Para que os pensamentos não se percam no éter, e o fumo do pensamento não ande por aí espalhado.

29 fevereiro 2012

Andar com rodas

Ontem foi assim como mostra a foto. De Segway pela marginal do Douro. E foi uma experiência deveras interessante.

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Após os primeiros 30 segundos em cima da máquina, as nossas dúvidas e medos desaparecem. A coisa é mesmo fácil de operar, e o problema é quando descemos, que queremos logo voltar para ele. É engraçada a maneira como subimos e descemos ladeiras, como usamos os efeito “Vibroplate” em calçada, e nos inclinamos para a frente e para trás para acelerar e desacelerar. A descoberta do ponto de estabilidade, em que estamos parados, literalmente, também só demora uns segundos.

A parte mais interessante é em terreno plano, a acelerar desalmadamente. o Segway só atinge os 20 Km/h, mas já dá uma sensação de liberdade fenomenal.

E ao andar pelas ruas do Porto, somos realmente umas vedetas, tal os olhares de curiosos que nos vão observando ao longo do caminho. Nem imagino como será em lugares mais pequenos, como na Batalha.

Adorei andar de Segway, e acho que quero voltar a repetir. Não fosse uma máquina tão cara e pensaria mesmo em adquirir uma. Acho que a minha mãe iria adorar uma para ir ao mercado ou a minha avó para ir à missa.

26 fevereiro 2012

Hugo Cabret

Este foi o único filme candidato ao Óscar de 2012 que consegui ver antes da cerimónia oficial. E devo dizer, sem ter visto nenhum dos outros, que gostei imenso. é um filme com uma história simples, bem estruturada, que nos faz sonhar, e essencialmente muito bem feito. Daí que praticamente todas as nomeações (que são 11) sejam técnicas, tal a beleza e arte com que foi feito.

Vença ou não as categorias em que está nomeado, até porque parece que a concorrência é muito forte este ano, o que é certo é que é um filme que deve ser visto. E não me admira que se transforme num filme de culto, de um realizador que já nos habituou a filmes desta categoria.

22 fevereiro 2012

O Carnaval da Troika

No primeiro dia da Troika em Portugal, o Governo da altura liderado pelo pseudo-engenheiro Sócrates, resolveu dar tolerância de ponto na quinta-feira santa. Ora, primeira impressão de quem nos ía emprestar dinheiro: eles não estão assim tão mal, já que nós (troika) somos os únicos a trabalhar neste momento.

Passados alguns meses e num novo Governo, este decide não dar a tolerância de ponto habitual no dia de Carnaval, gerando protestos atrás de protestos. Concordo que o anúncio foi tarde, pois os preparativos para os maiores carnavais são feitos com muito mais tempo de antecedência. Não obstante, cerca de dois terços dos municípios fizeram ouvidos moucos e bora lá a desfilar na terça-feira, a dizer mal do Governo e dos políticos, que isto é sempre culpa deles.

O Carnaval coincidiu com uma nova visita da troika, que desta vez repararam num país parado no trabalho, mas em grande movimento com muita cor e folia. Ora, quem nos vê de fora a festejar desta forma, o que pensa? Que parece que a austeridade ainda não é suficiente, pois com todas aquelas medidas este povo consegue ter alegria para festas.

Devo dizer que os alemães, sérios, cinzentos e sempre carrancudos, devem ficar piursos com esta nossa alegria. Enquanto eles levam a vida sempre séria e sem diversão, mas com dinheiro, nós, os “do sul” podemos andar tesos, mas nunca nos tiram a nossa alegria. Vai daí, não me admira que ainda imponham mais austeridade para que nos tornemos de facto sizudos e desenxabidos, como quem nos empresta dinheiro parece que pretende fazer. Como se eles fossem o modelo a seguir.

Não quero com isto dizer que tudo o que façamos seja bem feito ou mal feito. Mas de facto há muita coisa que nos podem tentar tirar, mas enquanto tivermos a nossa alegria tão tipicamente latina, não há males, por piores que sejam, que nos deitem abaixo. Pois faz parte de nós e da nossa identidade. E da qual eu gosto de fazer parte.

15 fevereiro 2012

Moda de empreendedorismo

A reportagem de capa da revista Visão desta semana chamou-me a atenção. O tema era precisamente o cada vez mais crescente número de pessoas, que devido à crise, ou a querer mudar de hábitos, ou simplesmente porque sim, aderiram à “moda da marmita”.

A moda da marmita passa por levar o almoço e alguns extras a partir de casa, em marmitas. O almoço é passado geralmente na copa da empresa (a maior parte das empresas tem uma copa, e é obrigatório para empresas acima de um certo número de empregados), na companhia de outros marmiteiros, que convivem e almoçam juntos. A moda permite essencialmente poupar dinheiro, que não se gasta no almoço em restaurante ou centro comercial, e em princípio, comer mais saudável, já que é tudo preparado em casa.

Mas o que mais me chamou a atenção não é o facto de haver um crescente número de adeptos da marmita. É sim o facto de pessoas com espírito empreendedor e ideias de génio, que souberam aproveitar o mercado e a moda atual para criar negócio. Negócios que passam por vender marmitas com design e funcionalidades interessantes, e até os porta-lancheiras, com design e padrões que parecem autênticas bolsas de senhora, a condizer com os vários sapatos das mesmas.

E é precisamente nestes tempos em que toda a gente chora por causa da “crise” que se vê quem realmente aproveita as oportunidades. E são empreendedores como os descritos no artigo da Visão que são precisos para nos elevar o ego e o PIB.