Para que os pensamentos não se percam no éter, e o fumo do pensamento não ande por aí espalhado.

31 janeiro 2011

Apanhados a rir

Que o José Pedro Gomes é um actor fantástico já todos sabíamos. O que eu não estava à espera era de ver um Jorge Mourato fabuloso na sua interpretação, em nada atrás do José Pedro. Eu arriscar-me-ía a dizer que o papel principal é mesmo dele, tal a importância que tem na peça.

Falo da peça Apanhados na Rede. Uma comédia fabulosa e hilariante, com uma história simples de telenovela, que gira à volta de um homem (José Pedro) casado com duas mulheres, com dois filhos, rapaz e rapariga, um de cada casamento, que por acaso se conhecem no Facebook, e que combinam um encontro em casa um do outro.

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Durante a peça, o objectivo é fazer com que os jovens não se encontrem, e para isso José Pedro conta com a ajuda do seu melhor amigo Simão (Jorge Mourato), para prolongar o mais que pode a mentira em que vive há cerca de 20 anos.

Pelo meio há inúmeras peripécias, desencontros, risadas, algumas dos próprios actores que se perdem no improviso e nas anedotas durante a interpretação.

Uma peça recomendada a quem deseja rir desalmadamente, ou mesmo a quem precise de se animar um pouco, esquecendo todos os problemas, e passar um bom bocado na companhia de grandes actores de comédia dos nossos dias.

25 janeiro 2011

Kima

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Chegou a casa pelas mãos de um amigo da família, que o encontrou praticamente recém-nascido numa valeta. A mãe, não o conseguia sustentar juntamente com os outros irmãos. A minha mãe alimentou-o com leite durante semanas, através de uma seringa, onde ele mamava ávido.

Cedo mostrou ser rebelde. Adorava caixas e sacos, e com a chegada do Inverno aprendeu a guardar o lugar mais à lareira para si, miando desalmado como que a mandar embora quem o estivesse a ocupar.

Com as hormonas aos saltos, mostrou que gostava de marcar território, o que nos obrigava a ter olhar redobrado sobre ele e as portas das divisões da casa fechadas para que não apanhássemos nenhuma surpresa, como muitas vezes aconteceu. Aprendeu a passear na rua, dominando o território envolvente, metendo-se em lutas para o defender, e a cuidar dos mais pequenos que por lá passavam.

Umas vezes era o terror, outras um autêntico peluche fofo. Deixava as marcas das unhas e dos dentes quando brincava, sem malícia, ou virava-se de costas sempre que estava chateado com alguém. Tinha feitio de gato, mas era o gato lá da casa, o nosso gato.

Deixou-nos no dia 24 de Janeiro de 2011, com cerca de dois anos e meio, quando foi colhido por um carro na estrada. E deixou muitas saudades.

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21 janeiro 2011

Velejar

Pela primeira vez na minha vida, andei de barco à vela. Sempre considerei um passatempo elitista (afinal não é qualquer pessoa que tem um barco), mas apareceu a oportunidade de experimentar, e qual Bartolomeu Dias na sua caravela cheia de velas triangulares, aproveitei.

Cheguei à conclusão que a coisa não é tão simples como parece. Há muita ciência envolvida, e dá muito trabalho. É necessário saber o que se está a fazer, perceber de onde vem e com que força vem o vento, e esticar as velas de modo a poder aproveitá-lo da melhor forma. O barco, esse, quando está à bolina, quase que parece que vai tombar. É preciso saber cortar as ondas, nunca de popa, e contar com os balanços a que o barco está sujeito (bendito comprimido para o enjoo).

No meio dos termos técnicos, como genoa, virar de bordo, cambar, molinete, ir à bolina, e de toda a ciência e esforço físico necessário para se controlar um barco destes, puxar cabos, (des)enrolar cabos, dar ao molinete, ir ao leme, trocar de lado para não irmos inclinados e levar com os solavancos, o domínio da técnica, o levar com o vento no cabelo, e o vencer as ondas do mar, dá-nos uma sensação de conquista e de liberdade.

Continuo a preferir desportos em terra, mas foi sem dúvida uma bela experiência, que quem sabe, voltarei a repetir.

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O horizonte ao fundo

IMG_0271A enrolar o cabo no molinete

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Ao leme, já na chegada

17 janeiro 2011

Cozinhar sem fogão

O meu fogão de cozinha, potenciado pelo gás natural, resolveu avariar. Não sei exactamente qual a extensão do estrago, já que não sou especialista em aparelhos a gás, mas sei que fiquei com um botão na mão, e por isso resolvi fechar a torneira e chamar alguém que perceba do assunto.

Pelo meio enquanto estava a tentar ver o que podia aproveitar, noto que tem também um curto-circuito algures noutro botão, provavelmente relacionado com o isqueiro piezo-eléctrico.

Ora, até à data, nunca me tinha preocupado em não ter fogão. É verdade que não cozinho todos os dias, devido ao trabalho e às outras actividades extra-curriculares, mas quando preciso de cozinhar, sei que posso usar o fogão. Isso acabou-se momentaneamente. Nesta altura, estou a comer comida de forno e de micro-ondas, mas sinto falta de algumas coisas como massa, arroz, ovo cozido e dos meus fantásticos refogados.

Se alguém souber como se podem fazer estas coisas sem fogão, agradeço as dicas, e até os convido para jantar para experimentarem as receitas. E já agora, receitas sem fogão são também bem-vindas.

09 janeiro 2011

Leopoldina

Devo dizer que nunca achei muita piada às músicas da Leopoldina, com excepção da própria música do mundo encantado dos brinquedos. E as campanhas de angariação de fundos pelas grandes superfícies trazem água no bico, pois afinal de contas, quem faz o donativo dedutível de impostos são elas, e não o consumidor que paga  um ou dois euros para o efeito. Mas enfim, no meio de tanta intrujice, pelo menos alguma instituição carenciada é ajudada.

Este ano, já a Leopoldina tem braços em vez de asas, e mantém as mamas de silicone do ano passado. O mundo encantado dos brinquedos tem uma versão que eu detesto, em versão RAP ou Hip-Hop ou coisa que o valha, mas as restantes músicas do CD são simplesmente maravilhosas.

Todas elas são músicas da minha infância e da geração à que pertenço, interpretadas por artistas da actualidade, com os devidos arranjos, o que as tornam mais deliciosas. Ouvir Xutos ou Pedro Abrunhosa a cantarem músicas para crianças fez-me sorrir e voltar atrás no tempo.

Aqui fica uma pequena amostra das músicas do CD (obrigado amigos por mo apresentarem)

03 janeiro 2011

A Disney voltou aos clássicos

O primeiro filme que fui ver ao cinema em 2011 foi o Entrelaçados, a aposta da Disney para o Natal. E tal como esperado, até tendo em conta a crítica que li, o filme é muito bom, provavelmente um candidato ao óscar de melhor filme de animação.

A história é uma adaptação bastante livre do conto de Rapunzel dos irmãos Grimm. Tem a fórmula dos velhos clássicos da Disney, com princesas em apuros (ou não) e príncipes (ou ladrões) encantados. Tem magia, boas músicas, cantadas na versão portuguesa pela Anabela, uma boa narrativa, piadas q.b., e personagens que fazem as delícias de qualquer criança, desde as mais pequenas às mais crescidas, como eu. Um cavalo arraçado de cão e com muito mau feitio e um camaleão com ar mandão tratam da parte cómica do filme.

Para além da receita dos contos de princesas, tem também uma excelente imagem, cheia de cor, e finalmente parece que vi um filme de animação em que o 3D vale realmente a pena. Recomendo, para toda a família.

02 janeiro 2011

Não gosto de passas

E como tal, na passagem de ano, não abro uma exceção para as tradicionais 12 passas, para os mesmos desejos a concretizar no ano novo. E para colmatar este feito, decidi celebrar os desejos não com passas, mas com algo muito mais interessante: M&M’s.

Talvez não seja essa a tradição, mas o que eu sei é que para os M&M’s não preciso de fazer nenhum esforço. E sobre os desejos não se cumprirem, devo dizer que no ano passado também celebrei com os M&M’s e o ano de 2010 até que me correu bem.

O trabalho está óptimo, e melhor do que isso, gosto do que faço, de novo. Eu e a minha família estamos todos bem de saúde, sem nenhum problema de maior. Viajei bastante, por locais incríveis. Conheci pessoas fantásticas, algumas das quais já fazem parte da minha vida. E encontrei aquela pessoa tão especial que me faz sorrir ainda mais todos os dias.

Com tudo isto, como poderia eu não repetir a “minha” tradição dos M&M’s? Com uma tradição tão doce, o ano só poderá sê-lo também.