Para que os pensamentos não se percam no éter, e o fumo do pensamento não ande por aí espalhado.

30 agosto 2011

X-men: a origem

De todas as adaptações dos heróis da Marvel que vi, sempre achei que os X-Men foram as melhores, superando os também interessantes filmes do Homem-Aranha. Os filmes de outros heróis, até ao momento, têm sido pouco mais que fracos.

Todos os filmes da série X-Men são bons, cheios de ação, e com uma adaptação da história bastante livre que os torna ainda mais interessantes. Não há problemas para os argumentistas em matar várias personagens principais ao longo dos filmes. O culminar da batalha entre os bons e os maus em X-Men 3: O confronto final é de arrepiar.

Depois estendeu-se o conceito para as origens, com o filme Wolverine, que conta a história da mais famosa personagem de X-Men. Apesar da história interessante, a qualidade desceu em relação à trilogia anterior (ou posterior, se considerarmos a ação temporal).

De novo nas origens e ainda mais atrás no tempo, o filme X-Men: First Class surgiu numa nova perspectiva. Nele ficamos a conhecer a origem dos principais cérebros da história, o Professor X, e Magneto, grandes amigos e grandes rivais. O filme tem menos ação e foca-se muito no enredo, em que as emoções, os sentimentos, os medos, as amarguras e as alegrias são notoriamente salientadas, próprias de jovens e adolescentes que são diferentes e ao mesmo tempo especiais.

Os sonhos de Xavier e a raiva de Erik contrastam desde o início, o que não os impede de formar uma grande amizade, e ao mesmo tempo dar a perceber que a sua forma de ver o mundo, onde ambos querem ser inseridos, os levará a uma grande rivalidade ao longo do universo X-Men.

Um filme altamente recomendável para todos os seguidores da saga, e para todos os que não o são mas que gostam de filmes com boas histórias.

12 agosto 2011

Zdravo, Slovenija

Nas minhas últimas férias, e aproveitando a proximidade e a curiosidade, dei um salto à Eslovénia durante cerca de 3 dias. E devo dizer que fiquei maravilhado com tão agradável surpresa.

O país não é muito grande, e a partir da capital, Ljubljana, chega-se a qualquer ponto do país rapidamente. Possui cerca de 40 km de costa no Adriático, em que as cidades como Piran, outrora italiana, ainda apresentam os traços venezianos dessa cultura latina. Pena é o mar ser tão bravo por aquelas bandas, o que providencia boas ondas para os desportos de água como o windsurf.

Piran

Uma das atrações mais conhecidas da Eslovénia são as grutas gigantes de Postojnska, as segundas maiores da Europa. No seu interior anda-se de comboio, e a imponência das suas salas de várias cores, desde o branco brilhante até ao vermelho escarlate, lembram-nos que a natureza é de facto um escultor fabuloso. A zona envolvente às grutas é um parque de aventura, muito bem arranjado para o turismo. Nas grutas ainda é possível ver-se, com um pouco de sorte, o peixe-homem, que apesar de horrível é o atrativo para o merchandising.

Postojnska JamaZona envolvente de Postojnska

Bem próximo ainda se pode visitar a gruta de Predjamska, com o seu castelo construído dentro da rocha sólida.

Predjamska

A capital Ljubljana é um local muito bem arranjado, cheio de espaços verdes e uma zona ribeirinha muito fresca e agradável. A cidade, como o resto do país, está muito bem preparado para as bicicletas. Aliás, todo o país exporta as suas ciclovias turísticas, como estandarte das atividades que se podem fazer na Eslovénia. E zonas naturais não lhe faltam, rodeadas de muita beleza ainda selvagem. O símbolo da cidade é um dragão verde, e o nome quer dizer algo parecido com “cidade do amor”.

Ljubljana - CasteloLjubljana - vista do Castelo

Ljubljana - zona ribeirinha

Seguindo para noroeste, para os lados das montanhas, outra das atrações famosas, o lago Bled. De um azul carregado, possui uma ilha com um castelo. A paisagem envolvente é toda ela verde, o que torna a vista algo de ainda mais impressionante. Com o calor que se faz sentir, apetece mergulhar na água azul e aparentemente limpa.

Lago Bled

Lago Bled - a ilha

Do outro lado dos Alpes Julianos, que custam bastante a atravessar apesar de toda a floresta verdejante cheia de flora muito variada, encontra-se Tolmin, conhecida pelas gargantas esculpidas pelo rio com o mesmo nome. O passeio faz-se a pé pelos caminhos de terra, alguns mais complicados que outros, mas a paisagem é magnífica. Nela pode ver-se a ponte do diabo, a caverna de Dante, a fonte de água termal, as inúmeras cascatas, e até atravessar as pontes de corda e madeira.

Garganta do Tolmin

A Eslovénia foi inquestionavelmente uma agradável surpresa, por toda a beleza natural e infraestruturas que possui. É um país que merece ser visitado com mais atenção, e quem sabe um dia voltarei para o fazer, e até usufruir das aventuras que proporciona aos turistas.

Símbolo de Ljubljana

02 agosto 2011

Super Jamie

Há concertos que são assim. Uma maravilhosa surpresa. Foi o que aconteceu este ano com Jamie Cullum no Cascais Cool Jazz Fest.

Eu já conhecia Jamie Cullum, as músicas são agradáveis, com tons de jazz, tendencialmente calmas, e tem umas covers interessantíssimas nos seus álbuns. Mas nunca o tinha visto ao vivo. Como tal, esperava um bom concerto, mas com um ritmo que se assemelhasse mais a um concerto típico de jazz. Puro engano, e para melhor.

A noite começou com Luísa Sobral, finalista dos Ídolos de há uns anos atrás, que depois de um curso de música em Boston sobressaiu no panorama musical. Músicas muito agradáveis, um espetáculo engraçado, com melodias que variam entre o jazz e o fado. Houve até uma cover fantástica de Valerie de Amy Winehouse, detestada por alguns puristas que por lá circulavam entre o público.

Depois, veio o Super Jamie. Começando de fato e gravata, que cedo despiu até à t-shirt colorida, logo conquistou o público com os seus magníficos dotes de pianista, a mostrar no improviso e na energia em palco porque razão é um excelente performer e um não menos talentoso músico. O piano é praticamente a extensão das suas mãos, e as músicas, tocadas com muito mais energia e arranjos que nos álbuns originais, levaram um público que começou sentado a levantar-se e a dançar. Houve homenagem a Amy Winehouse, com Love is a losing game, passando por High and  Dry dos Radiohead, e terminando em beleza com a melodiosa Gran Torino, composta para o filme de Clint Eastwood.

Foi um espetáculo surpreendente de Jamie Cullum, que me proporcionou um dos melhores concertos de sempre a que já assisti.