Para que os pensamentos não se percam no éter, e o fumo do pensamento não ande por aí espalhado.

25 janeiro 2012

Alimentar todos os sentidos

Esta semana fui ao restaurante de um dos júris do Masterchef português. Mais precisamente ao 100 maneiras, do chef Lubomir Stanisic, situado em pleno Bairro Alto, bem no meio da diversão noturna de Lisboa.

O restaurante (também há um bistro não muito longe com outro tipo de opções para comer e beber) tem apenas uma única ementa e é para degustação. São 10 pratos, custo fixo por pessoa, que podem ser acompanhados igualmente por uma degustação de vinhos, paga à parte.

A pergunta que nos fazem quando nos sentamos é sobre as nossas restrições na comida. Apesar de eu ser esquisito com o comer, a única restrição que coloquei foi camarão. Tudo o resto estive disposto a provar.

Prato após prato os sentidos iam mergulhando numa aventura gastronómica. É normal os olhos comerem primeiro, e comeram tal a arte com que todos os pratos vinham servidos. O nariz também sentiu os aromas agradáveis da comida. Mas o paladar, deliciou-se num mundo de sabores e texturas sem igual, onde o mais ínfimo pormenor não foi deixado ao acaso. Devo dizer que foi a melhor experiência gastronómica que tive até hoje.

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Como pormenor, devo referir que nós éramos os únicos portugueses no restaurante, para além dos empregados. As restantes mesas, que não são muitas, estavam ocupadas com estrangeiros. O preço não é para todas as bolsas, mas como experiência gastronómica e para quem gosta realmente de comida, é um local obrigatório. E não pensem que se fica com fome, que os 10 pratos alimentam bastante, incluindo as duas magníficas sobremesas.

13 janeiro 2012

Uma digna sexta-feira 13

O dia até começou fofinho, com as minhas gatas a fazerem-me companhia de manhã. Levanto-me para aproveitar o dia relativamente cedo, e vou até ao Gabinete de Inserção Profissional, na Câmara Municipal da Batalha, para a primeira das apresentações quinzenais relativas ao Centro de Emprego.

Lá chegado, sou logo atendido, já que não há fila, e a senhora pergunta-me se é a primeira vez. Dou-lhe a folha da presença, e ela entretanto dá-me outra para preencher que mais parece um Curriculum especial. Eis senão quando, a senhora me diz que não consegue passar a declaração porque o processo parece estar Indeferido, e como tal não preciso de me apresentar em lado nenhum.

- Indeferido? Mas porque razão? Perguntei eu. Ela disse que não conseguia saber, mas para eu me dirigir à Segurança Social da Batalha para esclarecer o assunto.

E lá fui eu, onde ao ser atendido, expliquei a situação. O senhor lá conseguiu ver que tinha sido indeferido por não ter sido considerado desemprego involuntário.

- Mas qual foi a parte de “despedimento coletivo por iniciativa do empregador” que não souberam ler? Todos os papéis estão corretos e com essa informação!

- Pois, não lhe sei dizer. Aconselho-o a ligar para a Segurança Social de Leiria. Peça para falar com a secção de desemprego. Mas ligue só a partir das 14h30, que eles só atendem de tarde.

Voltei a casa, eram umas 11h da manhã. Ao tentar sair com o carro, os stops não trabalhavam. Ora, em vez de ir até Leiria resolver logo o problema localmente, tive de levar o carro à oficina. Pelo menos o problema era simples e ficou arranjado praticamente na hora. Depois do almoço, espero pelas 14h30 para ligar para a Segurança Social, tal como fui instruído. Quando peço para ligar à secção de desemprego, a resposta que tenho:

- Só funciona às sextas-feiras até às 12h30. Agora só na próxima sexta-feira!

- F0d@-s3!!!!!!!!

Lá arranco eu então para Leiria, para resolver o problema pessoalmente e in loco. Tiro o ticket de estacionamento, e eram 15h05 quando tiro a senha N76, onde ainda estava a ser chamado o N60. 16 pessoas à minha frente, nunca mais daqui saio, principalmente porque isto fecha às 16h. Enquanto espero, ligo para a Segurança Social direta, onde espero que me possam resolver o problema por telefone.

A senhora lá me pergunta uma série de dados de identificação, por questões (chatas) de segurança, e depois de lhe explicar a situação diz-me que o processo está ainda em análise. O problema, diz-me ela, é com o Centro de Emprego, que é a entidade responsável pela apresentação quinzenal, e como tal o problema deve ser com eles.

- Bolas! Lá vou eu para o Centro de Emprego de Leiria, que para quem não sabe é na outra ponta da cidade. Chego lá cerca das 15h25, e sou atendido cerca das 15h30, uma vez que não tenho que esperar na fila, dirigindo-me logo ao segurança que me pede para esperar até ser chamado. Ao explicar a situação à senhora, diz-me ela:

- Isso é com a Segurança Social!

- Mau! Mas eu vim de lá agora e disseram-me que o processo estava em análise. Que o problema era vosso. Não me apetece andar aqui a servir de bola de ping-pong!

Ela aponta com o rato no campo do monitor que mostra o processo como indeferido, e diz-me relativamente irritada:

- Está a ver? Nós não conseguimos mudar isto! Esta informação quem a dá é a Segurança Social. Eu explico-lhe o processo…

- Mas eu não quero saber como funciona o processo, quero é saber o que posso fazer para resolver a situação! Houve claramente um engano entre vocês e a Segurança Social!

- Nosso, não houve nenhum engano, que nós não conseguimos mudar o estado do processo. Posso-lhe imprimir este écran, e você vai à Segurança Social e mostra-lhes isto. Entretanto passo-lhe uma declaração de presença manual, que enquanto o processo estiver indeferido não podemos passar por computador. E daqui a 15 dias tem de vir aqui ao Centro de Emprego apresentar-se.

Às 15h45 lá arranco eu para a outra ponta da cidade novamente, onde chego à Segurança Social às 15h55, com o número N73 a ser atendido. Pelo menos ainda posso usar a mesma senha, tal como usei o mesmo ticket do parque que até já tinha expirado.

Ao ser atendido cerca de 20 minutos depois, a senhora até parece dar a entender que não sou o único na mesma situação. E após alguma conversa, vai enviar o processo para reanálise.

Espero que desta vez leiam tudo como deve de ser, para que eu não tenha de andar a saltar de um lado para outro novamente.

02 janeiro 2012

Ano novo (o da crise)

Mais um ano que passou, e mais uma vez foi passado no Porto, à semelhança do ano passado, debaixo do fogo da Avenida dos Aliados, que por pouco não o via.  E como não podia deixar de ser, em vez das detestáveis passas, foram mais uma vez 12 m&m’s, já numa tradição pessoal, que cumpriram os habituais desejos.

Desta vez os m&m’s usados foram a versão crispy, com arroz tufado no interior. São os meus preferidos, e como são maiores que os de chocolate usados nos anos anteriores, pode ser que o ano seja também ele melhor.

E que desejos para o ano que agora chegou? As coisas normais. Já sei que irá ser um ano de grandes mudanças, a começar por profissionais (já relatadas aqui), e portanto os desejos virão por arrasto. Trabalho, saúde e amor, é o que interessa. Felizmente nestes dois últimos estou bem servido, até pelos recentes testes ao coração. O trabalho logo se resolverá, até porque não sou pessoa de baixar os braços, nem sequer de desesperar com a situação.

Portanto, num ano que se prevê de “crise”, para os meus lados é um ano de mudança. E não são as crises janelas de oportunidade para efetuar mudanças nas nossas vidas? Pois então, vem mesmo a calhar.