Para que os pensamentos não se percam no éter, e o fumo do pensamento não ande por aí espalhado.

22 setembro 2012

Falar estrangeiro

Qual a melhor maneira de aprender a falar uma língua estrangeira? Pondo-a em prática. E isso faz-se com mais facilidade indo ao país onde ela seja oficial.

Onde quer que eu me desloque ao estrangeiro, esforço-me por falar a língua local. Isso é verdade para línguas que me sejam mais familiares, como o Inglês, Francês, Espanhol e Italiano. Não quer dizer que não esteja apto a aprender outras, mas demoraria mais tempo. E até hoje só o húngaro se revelou uma verdadeira impossibilidade, pois aquilo não se parece com nada.

O esforço que faço para falar a língua estrangeira, aliada ao facto de não ter medo de mandar umas quantas calinadas, faz com que aprenda muito mais rápido. É verdade que acabo por mandar muitas bolas à trave, e até recebo olhares pasmados de quem não percebe nada do que estou a dizer. Mas é a minha deixa para perceber que disse alguma coisa estranha e tentar mudar o discurso. Quando tudo falha, passa-se ao inglês misturado com alguns gestos para exemplificar e tentar desenrascar.

No final, o que interessa é conseguir fazer-me entender. Se puder ser na língua local, tanto melhor.

16 setembro 2012

Que as pessoas se revoltem!

Ouvem-se gritos de revolta por todo o lado. Contra o Governo, contra a Troika, contra a austeridade. Só ainda não ouvi ninguém revoltar-se contra si mesmo! Sim, porque o primeiro grito de revolta tem de vir de nós próprios.

Os portugueses só querem que não aconteça nada. É muitas vezes este medo da mudança que os mais faz revoltar contra o mundo que os rodeia. O sair da zona de conforto de vez em quando não faz mal a ninguém, e só abre novos horizontes, para além de criar esperança, que fica diminuída quando se espera que “nada aconteça”.

Com os tempos a mudarem em todas as frentes, desde geográficas até às económicas, porque é que tem que “ficar tudo na mesma”? No caso português, porque é que tem de continuar a ser o Estado a suportar velhos vícios e velhos hábitos, que nos últimos anos só destruíram o futuro, dando esperança para o presente? E porque o há-de continuar a fazer, quando as pessoas preferem ser inertes no seu canto de confiança, do que correr para novos horizontes?

Por isso, o apelo à revolta de cada um! Não contra a política, ou contra o FMI, ou contra o Governo, ou contra os outros. Mas contra cada um! Porque primeiro temos que sair deste modo de comodismo onde não acontece nada, para depois podermos dizer que afinal a mudança é boa. E se o não for, pelo menos ficarmos de consciência tranquila porque pelo menos tentámos.

14 setembro 2012

Velhas fórmulas, novo mundo

Parece que o sossego acabou com o anúncio das novas medidas de austeridade por parte do Governo. E estalou de tal forma o verniz, que alguns grupos mais ou menos organizados por organizações tipicamente contra toda e qualquer medida, partiram para atos injustificados de violência.

Muitas vozes contra as medidas se têm ouvido, mas no entanto ainda não se ouviu ninguém que fosse a dar uma ideia que se aproveitasse para substituir essas medidas. Claro que toda a gente fala no diminuição do desemprego, no aumento dos salários, no estímulo ao consumo…mas com que medidas concretas é que ninguém fala.

Os “entendidos” em economia dizem que a fórmula da troika está errada. Perdoem-me esses “entendidos”, mas os senhores da troika são o quê? Astronautas? Varredores de rua? Julgo que são igualmente entendidos em economia, ou não? Pois esses “entendidos” do nossa Portugal baseiam-se na fórmula que vem nos livros de economia de há 100 anos atrás. A fórmula é mais ou menos a seguinte:

melhor salário = mais consumo = mais produção = mais emprego

Agora eu pergunto: o que mudou no mundo desde que esta fórmula foi escrita? Eu respondo, tudo! Desde a geografia, com abolição de fronteiras, desde os meios de transporte, em que se dá a volta ao mundo em muito menos que os 80 dias de Phileas Fogg, desde a informação existente, e claro, as pessoas.

Ora, não estará uma fórmula escrita num mundo diferente do de hoje desajustada para os dias atuais?

Com a mudança do mundo em que vivemos, a fórmula é falível logo no terceiro factor: o aumento dos rendimentos das famílias não obriga a que o consumo por elas feito deixe o dinheiro em Portugal ou nas empresas portuguesas. O mundo é global, meus senhores! Todos temos a facilidade de comprar no estrangeiro, e é cada vez mais visível a quantidade de matérias importadas, não só da Europa como do resto do mundo. A imposição de taxas para produtos importados é neste momento, não só ilegal, como também muito pouco ética!

O país tem que se adaptar à nova realidade que o rodeia, e para isso tem de deixar de se reger por fórmulas e mezinhas que já não funcionam. Novas fórmulas para um novo mundo é o que é preciso.

As medidas de austeridade anunciadas também me vão ao bolso, por isso vão doer. Mas tenho uma melhor sugestão para que o país saia do buraco em que se encontra? Não.

07 setembro 2012

Mais medidas…

…de austeridade. Lá foi o Governo ao nosso bolso novamente. E desta vez parece ser mais grave, uma vez que as opiniões dos comentadores do costume tem sido unânime em dizer mal destas novas medidas.

Pelo que sei, nenhum desses comentadores pertence à classe média, que desde que começaram as medidas, é quem tem sido mais afectada. Sejamos realistas, os ricos, por mais uns quantos milhares de euros de impostos que paguem, continuarão ricos. Os pobres, continuarão isentos de pagamento de impostos. Quem sobra? Todos os que estão no meio. Quem tem sido estrangulado com medidas atrás de medidas é quem trabalha e paga as suas contas todas, e tem uma vida suficientemente desafogada. E nesta altura, cada vez menos desafogada, que o dinheiro começa a não chegar para tudo. Portanto a solução está em tornar-mo-nos ricos (talvez ganhando o Euromilhões ou herdando a fortuna de uma velha rica em estado terminal) ou tornando-nos pobres, esta muito mais fácil de conseguir, até porque o Governo está a dar uma ajudinha.

Por enquanto ainda me encontro na classe média, aquela que é apertada todos os dias em que são anunciadas novas medidas. Mas vamos ver como irá ser o futuro. Acredito que iremos dar a volta por cima, mas cada vez com mais cautela.

04 setembro 2012

Novo meio-campo

Esta falta de fair play nas regras das contratações de mercado correm o risco de algum dia correrem mal. E só não correm mesmo porque os clubes prejudicados são sempre os dos pequenos países. Os clubes grande de Espanha ou Inglaterra são muito mais poderosos financeiramente e por isso dificilmente vendem as suas pérolas já depois do mercado fechar, como aconteceu com o Givanildo e com o grande Witsel.

Ficou o Benfica mais fraco? Talvez se note nos primeiros tempos, em que um novo-meio campo necessita de ser rotinado. Ainda bem que há paragem no campeonato para se poderem treinar essas metodologias. E considerando que o Benfica tem três jogos seguidos fora de casa, um dos quais na Escócia, vai ser com certeza um grande teste à capacidade de superação da equipa, e à imaginação do Jesus.

Para já, nada de deitar a toalha ao chão. Talvez os nossos adversários estejam com um pouco mais de esperança agora, mas não nos esqueçamos que já no passado perdemos Eusébio, Paulo Sousa ou Rui Costa, e mesmo assim continuámos no topo.