Para que os pensamentos não se percam no éter, e o fumo do pensamento não ande por aí espalhado.

31 agosto 2010

Oceanário

Passaram 12 anos desde que fui pela primeira vez ao Oceanário de Lisboa. A primeira vez foi durante a Expo 98, onde os milhares de visitantes eram pressionados a despacharam-se de modo a dar lugar a outros milhares que se seguiam.

Desta vez, e já sem a confusão da Expo 98, a visita foi feita ao ritmo que apeteceu, sem pressas, e apreciando todo um mundo de espécies animais e vegetais que depende dos oceanos.

Pela janela do grande tanque central observamos os vários peixes em harmonia, e quase que nos sentimos debaixo de água, mesmo quando algumas das espécies mais simpáticas se aproximam como que para dizer olá.

IMG_3836 Grande tanque central

IMG_3921Um simpático e estranho peixe

 IMG_3872Um tubarão, dos vários existentes no tanque

Nos quatro tanques adjacentes ao tanque central, um em cada esquina, mais pequenos, são recriados os habitats de quatro oceanos específicos: Atlântico, Pacífico, Índico e Antárctico. Na parte superior de cada um destes tanques, observam-se muitas aves, de várias espécies. E em toda a visita são dados conselhos para a preservação de cada uma dessas espécies, que os visitantes deveriam ler, e essencialmente cumprir.

IMG_3841 [1024x768]Papagaio-do-mar (Atlântico)

IMG_3853 Pinguim, a posar para a fotografia (Antárctico)

IMG_3855 Pinguim, a “cantar ópera” (Antárctico)

No tanque do pacífico encontra-se aquela que é talvez o ex-libris do Oceanário, e que diverte e entretém os visitantes, tal a sua simpatia. A lontra Amália, agora sozinha, à espera que duas das suas crias regressem a Lisboa para lhe fazer companhia. A lontra macho Eusébio morreu há pouco tempo, e as três crias do casal foram emprestados a aquários da Europa. Digam lá se não dá vontade de lhe fazer festas?

IMG_3861Amália, a única lontra actualmente presente no Oceanário (Pacífico)

Por entre os pequenos aquários interiores é possível ver toda uma séria de animais marinhos, das mais variadas formas e cores, desde o polvo gigante do pacífico ao caranguejo-aranha do Alasca, passando pelos agora famosos peixes-palhaço, muitas anémonas, medusas, e outros animais ainda mais estranhos.

IMG_3922Peixes-palhaço

IMG_3905  Coloridas anémonas

Como um pequeno bónus na visita, o Oceanário apresenta uma exposição de anfíbios, também eles cheios de cor, e alguns bastante difíceis de localizar, dada a sua capacidade de camuflagem e o seu (espantoso) reduzido tamanho.

IMG_3887 Uma rã, do tamanho de um polegar

Não sei quando voltarei a ir a Oceanário de Lisboa, mas espero não demorar novamente 12 anos. É um local que vale a pena visitar.

25 agosto 2010

No dentista

Dra. – Então está tudo bem, desde a última consulta? (que aconteceu há cerca de 6 meses)

Eu – Tenho um abcesso numa gengiva, mas ele vai e vem, depende dos dias, e não me dói.

Dra. – Vamos ver isso, e aproveitamos para a limpeza habitual.

Dra. – Mas este dente está desvitalizado. Quem é que o desvitalizou? (por acaso até tinha sido ela…)

Dra. – Bem, isto as hipóteses que temos são, tirar o dente, e depois colocar um pivô, que custa caro; ou recomeçar o tratamento, retirando a amálgama e depois colocar uma coroa, que também custa caro e pode não ter sucesso.

Eu – Mas eu não andei 3 anos com aparelho nos dentes para agora começar a arrancá-los. Isso faz-me alguma confusão.

Dra. – Pois, acredito que sim.

Eu – E não posso só tomar um antibiótico? (um abcesso é sinal de infecção)

Dra. – Mas o antibiótico vai tratar dos sintomas, e não do problema. (Mas afinal não são os antibióticos que tratam das infecções?)

Depois de algum tempo a remexer, e já depois da limpeza feita:

Dra. – Bem, esta gengiva tem uma bolsa de ar junto ao dente, pelo que o abcesso pode ser periodontal. Limpei o dente junto à gengiva por isso vamos ver como evolui. Entretanto vais tomar antibiótico durante 6 dias.

Eu – Está bem. E depois veremos como a coisa corre. Se eu tiver problemas de maior venho cá mais cedo, senão, voltarei daqui a 6 meses (que é o que eu espero, e o mais provável)

Conclusão: Parece que queria arrancar o dente à força. Começo a convencer-me que é um fetiche que a Dra. tem, tal a ânsia de me arrancar dentes sempre que lá vou. Só parou de me falar em arrancar os sisos depois deles terem ficado direitos com o aparelho. Pelos vistos arranjou novos alvos.

18 agosto 2010

Nem Lemon nem Nada

Já devem ter reparado num sumo que apareceu nas prateleiras dos supermercados há já algum tempo, que dá pelo nome de “Lemon & Nada”. Supostamente é uma limonada, que deveria conter limões e mais nada, de acordo com o nome. 055_02_7944Ora, provei este sumo supostamente natural que não passa de uma mixórdia à base de concentrado de sumo de limão recentemente, e devo dizer que apesar dos 7% de sumo indicados na embalagem, e da cor amarela algo suspeita (uma limonada não deve ser amarela), estar a beber o dito, ou detergente de loiça, é a mesma coisa. Foi precisamente essa a ideia que tive quando provei o sumo, que estava a beber um cocktail de Fairy lava-loiça. Até a cor passava despercebida.

Senhores da Coca Cola, que distribui o produto em Portugal, tenham lá pena dos consumidores…

17 agosto 2010

Trabalhar em Agosto

Agosto é o mês em que a maior parte dos portugueses tira férias, seja por ser a única altura disponível, seja por gosto. É também o mês em que o trânsito citadino de Lisboa alivia para níveis em que a 2ª circular à hora de ponta tem o trânsito igual ao de madrugada. Para quem trabalha, e com excepção dos posts de meter inveja que se vão lendo dos amigos no Facebook, é um mês tipicamente calmo. Tipicamente.

Ao contrário de outros anos, este mês de Agosto está a ser um verdadeiro tormento em trabalho. Salve-se o trânsito que facilita a chegada a qualquer um dos lados, principalmente ao fim do dia, em que o que realmente apetece é deitar no sofá e relaxar. Um relaxamento merecido de quem acumula as tarefas normais com as dos colegas que estão de férias, sem querer por em causa as férias, já que também as merecem. Mas que é um Agosto anormal, isso é.

16 agosto 2010

Festas da Batalha 2010

No passado fim de semana decorreram as festas do Concelho da Batalha, celebrando os 625 anos da Batalha de Aljubarrota.

Após muitas alterações nos programas das festas ao longo dos anos, a parte que mais me interessa, e à maioria do público, são os concertos e espectáculos ao serão. Este ano, além da já tradicional gala internacional de Folclore, que decorre sempre no dia do Concelho, a 14 de Agosto, o espectáculo ficou a cargo do projecto Amália Hoje, no dia 13, e de Rui Veloso, no dia 15.

Foi a primeira vez que vi qualquer dos artistas ao vivo. Os Amália Hoje têm um espectáculo de grande interacção com o público, em que eles contam pedaços da história da Amália, com alguns pormenores do projecto à mistura. Para não dizer que os arranjos musicais das músicas tradicionalmente de fado ficam de facto fabulosos, principalmente os orquestrais. Mas também as vozes dos três cantores (o Nuno Gonçalves não canta) que sendo tão diferentes encaixam na perfeição umas nas outras. E a cumplicidade algo suspeita que se verifica entre a Sónia Tavares e o Fernando Ribeiro é algo que deixa antever desenvolvimentos dignos das revistas cor de rosa.

Quanto ao Rui Veloso, um verdadeiro senhor no panorama musical, parece uma verdadeira criança com uma guitarra na mão, tal a liberdade e alegria com que ele desenvolve os maravilhosos solos. 30 anos de carreira são mais que suficientes para encher as medidas de um público de várias gerações, desde os mais nostálgicos dos tempos do Chico Fininho, até aos mais novos dos projectos paralelos como os Cabeça no Ar.

Que para o ano haja mais concertos de igual ou superior qualidade.

08 agosto 2010

Síndroma do emigrante

Estava eu este fim de semana a procurar estacionamento numa praia, quando um senhor, alto e de cabelo ruivo, se aproxima do carro para se ir embora. Eu, desesperado por um lugar, aproximo-me dele e pergunto-lhe:

- Leaving?

Ele acena a dizer que sim, e depois balbucia umas palavras que acabo por não perceber. Logo em seguida, apercebo-me que o carro é português, o senhor é português, eu sou português, e que eu falei instintivamente em inglês para o senhor. Será que eu, inconscientemente, assumo que todas as pessoas que passeiam por este Portugal fora no mês de Agosto são estrangeiros ou emigrantes? Só espero que não saia daqui um potencial problema psicológico.