.

E para culminar da realização, aquela que me deixa mais feliz é sem dúvida saber que a família vai crescer, com a descendência directa. Por isso, posso-me considerar um Homem realizado!

05 junho 2013

Peseiro, Heynckes ou Ferguson?

O Benfica renovou com Jorge Jesus. Após os desastres mais ou menos azarados do final da época, ficou periclitante a posição do técnico dentro do Benfica, e até mesmo dentro do balneário. Bastou ver a falta de respeito do Cardozo, mesmo sabendo-se que os sul-americanos têm sangue nas ventas.

Foi um final de época em que os invejosos da segunda circular e os enteados do sistema do norte compararam JJ a José Peseiro, aquando da sua passagem pelo Sporting em 2005. Nesse ano, também o Sporting esteve quase a ganhar tudo, e acabou por tudo perder.

Eu prefiro pensar no JJ como a versão benfiquista de Jupp Heynckes. No ano passado, Heynckes e o seu Bayern de Munique esteve quase a ganhar tudo, e tudo acabou por perder no fim. E este ano, mantendo a mesma estrutura directiva e técnica, esse mesmo treinador e essa mesma equipa limpou tudo o que havia, incluindo uma Liga dos Campeões em que empurrou o Barcelona para a terra. Tenho esperança que a continuidade de JJ, que além de colocar o Benfica a jogar um futebol atractivo, o leve a aprender com os próprios erros, e leve o Benfica aos títulos que merece. E quem sabe, transformar-se na versão portuguesa de Alex Ferguson, recordista mundial de permanência como técnico de um clube de futebol (não esquecendo Paco Fortes, tantos anos à frente do Farense, enquanto este existiu).

03 junho 2013

Windows Phone

Na empresa onde trabalho, foi-me atribuído um telemóvel. Entre dois ou três modelos disponíveis, escolhi o Nokia Lumia 710, que traz como sistema operativo o Windows Phone.

Depois de ter experimentado Symbiam, mesmo nas versões mais recentes, de conhecer o iPhone e até o recomendar a muita gente, e de ser utilizador profundo de Android, faltava-me o Windows no Curriculum.

E devo dizer, que ao contrário do que muita gente pressupõe, o telemóvel é rápido e não mostra ecrãs azuis. Apresenta os menus de forma simples. Já ouvi críticas que apenas tem dois desktops, quando no Android ou no iOS se podem ter bastantes. Mas ao contrário dos anteriores, esses desktops do Windows deslizam na vertical, por isso não creio que haja diferença. Um dos desktops é o menu iniciar, à semelhança do que vemos no Windows 8, o outro desktop é a lista ordenada alfabeticamente de todas as aplicações instaladas.

O telemóvel é rápido a responder, a qualidade de construção é boa (é um Nokia, para todos os efeitos), a câmara é muito aceitável, e aqui admito que o iPhone bate qualquer outro aos pontos, e claro que tem as suas limitações, e que requer habituação, tal como todos os outros. Só não percebo porque raio é a malta tão avessa a habituar-se a um Windows Phone, mas num iPhone ou num Android já estão disponíveis para perder algum tempo para o fazer. Mais uma vez, preconceitos.

A grande falha é de facto a quantidade de aplicações disponíveis. Mesmo com o mercado da Nokia juntamente com o do Windows, a quantidade de opções de aplicações disponíveis, mesmo pagas, fica muito aquém dos outros sistemas.

Para que o Windows Phone consiga vingar no mercado, é essencial que a Microsoft invista no desenvolvimento de aplicações. Hoje, se eu fosse comprar um telemóvel, não iria comprar um Windows Phone simplesmente por ser limitado no número de aplicações. Porque em tudo o resto, estou convencido.

15 maio 2013

Bela Gutman é que sabe!

Foi quase! Foi mais uma vez, quase! O Benfica fez um jogo muito bom perante o ainda campeão europeu Chelsea, mas quando se joga a este nível é nos detalhes que tudo se decide.

Apesar do domínio quase total do Benfica, faltou muita confiança no momento do remate. Os jogadores parece que preferiam passar a bola em vez de tentar meter na baliza. Como se não soubessem que para marcar golos é preciso rematar. E na hora do remate, ou saía rosca, ou havia ressalto e a bola acabava por teimar em não ir para a baliza.

Gosto de ver o Benfica a jogar como jogou, mas preferia que tivessem apenas dois ou três remates à baliza, mas que fossem certeiros, mesmo que o jogo não fosse tão artístico.

Perder assim custa muito, num detalhe e no tempo de compensação. A maldição de Bela Gutman ainda perdura e não parece fácil de quebrar. Espero que este Benfica continue a ser grande na Europa e que possa nos próximos anos chegar longe, e mesmo conquistar os títulos que ainda lhe faltam ganhar.

29 abril 2013

O título à vista

Foi uma vitória muito sofrida naquele que pode ter sido o embalo definitivo para o título tão ambicionado de Campeão Nacional de futebol. Além de representar o culminar de uma época praticamente brilhante, pode revelar uma inversão de ciclo futebolístico, onde a hegemonia do rival do norte tem sido imbatível.

Com Pinto da Costa mais adormecido do que é costume, talvez por causa da namorada jovem brasileira que já o fez substituir uma válvula do coração, o Benfica mantém-se no topo da classificação.

E ao contrário do que querem fazer crer, principalmente os invejosos do outro lado da 2ª circular, é por mérito próprio. Tal como nos recentes e infelizmente poucos títulos dos últimos anos, onde o mérito ou era do túnel, ou do árbitro, ou do local do jogo, ou do que quer que seja, este ano parece que o mérito é de novo do árbitro, e apenas de um, e não de tudo o que está por trás do actual Benfica.

Um período de jejum de 11 anos serviu para sanar as contas e a reputação do Benfica a nível internacional, e por isso, a estrutura, termo que tanto se usa lá para os lados do Norte, ficou mais sólida e com isso os títulos aparecem naturalmente.

Por isso, está na hora de ocupar de novo o lugar que só fica bem ao Benfica, sempre lá no topo!

26 abril 2013

Onde está a soberania?

Ouve-se muito nos noticiários e nos media a questão da soberania nacional. O cúmulo foi o “herói para muitos” Otelo Saraiva de Carvalho a defender Salazar (os deuses, ou pelo menos o OSC, devem mesmo estar loucos), que este defendia mais a soberania nacional que o actual Presidente da República.

Eu pergunto, mas qual soberania? Como é que podemos ser soberanos se ao longo de toda a nossa história só sabemos viver à custa da riqueza dos outros? Vejam-se os exemplos ao longo da história de Portugal. Não fossem os descobrimentos, e já sem território para conquistar, teríamos sido obrigados a trabalhar internamente. Assim, enquanto houve ouro do Brasil, diamantes e marfim dos países Africanos ou pimenta da Índia, fomos realmente uma grande potência mundial.

Quando tudo acabou e se perdeu o Império após a Revolução dos cravos, não havia mais fontes de receita. Solução, pedir emprestado a quem tinha dinheiro, continuando sem investir internamente. Não é por acaso que é a terceira vez desde o 1974 que o FMI nos empresta dinheiro. Simplesmente, não somos capazes de viver sem ele, mas continuamos a não o saber usar da melhor maneira.

Soberania? Sempre ouvi dizer que quem paga é quem manda, e por isso não há que haver dúvidas em relação à soberania. Se queremos mesada, temos de nos submeter. Ou então trabalhar para a ganharmos por nós próprios, mas isso parece que dá muito trabalho!

09 abril 2013

O peixe também é Gourmet

Decorre em Lisboa nesta semana o evento Peixe em Lisboa, que é essencialmente um evento semelhante ao já bastante divulgado Essência do Gourmet do Porto, com a pequena nuance de ser apenas dedicado ao peixe (e para mal dos meus pecados, ao marisco).

Como amante da culinária que sou, aproveitei o sábado passado para lá ir explorar, comer e essencialmente aprender a cozinhar melhor.

O primeiro corredor do pátio da galé apresenta o mercado Gourmet, cheio de produtos tradicionais e utensílios, alguns com provas de degustação tanto de comidas como de vinhos. E até os maravilhosos gelados Santini lá estavam. Em volta o átrio principal, onde estavam montadas as mesas de restaurante, estavam uma séria de tasquinhas a servir comida, de chefes mais ou menos famosos como Justa Nobre, Vitor Sobral ou José Avillez.

E a parte mais interactiva, estava disposta em pontos estratégicos, onde os visitantes podiam ir aprender, vendo ou mesmo ajudando a confeccionar deliciosas iguarias, todas com base no peixe e produtos do mar.

E no fim de toda a comida saudável e bem preparada, mais umas páginas do meu moleskine de receitas, com alguns truques e dicas interessantes.

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Lombos de bacalhau com chourição e pão de azeitonas.

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Vieninhas com meia desfeita de bacalhau

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Corneto de lavagante com guacamole

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A apresentação da Chef brasileira Bella Masano

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Peixe-espada preto em panko com banana e molho tártaro

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Na aula da equipa do chef Chakall (sim, do próprio!)

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Tanaki de atum com brunesa de legumes e azeite de chouriço.

07 abril 2013

O primeiro artigo público

Há alguns dias foi-me pedido na empresa para escrever um artigo de opinião sobre o Cloud Computing, para ser publicado numa revista de informática. A empresa tem uma cooperação cm a revista e de vez em quando até é publicado um artigo escrito por um dos meus colegas. Desta vez, fui o escolhido, e o tema foi mesmo o que já citei.

O tema é muito vago e pode dar para muitos caminhos e ainda mais artigos. Tanto mais que acabei por escrever dois artigos diferentes sobre o assunto, e escolhi um deles para publicação. O outro fica para uma próxima vez, se o tema for o mesmo.

Para já, e não contando com o que escrevo neste blog, que é um blog de opinião pessoal sobre vários assuntos, foi o meu primeiro artigo publico oficial, e devo dizer que acho que não saiu nada mal. Veremos  se é para continuar.

No entretanto, podem ler o artigo aqui.

19 março 2013

De Lisboa para o Mundo

A Deolinda deixou o bairro lisboeta e partiu para o mundo.

O terceiro álbum de originais dos Deolinda está quase a sair, e no primeiro single já se podem ouvir as sonoridades límpidas dos irmãos Martins, ao ritmo da música do mundo.

Ainda sem acesso ao álbum completo, este single deixa prever que a Deolinda abriu os seus horizontes, sem nunca deixar as suas raízes. As bases de fado estão lá, mas agora fundem-se com outros sons, tal como no vídeo se fundem os vários estilos de dança, com Ana Bacalhau a participar graciosa, colorida e sorridente.

17 março 2013

Os desastres do Amor

Era este o título da peça em cena no Teatro Nacional de S. João. Pouco tempo após de de começar se revelou num verdadeiro desastre, pelo menos para quem contava com uma tarde de Domingo bem passada.

Nada a apontar aos actores, onde constam nomes como o da excelente Rita Blanco, mas mesmo para uma peça que não é humorística, falta-lhe muita acção. Na plateia estava Manoel de Oliveira, o cineasta centenário, e para ele até deve ter passado demasiado depressa.

A história até que não é má de todo, tem muitas personagens metafóricas, retiradas de textos de Pierre de Marivaux, se bem que algures a meio se misturam de uma maneira demasiado rebuscada.

O Teatro, além de arte, deve ser entretenimento. A arte é um conceito subjectivo, mas quanto ao entretenimento, não me senti nada entretido. E além disso, quem é que diz que para ver uma peça de teatro tem que se saber falar fluentemente italiano, castelhano e francês? Em inglês, ouve-se apenas um mísero “fuck”, e a maior parte da peça era de facto em português. Mas devia ter sido toda!

Concluindo, foi um desastre de Domingo, numa peça de teatro que não recomendarei a ninguém.

01 março 2013

Pedras Salgadas

O que pensamos quando falamos em Pedras Salgadas? Naquela água com bolhinhas que nos alivia o estômago de alarve, para além de uma sensação da sensação de frescura natural quando estamos com sede.

Numa recente visita ao Parque Natural das Pedras Salgadas, situado no Norte de Portugal, podemos visitar um parque muito bem tratado, onde se situam as termas das águas alcalinas das Pedras Salgadas.  O parque (e a marca de águas) foi comprado recentemente pela Unicer, dona da Super Bock, que tenta revitalizar o projecto, mantendo o parque muito bem arranjado, e tentando explorar o filão ainda existente do turismo de habitação, principalmente nos turistas estrangeiros.

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O parque é uma área muito ampla de jardins, onde se incluem as termas, recentes cabanas de madeira para habitação de turismo, a fábrica onde são engarrafadas as águas, e inúmeras fontes, entre as quais…a fonte.

A fonte de onde brota a água das Pedras Salgadas, existe mesmo mas… está fechada. Só abre no Verão e a água é controlado por meio de umas bombas e uma torneira, onde uma senhora oferece um copinho de água das pedras aos visitantes.

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Confesso que me senti completamente defraudado. Para quem como eu está habituado a ver uma fonte de água sempre a jorrar e de uso quase livre, ver assim esta fonte tão especial foi uma verdadeira desilusão.

Para continuar a beber água das pedras, tem mesmo de ser a versão engarrafada na fábrica. Que a outra, a original, é uma fraude.

24 fevereiro 2013

Óscares 2013

Este ano não tive tempo de ver quase nenhum dos filmes candidatos ao grande Óscar (o de melhor filme). Porque tardam em estar disponíveis em DVD ou no MEO, e infelizmente não consigo ir ao cinema todas as semanas, tanto por questões de agenda como de finanças.

Os únicos que vi foram o  Argo e o Lincoln. Diferentes. Bons. Lincoln muito bem interpretado pelo sempre candidato a Óscar Daniel-Day Lewis, que muito com sotaque coloca na personagem. E sendo baseado em factos históricos, não deixa de ser curioso que o partido que apoiava a escravatura seja precisamente o do primeiro presidente negro da história dos EUA.

Argo tem uma narrativa muito mais interessante e cativante. Tem mais acção, mais intriga e muito mais suspense, que nos prendem ao écran à espera do final. Que chega bem mais depressa que no filme descrito anteriormente.

Não pude ver os restantes nomeados, mas se tivesse de escolher entre estes dois, o Ben Affleck e o seu Argo levariam o Óscar.

Vamos ver como corre a cerimónia, com a irreverência do politicamente incorrecto Seth MacFarlane na apresentação. É sempre pena dar demasiado tarde.

11 fevereiro 2013

A resignação do Papa

Confesso que não compreendo a indignação mais ou menos generalizada pela anunciada resignação do Papa Bento XVI. Primeiro reclamam quando ele foi eleito, agora que o homem se vai embora, reclamam novamente?

Um pouco mais a sério, eu concordo que ele resigne. O cargo de Papa deve ser tudo menos fácil, não só pelo que ser Papa representa, mas por tudo o que exige em termos de ideias e trabalho. É certo que o Papa não faz tudo sozinho, e tem dezenas de conselheiros. Para mim, estando eu cansado devido à idade avançada, para tarefas tão exigentes, faria o mesmo. Se os reis o fazem, porque o Papa não o pode fazer? O Papa João Paulo II aguentou até ao último momento, mas com que lucidez e capacidade é que conseguiu gerir a Igreja nos seus últimos anos de vida?

Só posso criticar é o momento escolhido, pois sendo a Páscoa a celebração mais importante da Igreja, e a base da sua estrutura, poderia ter adiado o anúncio por mais um mês.

A divindade do Papa está no facto de ele também ser Homem, e com isso ter todas as fraquezas e virtudes da Humanidade! E a coragem demonstrada no anúncio mostra que Ratzinger foi um Papa diferente. Para bastante melhor que aquilo que todos previam. Espero que o Vaticano saiba escolher o próximo Papa com sabedoria.

28 janeiro 2013

Trabalho e tempo livre

A Lei de Murphy funciona sempre. Em qualquer situação, sem excepções. Incluindo no mundo do trabalho. Podemos andar meses à procura de emprego, mas quando estamos bem, é que chovem propostas e telefonemas. Raios, até parece que as empresas combinam todas para fazer isto ao mesmo tempo.

Ora, paralelamente às propostas de emprego, de vez em quando pedem-me a colaboração para pequenas tarefas, a que costumamos chamar biscates. São coisas que conhecidos me pedem ajuda para fazer, porque me conhecem e sabem as minhas capacidades. E alguns destes biscates até são bem remunerados, mas…

O problema é o tempo. Como não é ético ou justo da minha parte ocupar o meu tempo profissional com estas tarefas, até porque mesmo que quisesse não o conseguiria fazer, sobra-me o tempo livre. E surge sempre a velha questão do peso do tempo livre sobre o trabalho. Eu sou um apoiante vigoroso do primeiro.

Porque não me interessa ganhar muito dinheiro, mesmo a fazer o que gosto, se depois não tenho tempo para o gastar. Por outras palavras, gosto de usufruir do meu tempo livre a fazer outras coisas que não estejam directamente relacionadas com trabalho. Estar com a família, que durante a semana é quase impossível, é uma delas, e é a actividade à qual dou sempre a máxima prioridade. Tudo o resto é que tem de encaixar no tempo que sobra.

18 janeiro 2013

Tubo das onomatopeias

Na tentativa de descobrir a razão do meu ombro esquerdo não estar nas melhores condições, pela primeira vez na minha vida, fui fazer uma ressonância magnética.

Isto é daquelas coisas que estamos habituados a ver nos filmes e nas séries de médicos em que o paciente entra deitado num tubo, e de repente começa o tubo a atrair tudo o que é metal à sua volta. Bom, isto na vida real é menos dramático, mas não deixa de ser interessante.

A preparação envolve preencher um inquérito para informar se temos alguma peça de metal metida no corpo (fiquei sem saber se o aparelho dos dentes era importante), despir quase por completo, ficando apenas em roupa interior e retirar tudo o que seja acessórios. Visto uma bata descartável azul, e pelo menos deixam-me ficar com a aliança, já que dizem que o ouro não é magnético, logo não envolve o risco de ficar com o dedo preso à máquina.

Antes de entrar para a máquina ouço uma explicação breve, essencialmente para não me mexer durante o exame, enquanto me colocam uns aparelhos para melhor captarem as imagens da área do ombro. Ah, e ainda me dão uns tampões para os ouvidos.

E lá dentro do tubo, para onde sou arrastado como se estivesse numa passadeira das caixas do continente, começa todo um mundo novo de sonoridades. Ele é o som de martelos pneumáticos, betoneiras, marteladas, naves espaciais a disparar lasers, sabres de luz da Guerra das Estrelas, gritos de seres alienígenas…

Não sei quanto tempo estive dentro do tubo, mas depois de sair, o mundo pareceu deveras silencioso. Agora é esperar pelo resultado dos exames.

02 janeiro 2013

E chegámos a 2013

O 13 sempre foi associado ao azar. Eu prefiro olhar para este número como sinónimo de mudança. E tomando como exemplo os anos anteriores, e o passado mais recente, só posso estar receptivo a novas mudanças, e encará-las com muita confiança.

Vai se o ano da crise. Vai ser o ano da desgraça. Vai ser o ano disto, o ano daquilo (isto e aquilo são sempre coisas más). Profetas da desgraça e velhos do Restelo há aos pontapés, por mais que os anos passem.

Não estou com isto a dizer que o ano vai ser fácil. Não o será para ninguém, mas são sinais dos tempos. A fraude do fim do mundo de 2012 apenas trouxe o incentivo à mudança que todos devemos acompanhar.

Por isso, mais uma vez no Porto, ao som das badaladas da meia noite, com o champanhe à mistura, e o fogo de artifício nos Aliados, nada como 12 doces M&M’s para desejar um doce e colorido ano de 2013.