Para que os pensamentos não se percam no éter, e o fumo do pensamento não ande por aí espalhado.

30 outubro 2011

Piódão, essa aldeia de xisto

Bem no centro de Portugal está aquela que é considerada por muitos como a aldeia mais típica de Portugal. Pelo seu ambiente acolhedor, pelas suas casas rústicas em pedra de xisto escura, pela envolvência na serra do Açor, ou por qualquer outra razão. O facto é que quem lá vai não fica indiferente, nem sequer às curvas que tem de fazer para lá chegar. Os ares da serra rodeiam-nos, e os aromas da terra também, juntamente com as comidas tradicionais, e tradicionalmente preparadas. As pessoas são simpáticas, se bem que um pouco melgas quando se trata de vender aos turistas, que enchem a praça principal durante todo o fim de semana. É ver os autocarros a chegar e a partir constantemente.

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No Outono, os castanheiros enchem-se de castanhas e enfeitam a estrada com as suas cores amareladas. E havendo tempo para isso, nada como parar o carro na berma e encher um saco de castanhas acabadinhas de apanhar. Confesso que nunca o tinha feito, mas aprendi a técnica de abrir ouriços bastante rápido. E no final do dia, partilhar as castanhas assadas com a família, acompanhados pelo calor da lareira.

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27 outubro 2011

O Outono…

…chegou tarde, mas veio com toda a pujança. Não só pela abrupta descida de temperatura de um dia para o outro, mas porque nos brindou com uma chuva que Deus a dava durante este dia. Não obstante o tempo horrível, causador dos habituais problemas de trânsito, o Outono já causou inundações, destruições, desabamentos e outras desgraças que são comparadas apenas à crise Europeia que se discute por estes dias.

Parece que o tempo se adapta perfeitamente às nuvens negras da economia.

08 outubro 2011

Outubro, esse mês de Verão

E parece que o Verão, ao contrário daquilo que sempre nos explicaram na escola, começou no dia 23 de Setembro, no equinócio de Verão. Pelo menos é o que parece, pois desde essa altura que as temperaturas andam agradáveis, e o sol não se cansa de nos iluminar.

É um facto que as coisas andam um pouco ao contrário. Se em Agosto fomos brindados com chuva e frio, onde não se viram os corpos desnudados em biquínis nas praias, em Outubro, quando a roupa mais fresca já devia estar arrumada no canto do armário e devíamos ter tirado o mofo à roupa de manga comprida, o Verão resolve aparecer.

E parece que é coisa simples, mas já tenho ouvido pessoas a dizer que já estão fartos de sol, que o frio tem de chegar, já que está na hora de ir às lojas ver a roupa de Inverno, o que com este tempo não dá vontade nenhuma. Mas estas pessoas nunca estão satisfeitas com o que têm?

Se está sol, querem frio, se está chuva, estão fartos, se está frio, querem calor, se está calor, não se aguenta. Enfim, não sabem aproveitar o que a Natureza lhes dá. E depois admiram-se de andarem sempre rezingonas e tristes…

06 outubro 2011

O adeus ao Génio

Por mais genialidade, brilhantismo e dinheiro, da morte ninguém escapa. Steve Jobs sabia isto e estava preparado para isto desde os tempos de luta contra o cancro do pâncreas. ele próprio afirmava que a morte era a melhor invenção da vida, num discurso famoso e inspirador em Stanford.

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E assim partiu mais um génio, que gostando-se ou não da sua personalidade (há quem diga que era de trato muito difícil), foi um dos responsáveis pela tecnologia de consumo ser o que é hoje. Da sua mente criaram-se as raízes dos computadores pessoais, dos smartphones actuais e dos tablets.

O tratamento que foi dado à morte de Steve Jobs foi como de um grande artista e personalidade se tratasse. Os milhares de fãs de produtos da Apple fizeram romarias aos altares (lojas) com velas e cartões para prestar homenagem. Afinal, ele era o mentor de praticamente uma religião, chamada Apple, que baseada em princípios capitalistas e nada espirituais, conseguiu angariar milhares e milhares de seguidores. Não me lembro de mais nenhum dono de grande empresa americana levar o mesmo tratamento. Só comparável à morte de um presidente ou até do Papa.

Pessoalmente admito que não gosto da filosofia da Apple e que não pretendo, sem afirmar que nunca o farei porque isso nunca se sabe, adquirir nenhum produto deles. Não concordo com a filosofia de ecossistema fechado que todos os seus produtos têm. Sei que isso tem vantagens mas também tem desvantagens, e estou no meu direito de não querer.

Muitas biografias foram feitas sobre Jobs, as suas constantes guerras com o seu amigo Bill Gates muito faladas (os melhores rivais podem ser os melhores amigos, como o próprio Gates afirmou). Mas a que mais me fascinou, foi o filme Pirates of Silicon Valley, um filme dos anos noventa sobre os primórdios das duas gigantes da tecnologia. Como todos os filmes, tem alguma verdade, e muito de Hollywood, mas é um filme interessante de ver, com alguns atores conhecidos. Noah Wyle faz um papel muito bom de Steve Jobs.