Para que os pensamentos não se percam no éter, e o fumo do pensamento não ande por aí espalhado.

25 abril 2011

Dia de mercado

“É prá canalha, é prá criançada”!, apregoa assim a cigana que tem a roupa a preço de saldo na sua barraquinha. Com este pregão e com o preço baixo, consegue ter a barraca cheia de potenciais clientes.

O mercado da Batalha realiza-se às segundas-feiras. Na zona coberta do pavilhão multiusos, os agricultores expõem e vendem o seu produto direto ao consumidor. Na zona exterior, ficam as barracas de roupa, acessórios, tapetes, flores e outros itens que não precisam de estar resguardados.

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Aproveitando o feriado à segunda-feira, fiz uma visita ao mercado municipal, reavivando as memórias da confusão e da mistura de sentidos que se vive naquele espaço. Os vários aromas da fruta fresca, contrastam com os restos de folhas de verdura e de frutas que se pegam ao chão e aos sapatos. A enganadora ordem que se nota nas barracas, contrasta com os pregões dos vendedores de roupa, fazendo real concorrência uns aos outros: “Olha a calça a 10€! É para homem e senhora!” “Quanto custa”, pergunta um visitante. “Por ser para si, 10€"”, responde o vendedor, como se conhecesse o homem há muitos anos.

Apesar de não ser um apreciador de compras de mercado, gosto de os visitar sempre que vou a algum lado. Revelam sempre o mais tradicional que há em cada local. E sempre que tenho oportunidade, visito o da minha terra, para as lembranças e os reencontros.

23 abril 2011

Dia de abstinência

A minha educação católica, que tive desde pequeno, foi tendo na prática do dia a dia os seus altos e baixos. Nos meus tempos de grupo de jovens sempre me ensinaram a respeitar, mas a ter olhar crítico e a decidir pela minha cabeça.

Estamos na época da Quaresma, e tipicamente a sexta-feira santa é um dia importante. Sempre o foi também para mim. E desde pequeno que fui educado pela família a fazer abstinência. Não comer carne. Ora quando me tornei mais crítico destas coisas, comecei a questionar o porquê desta tradição.

É certo que gostava que alguém entendido no assunto me explicasse o porquê de não se comer carne. Na minha suposição de leigo, está relacionado com as regras criadas há mais de 2 mil anos, altura em que a sociedade comia carne em dias de festa. Era abstinência de luxos. Actualmente, levada à letra não faz sentido. Um kg de febras de porco é bem mais barato que um kg de qualquer peixe. E depois há os que comem marisco e lagosta, mas não estão a comer carne. Onde está a abstinência aí?

Este ano resolvi fazer abstinência. Não comi carne o dia todo, e além disso resolvi abster-me de comer doces, chocolates e gelados que tanto prazer me dão. São os meus pecados do dia a dia. Afinal, julgo ser isso a abstinência, deixar de fazer algo em sinal de sacrifício pessoal. E confesso que me senti muito bem hoje quando acordei, e pensei no que tinha feito, ou deixado de fazer.

12 abril 2011

Abertura do Shopping

Abriu hoje o Fórum Sintra. O antigo hipermercado Feira Nova, situado bem perto do meu local de trabalho, cresceu e multiplicou-se.

Na altura em que fechou deixou-me a mim e à maior parte dos meus colegas, bastante preocupados sobre onde iriamos almoçar, ainda por cima onde pudéssemos ir a pé, e gastar menos de 3 euros na refeição. A resposta: em lado nenhum. Por isso foi com alguma felicidade que hoje, primeiro dia do novo Centro Comercial totalmente remodelado, nos dirigimos até lá para almoçar.

O shopping cresceu bastante, tem muitas lojas, algumas bastante grandes e que fizeram falta durante o tempo em que esteve fechado (o Feira Nova hipermercado fechou durante 4 meses, mas as lojas fecharam 2 anos), pois é sempre mais prático aproveitar uns minutos da hora de almoço para fazer as compras. Geralmente há menos gente e menos confusão a esta hora.

Hoje, primeiro dia do novo shopping, em plena semana de férias escolares, e vésperas de Páscoa, estava simplesmente cheio de gente. A hora de almoço foi o verdadeiro terror para encontrar um local para comer que fosse relativamente rápido, e pior do que isso, um local para sentar. A esplanada exterior estava quase vazia, mas infelizmente, à chapa do sol.

Por isso, apesar de ter aproveitado para observar e cuscar o novo shopping, os almoços ficarão para outra altura, experimentando os vários restaurantes que por lá existem na zona de restauração. As compras no Pingo Doce, essas, voltarão a ser efectuadas lá muito em breve.

01 abril 2011

Comida chinesa

Considero-me um pouco esquisito na comida (quem não é?) e quem me conhece sabe disso mesmo. Por isso, foi com algum receio que fui para a China, sabendo que iria ter grandes diferenças na alimentação durante a estadia. Eu gosto de comida chinesa, mas sempre a comi em restaurantes ocidentais, o que não é exatamente a mesma coisa.

Pois todos os meus receios não se verificaram, e gostei bastante de tudo o que comi. Fui sempre com o pressuposto que, não sabendo o que é, está cozinhado, e não mexe, então há que provar. Só depois de provar é que poderia então saber se gostava ou não. Se me fizesse mal só iria saber no dia seguinte.

Desde o pequeno-almoço no hotel até ao jantar algures pela cidade, sempre me alimentei bem. Na China há muitos restaurantes orientais, desde japoneses, tailandeses, coreanos, até indianos. Mas também os há ocidentais, como italianos ou brasileiros, e acima de tudo, americanos (pensavam que aquilo era comunista? Também eu.)

Das muitas iguarias que comi, destaco o melhor arroz chau-chau que alguma vez provei, a carne de vaca do teppanyaki, o bife grelhado do italiano, e os potes de arroz quente dos almoços. O chau-ming com gengibre também era algo de delicioso e exótico, e os sumos naturais de ananás e melancia foram dos melhores que já bebi.

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O melhor arroz chau-chau do mundo.

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A carne e os legumes do teppanyaki

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No restaurante coreano

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Sempre a comer com pauzinhos.

Houve tempo para provar outras iguarias um pouco mais estranhas, como os bolinhos de carne chineses e os ovos podres do pequeno-almoço. Estes ovos, de cor acastanhada, mais não são do que cozidos em chá, que lhes dá um ligeiro aroma a ervas e uma cor castanha à clara.

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O ovo podre do pequeno-almoço.

Não quis arriscar na comida de rua, se bem que alguma até tinha um aspecto agradável, quando não cheirava mal. Mas na China é preferível não arriscar, pois pelo que me apercebi, a cultura de higiene é bastante diferente da nossa.

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Fruta de rua

E caso houvesse uma emergência de fome, nada como ir aos típicos restaurantes americanos de fast food que existem até na China.

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Os arcos amarelos do MacDonalds.

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Um pizza-hut mesmo ao lado do hotel.

A comida chinesa é realmente boa, e aparentemente saudável. Não vi um único chinês que pudesse dizer que era gordo. Ao contrário de mim, que vim de lá com mais um quilo na cintura.