Para que os pensamentos não se percam no éter, e o fumo do pensamento não ande por aí espalhado.

26 dezembro 2010

E a prenda deste Natal foi…

isto!

23 dezembro 2010

Natal

Gosto do Natal. Como cristão, sempre fui ensinado que a grande festa do cristianismo é a Páscoa, mas sem dúvida que é o Natal que que mais me anima. Não nego que gosto de receber presentes, ainda hoje como quando era criança, gosto de enfeitar a árvore, ir apanhar musgo para o presépio, ralhar com os gatos quando destroem o musgo, esconder os chocolates bem atrás da árvore, para ter o prazer de os descobrir quando esta for arrumada até ao ano que vem.

E apesar de sentir que o verdadeiro espírito de Natal já não é o mesmo de há uns anos atrás, o que é certo é que é um momento de reunião da família, este ano com todos os irmãos presentes no jantar da consoada e no almoço do dia seguinte.

Que na falta de um verdadeiro espírito de Natal por esse mundo fora, pelo menos em casa eu o possa sentir, assim, sempre, todos os anos. Mesmo que apenas uma vez por ano.

11 dezembro 2010

Bella Italia

Como já devem ter reparado, as minhas férias no início de Dezembro passaram-se em Itália. Aproveitando o feriado a meio da semana, lá consegui tirar uns dias de descanso, longe da azáfama do trabalho, pouco habitual para a época.

O destino, mais especificamente, incidiu na região dos lagos, na zona norte de Itália. A vista sobre os Alpes desde o lago Maggiore é algo que eu nunca tinha visto com céu limpo, e que me deslumbrou.

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As pitorescas cidades italianas são sempre muito interessantes. As ruas são autênticos monumentos, com edifícios mais ou menos velhos, e mais ou menos restaurados, mas que dão sempre para fotografias excelentes. E desta vez, até a neve ajudou ao cenário.

Bérgamo, Como, Varese, Bellagio, Laveno foram as cidades italianas visitadas desta vez, cada uma com as suas características únicas. Varese é uma cidade mais virada para o comércio, pelo que não é tão turística como as restantes. É uma cidade importante para a região onde está inserida, e fornece os serviços essenciais para a população.

Como é famosa por ser onde vive o ator George Clooney, onde mais uma vez, passou despercebido, o malandro, talvez na sua loja Nespresso mais próxima de casa. Bérgamo fica situada a alguns quilómetros de Milão, e a zona da cidade alta é muito pitoresca, cheia de ruas estreitas, lojas típicas de comércio tradicional e artesanato e alguns monumentos.

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Bellagio é a terra que dá nome ao famoso casino-hotel de Las Vegas. Situada no vértice do lago di Como, é uma aldeia pequena, mas rodeada de uma paisagem soberba.

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Laveno é uma das cidades mais importantes à beira do lago Maggiore. Conhecida pela sua Funivia, que está fechada na maior parte dos dias de Inverno, do cimo do monte tem-se uma vista fenomenal sobre o lago. Como não foi possível subir até lá, a vista a partir da igreja já é por si interessante.

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Bem perto de Laveno, situa-se a ermida de Santa Catarina del Sasso. Construída sobre uma falésia, a igreja é pequena mas acolhedora. A vista sobre o lago Maggiore é privilegiada devido à sua localização.

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Ainda houve tempo para dar um salto à Suiça, que fica bem perto desta região. A cidade escolhida foi Lugano, à beira do lago com o mesmo nome. A diferença de mentalidade entre o povo vizinho é enorme, desde logo com o respeito na estrada, quer pelos peões, quer pelos outros condutores. E o embelezamento da cidade, com os jardins sempre aparados, contrasta com algum desleixe típico dos povos latinos, entre os quais o italiano. Na cidade, já com alguma dimensão, é vulgar encontrar lojas de venda de chocolate artesanal, um verdadeiro ex-libris do país.

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E claro que a visita não podia terminar sem uma passagem pela loja da fábrica de chocolates Lindt, situada perto de Varese, onde um guloso como eu se pode perder no meio de tanta variedade.

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08 dezembro 2010

Comida Italiana

Se há país onde eu nunca passo fome é a Itália. Para além do meu Portugal, é talvez o país onde eu mais aprecio a comida. Claro que é sempre preciso saber onde comer, que quem procura fast food, encontra-o.

Nas entradas é habitual haver sempre os grissini, pão seco em forma de palito, alguns com ervas aromáticas, ou simplesmente de pão. E a bela polenta, um género de papas de milho que pode vir mais ou menos condimentada, mas que é o tradicional alimento dos montanhistas, tal a força calórica que introduz a quem a come.

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As pizzas italianas tradicionais, de massa fina e com um molho de tomate que é simplesmente divinal, levam muito poucos ingredientes, ao contrário das que se fazem por cá nas cadeias de fast food. E são sempre de comer e chorar por mais.

Para além das pizzas, há as pastas, com massas de múltiplas formas e cores, desde o tradicional spagheti, a outras mais estranhas em forma de orelhas. E os molhos que as acompanham são igualmente de nos levar aos céus.

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As sobremesas são de entrar em transe. O tiramisu, que pode levar rum ou café, mas que em qualquer dos cenários é uma sobremesa fantástica. E se no verão o calor pede sempre por um delicioso gelato, tipicamente de fabrico artesanal e por isso sempre cremoso e muito saboroso, o inverno chama mais por um ciocolatto caldo com panna, que aquece os momentos mais frios e adoça qualquer amargo de boca.

Para quem gosta de rematar com digestivo, eu sugiro um lemoncello com limões da Sicília, ou um qualquer outro licor de fabrico artesanal, disponível por toda a Itália.

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05 dezembro 2010

Neve

Adoro neve. Desde que não seja em demasia e não nos impeça de sair de casa (ou do aeroporto). Talvez por viver numa zona do país onde raramente neva, parece que sinto a necessidade de ver, tocar, pisar neve quando chega a altura de Dezembro.

E por isso quando chega a altura de Dezembro resolvo meter-me num avião e ir para paragens onde a neve é algo abundante. O frio é sempre relativo, mas a alegria que sinto ao estar na neve supera todos os problemas climatéricos. Além de que é muito giro ver os flocos a cair e muito mais simpáticos que qualquer chuva.

E nada melhor que um belo de um chocolate quente italiano com natas para matar o frio que se faz sentir, e adocicar o momento com tão deliciosa degustação.

Com a chegada da neve, o Natal está mesmo à porta, e é muito normal ver-se nos países europeus as tradicionais feiras de Natal, com os mais variados artigos desde artesanato, até comidas, e o indispensável vinho quente da época.

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Vista de Sacro Monte

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Cai neve em Bérgamo

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Os enfeites naturais da neve

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Pequena feira de Natal em Ispra

04 dezembro 2010

E a partir do avião…

…tiram-se fotos espetaculares de paisagens de cortar a respiração. Mesmo com o telemóvel. Os Alpes são mesmo magníficos.

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Voar em low-cost

Nunca voei em Low-Cost. A única razão, pelo menos até hoje, foi a de nunca se ter proporcionado. Os voos são tipicamente a horas que não dão jeito a ninguém, e os mais baratos são de ou para aeroportos que não interessam.

Hoje, o meu voo na TAP para Milão demorou uma hora a mais que o previsto. E qual foi a razão? A greve do pessoal de terra em Espanha fez com que o espaço aéreo espanhol estivesse fechado à aviação. Com isto, o avião teve de ir dar uma volta até aos Açores e regressar ao continente pelo Golfo da Biscaia, entrando em Itália por França, contornando assim as limitações impostas por Espanha.

Ora, agora imaginem que tinha sido uma low-cost em vez da TAP. Os bilhetes, quando andei a procurar, eram mais baratos 2€, logo nem valia a pena chatear-me. Na TAP ainda me serviram uma refeição, nada de especial, devo dizê-lo, mas fica a intenção. E pelo menos, ao contrário de outros voos, o mesmo não foi cancelado. Não estou a ver nenhuma low-cost a gastar mais combustível, a trocar o avião por um maior, apenas para poder contornar Espanha. O mais fácil, e típico nas low-cost, é cancelar. E o passageiro que se amanhe.

Quando há patrões de empresas low-cost que só não põem os passageiros a voar em pé agarrados ao varão apenas porque as regras de segurança internacionais não deixam, aí se vê ao que se sujeitam os passageiros. Eu ainda prefiro a minha dignidade e algum conforto. Dizem que é da idade.

30 novembro 2010

Futebolada

E no sábado dia 27 de Novembro, o grande jogo cheio de emoção do Relvinhas Park decorreu assim.

29 novembro 2010

Gru 3D

O título original é despicable me, e é um filme de animação. Podem dizer que isso é para crianças, mas acreditem que todos os filmes de animação que tenho visto ultimamente são mais para crescidos que para crianças. Além disso, quem diz que não podemos ser crianças?

Tal como não podia deixar de ser, este filme é também ele em 3D. E confesso que os efeitos 3D ainda me deixam muito a desejar, quer pela expectativa maior que criam e que não cumprem, quer pelo vazio extra na carteira. Desculpam-se que o pagamento é pelo filme e não pelos óculos pirosos que até podemos levar de casa.

Com este aparte, o filme é de animação, com muitas piadas, umas bastante mais subtis que outras, e que dificilmente as crianças perceberão. Vale claro pelas cores alegres e situações embaraçosas que fazem rir dos mais novos aos mais velhos. E o 3D vale pela cena da montanha russa, que realmente nos transmite a sensação de lá estarmos.

A versão portuguesa conta com as vozes de Nicolau Breyner no papel de Gru, e de David Fonseca no papel do verdadeiro vilão Vector. De resto, é um filme que se vê muito bem com um balde de pipocas.

28 novembro 2010

O tempo não apetece

Se há coisa que eu não gosto de ouvir como desculpa é o estado do tempo. Ah, e porque está calor. Ah, e porque chove. Ah, e porque está frio e está-se bem é ao lume. E outras que tais.

Até parece que para sair de casa é necessário que transportemos connosco um ar-condicionado portátil sempre regulado para os 23º (temperatura de conforto). Afinal as intempéries da Natureza fazem parte da vida e temos que aprender a viver com elas. Se com esta história do aquecimento global (ou arrefecimento, sei lá) as temperaturas fugirem durante muito tempo da nossa temperatura de conforto, ninguém sairá de casa? O IKEA é que deve ficar contente com isso.

22 novembro 2010

Nas escadas rolantes…

…do Vasco da Gama:

Ele, com ar de puto cromo:

- (…) um tetraedro. Sabes o que é um tetraedro?

Ela, com ar de pita burra:

- É o que tem dez lados?

Ok, afinal não é só o ar. Se calhar estava só a fazer-se de sonsa para que o puto cromo lhe faça os trabalhos de casa em troca de qualquer coisa. Quem sabe se afinal de burra não tem nada?

15 novembro 2010

Acordo ortográfico

Enquanto escrevia o post anterior, verifiquei que o corretor linguístico do programa que habitualmente uso para escrever no blog, atualizou-se para o novo acordo ortográfico.

Não sou contra a evolução da língua, longe disso. Mas confesso que me faz alguma confusão escrever, e até ler, as palavras com menos consoantes do que antes. Será, sem sombra de dúvida, uma questão de hábito que irei ganhar ao longo do tempo, e que até já posso contar com a preciosa ajuda do software que uso habitualmente.

Tudo começou com uma tampa…

Já não ia ao cinema há algum tempo, e este fim de semana tive oportunidade para ir. O filme escolhido foi “A rede social”, inspirado na vida do fundador da maior e mais lucrativa rede social de hoje em dia, o Facebook.

O filme tem uma história agradável, com alguma ação, e não acredito que toda a narrativa seja verídica, ou não fosse produzido em Hollywood. Os nomes e as personagens são reais, os processos judiciais são sobejamente conhecidos, e os termos técnicos utilizados parecem verídicos. Tão verídicos que os primeiros 10 minutos de filme podem ser complicados de seguir para quem não é um especialista na informática.

Fica a sensação que Mark Zuckerberg é o verdadeiro cromo anti-social,  e cuja necessidade de ser inserido num meio importante, aguçou o seu engenho e génio, para criar o Facebook, o que o transformou no bilionário mais novo de sempre. De certeza que os problemas sociais já passaram.

E como diz o ditado, atrás de um grande homem há uma grande mulher, vejam o filme e concluam que não fosse a tampa que ele levou da namorada, hoje a Internet não seria a mesma coisa. E para se ser bilionário, só é preciso uma boa ideia.

04 novembro 2010

Terrinha

Quando há muitos anos atrás vim para Lisboa, sempre fui a modos que gozado com duas particularidades: o sotaque, e a “terrinha”.

Diziam os meus colegas de faculdade, na sua grande maioria de Lisboa ou arredores, que eu falava a cantar. O meu sotaque da zona centro-oeste tem de facto algumas diferenças de vocabulário em relação ao sotaque alfacinha, mas nunca me apercebi de que falava a cantar. O arrastar das palavras, principalmente nas terminações, era o que levava a tal afirmação, mas que até torna as frases melódicas. Depois de tantos anos em Lisboa, devo ter perdido algum do sotaque, mas não do vocabulário.

A “terrinha” sempre foi um conceito que a malta de Lisboa teve dificuldade em aceitar. Não percebiam qual era a emoção e a ansiedade que nós, os forasteiros, tínhamos em ir para as nossas terras ao fim de semana. Pois eu também não consigo explicar o inexplicável. É onde estão as nossas raízes, e no meu caso, grande parte da minha vida pessoal. E mesmo apesar de não ir tantas vezes como no meu tempo de estudante, continua a ser a minha terra.

Nós, os forasteiros, sempre temos uma terrinha para onde ir aos fins de semana. Os outros, se querem ir para algum lado, têm de pagar para isso.

01 novembro 2010

Ó tia, dá bolinho?

É com esta frase que todos os anos do dia 1 de Novembro, começa o dia. Quando as crianças e os mais jovens vão bater à porta de casa bem cedo, a pedir o bolinho tradicional, o chamado Pão por Deus, que as pessoas da terra fazem artesanalmente, cada uma com a sua receita própria.

Lembro-me dos meus tempos de criança em que também eu, acompanhado pela minha irmã, pela minha vizinha e por quem mais se juntasse na demanda, de ir bater de porta em porta, percorrendo as ruas e ruelas do vila e arredores, enchendo o saco com os bolinhos, cada um com a sua forma e sabor.

Mas o que eu gostava mais era dos outros petiscos. Chocolates, gomas, rebuçados, e até dinheiro recebíamos neste dia. E da expectativa que tínhamos antes de batermos a cada porta, sem saber o que receberíamos dali. A mensagem passava de grupo em grupo: “Aquela casa dá dinheiro. Aquela dá rebuçados. Aquela não tem ninguém”. E nós lá íamos fazendo a nossa parte, continuando a saga.

No final do dia, chegávamos cansados a casa, mas felizes, com o saco cheio de bolos e de doces, para nos alimentarem a gula nos dias seguintes.

30 outubro 2010

Comida da época de Outono

Já diz o ditado “tudo lembra na sua época”. E com o chegar do Outono, e os meses frios, o acender da lareira e o ar aconchegado do calor que de lá emana lembram as coisas apetitosas que este período traz.

As castanhas assadas, com o aroma característico, e a aventura de as descascar enquanto ainda estão quentinhas, sem correr o risco de queimar os dedos, e eventualmente a língua. Quer sejam dos vendedores de rua, ou feitas em casa, são um primeiro sinal que o Outono já chegou.

As batatas doce, usadas igualmente em culinária, mas que assadas no forno e comidas apenas com o prazer da degustação, aconchegam qualquer estômago. E além disso fornecem os hidratos de carbono suficientes para umas belas horas.

Os bolos de pão doce, que são distribuídos no dia 1 de Novembro, cuja tradição de fabrico artesanal aqui na terra deixa no ar um aroma doce e agradável que sai pelas chaminés dos fornos. A massa doce e recheada com frutos secos, principalmente nozes, é simplesmente deliciosa. E então quando ainda quentes, a sair do forno, são divinais.

Os marroquinos da árvore do quintal da minha avó, uma espécie de tangerinas, mas mais pequenas, mais redondas, e com um sabor mais ácido. Gosto delas ainda verdes, onde a surpresa de ver o interior já laranja culmina com o sabor ácido e cheio de vitaminas. Só para apreciadores!

E com isto tudo, já estou com água na boca, pelo que vou comer mais uns marroquinos, acabadinhos de apanhar da árvore.

Fim de semana grande

Quando há fins de semana compridos, devido aos feriados que nos sabem sempre tão bem, tento sempre por-me em viagem na altura que previsivelmente terá menos trânsito na estrada.

Pois parece que cada vez há mais gente que pensa da mesma forma que eu. De tal forma que ao ir para Norte apenas no sábado de manhã deparei-me com tudo aquilo que não queria: acidentes, carros que nunca mais acabavam, empatas na auto-estrada e na nacional, e filas intermináveis. Para ajudar à festa, um temporal desgraçado que causou imensas poças de água nas estradas, piorando ainda mais o cenário.

Por tudo isto, acabei por demorar quase 2 horas a fazer a viagem, quando o habitual é demorar 70 ou 80 minutos.

24 outubro 2010

Eliza Doolittle

De vez em quando há certos artistas estreantes que me fazem andar a procurar informação sobre elas, incluindo as músicas e os vídeos pela Internet. O último caso aconteceu recentemente, vinha eu a caminho de casa, regressado do trabalho, a ouvir a Antena 3.

Eliza Doolittle, tem nome de personagem de filme (My Fair Lady), mas nasceu em Londres e é uma cantautora jovem, com muito boa aparência (leia-se gira). A sua música é pop com ares de folk e soul, e a música que eu ouvi, Pack Up, tem um ritmo deveras contagiante, e uma letra fantástica. Aqui fica o vídeo da menina, que me fez dançar a caminho de casa.

E já agora, se duvidam das capacidades vocais da moça, porque isto com toda a produção que as músicas têm, nunca se sabe, procurem as versões ao vivo e acústicas, e verifiquem por vocês mesmo que ela canta mesmo bem.

18 outubro 2010

Grutas de Mira de Aire

Ainda antes de serem eleitas como uma das 7 maravilhas naturais de Portugal, tive oportunidade de visitar esta magnífica obra da Natureza. Nos meus 33 anos de vida, foi a primeira vez que tal aconteceu, mesmo considerando a proximidade a que moro.

Localizadas na zona centro oeste de Portugal, as Grutas de Mira de Aire são as maiores grutas turísticas de Portugal. A sua extensão atinge já os 11kms de gruta conhecidos, mas apenas 600 metros podem ser visitados turisticamente. Inauguradas em 1974, e com milhões de visitantes, durante o percurso descemos cerca de 150 metros em profundidade. Pelo menos existe um elevador para nos levar de volta para a superfície.

A visita começa pelo grande salão, a maior cova natural de uma gruta existente. Pelo caminho, as afiadas estalactites, e as hirtas estalagmites, acompanham-nos numa viagem pelo centro da Terra, onde as esculturas da Natureza na rocha calcária e húmida nos circundam.

IMG_3930 O grande salão

Mesmo depois dos vários avisos do guia para que o grupo não se afastasse, foi possível observar com um olhar maravilhado o que de mais belo a Natureza tem para nos oferecer. Os muitos lagos interiores, como não poderia deixar de ser, cheios de moedas e desejos, são iluminados para um ambiente mais suave e acolhedor.

IMG_3971 Estalactites

IMG_3953 Um dos muitos lagos interiores

A viagem termina pelo corredor das luzes, onde fontes de água iluminadas com cores proporcionam belos efeitos visuais. Antes de entrarmos no elevador de regresso à superfície, o pequeno espaço de exposição, onde se mostram algumas das rochas mais curiosas descobertas na gruta, das mais variadas formas e feitios.

IMG_4008 O corredor das luzes

Um passeio que se recomenda, para que todos possamos apreciar esta verdadeira maravilha, bem no nosso Portugal.

Mais fotografias podem ser vistas aqui.

Nadador sofre

O que acontece quando estamos a nadar de costas, braços com movimento clássico, relaxados e distraídos?

Isso mesmo, cabeçada na parede…

Doeu? Pois, o barulho do eco doeu mais que a pancada em si, que até a professora Elsa engelhou a testa. E nas voltas seguintes, já me acompanhava pela lateral da piscina para garantir que eu travava a tempo.

Quem diz que só se lesiona quem faz desporto, é nestas situações que lhes dou razão.

17 outubro 2010

A saga do bem-vestir

A presença num baptizado requeria que me vestisse de uma forma um pouco mais clássica que o meu normal do dia a dia. E na hora de ir passar o fim de semana fora, levo a roupa na bagagem. Umas calças mais clássicas, de sarja preta, um blazer preto, sapatos pretos que descobri aqui pelos armários de casa, duas camisas, uma mais desportiva e outra para andar mais atilado.

Na véspera lembro-me que o meu cinto é castanho, o que não pode ser, e por isso, vou ao shopping comprar um cinto preto, a um preço acessível, se é que isso existe nos dias de hoje. Parece estar tudo preparado, desta vez. Errado.

Ao olhar para a camisa clássica, já em casa, reparo que ela parece estar estragada. É verdade que já não é nova, mas estando dentro do armário deveria estar no mínimo usável. E ao experimentar a camisa desportiva, vejo que não se adequará à situação. Planos para o dia seguinte: levantar cedo e ir ao shopping às 10h da manhã, comprar uma camisa.

Já vestido a preceito, com a camisa de recurso e a caminho do shopping, reparo que o pé direito anda mais à vontade dentro do sapato que o pé esquerdo. Eis que olho para o sapato e reparo que a sola do mesmo está quase descosida na totalidade num dos lados, o que me deixa na situação arriscada de chegar ao fim do dia com as meias no chão. Bem, pode ser que o mesmo se aguente hoje, penso eu, enquanto escolho uma camisa, a um preço menos assustador que o normal das que tinha visto até então.

Ao passar num dos corredores do shopping, reparo num pequeno guichet onde em letras grandes se pode ler: “reparações rápidas, chaves, cintos, sapatos”. É mesmo aqui que eu vou já de seguida. A senhora que lá está logo se aproxima:

Sra - Faça favor!

Eu - Olhe, eu queria saber se dá para colar a sola deste sapato.

Sra - Mas olhe que o sapato é cosido e não colado!

Eu - Pois, eu sei, mas só preciso que ele dure hoje, que amanhã já não preciso dele.

Sra - Dê cá o sapato que eu vou ver se a cola agarra isso.

Passados alguns minutos, e já depois de me ter dito para esperar um pouco enquanto a cola secava, eis que me surge com o sapato colado e com a sola no sítio. Não me cobrou dinheiro, e acabou por me salvar o dia, que não queria nada ter que comprar um par de sapatos. E os sapatos duraram todo o dia, e toda a noite na caminhada que fiz para casa sobre calçada. Estão de novo no armário e prontos para outra, pelo menos até se descolarem outra vez.

09 outubro 2010

Escovas do limpa-vidros

Na última revisão do meu fabuloso bólide, que aconteceu quando o mesmo fez 270.000 Km (sim, esses todos), e com o aproximar do Inverno, pedi para me colocarem escovas de limpa-vidros novas, substituindo as mais que gastas que lá estavam.

Ontem, devido ao temporal que se abateu sobre Lisboa e o resto do país, tive oportunidade de as testar devidamente, e devo dizer, que umas escovas novas fazem mesmo uma grande diferença. Já estava habituado a ter riscos de água no vidro, a ter apenas uma metade limpa, e outras situações que eu considerava normais, ou que culpava o vidro. Pois com escovas novas, é como se o vidro nem existisse. Nem riscos, nem meias-limpezas, nem vestígios de água e pó. Limpam e ficamos com a sensação de que vemos finalmente o mundo outra vez.

05 outubro 2010

A aventura dos U2

Sempre que os U2 vêm a Portugal, a aventura começa logo nas intermináveis filas para tirar os bilhetes, com mais de um ano de antecedência. Os fãs dormem ao relento durante dias para conseguir um bilhete, cujo preço já é por si só uma exorbitância. Confesso que não há banda nenhuma que me leve a dormir ao relento para conseguir bilhetes. Prefiro a minha dignidade. E por isso, o tempo foi passando, comigo já conformado que também não iria ao concerto desta vez. Os bilhetes esgotaram em poucas horas, e os que seriam postos na revenda pelos novos donos custariam tanto como um ordenado. E o mesmo se passa para o segundo concerto, anunciado uns dias depois, para o dia adjacente.

Até que algumas semanas antes, me perguntam se eu quero ir ao concerto, pois uma amigo ainda tem bilhetes disponíveis. E eu, claro que aproveito, mesmo sendo um preço tipicamente proibitivo. Mas são os U2, e o bilhete custou mesmo aquele preço, por isso, é uma bela oportunidade. Com o aproximar dos dias do concerto, deparo-me com mais e mais ofertas de bilhetes disponíveis para venda. Bilhetes que foram comprados, na sua maior parte com a ganância das pessoas, que ao chegarem próximo da data dos concertos se vêem com os bilhetes na mão, inúteis.

Foi por isso sem grande espanto que observei, ao chegar a Coimbra, que havia bastante disponibilidade de pessoas a vender bilhetes na rua. Também havia quem os quisesse comprar, e a esses eu chamo uns optimistas, para além de sortudos por terem arranjado os bilhetes tão em cima da hora.

A cidade de Coimbra estava preparada para a festa. A viagem de comboio fez-se sem sobressaltos, e os autocarros criados para o efeito cumpriram o seu dever, quer à chegada, quer à partida, o que evitou a confusão das filas intermináveis de trânsito que se geraram para o acesso à auto-estrada.

No comboio de regresso, com a alma cheia do melhor concerto que alguma vez assisti, e com o corpo cheio de cansaço e de sono, acordei sobressaltado com a voz do revisor da CP, que com o seu ar de gozo gostou de me ter acordado para pedir os bilhetes. Depois disso, só acordei em Vila Franca de Xira, a poucos minutos da Estação do Oriente, onde saí já passava das 4h da manhã.

No dia seguinte, acordar o mais cedo que consegui para ir trabalhar. Cheio de sono, sem vontade, mas com um sorriso enorme e a alma brilhante das aventuras do dia anterior. Não me importaria de repetir tudo de novo.

U2

Foi no passado dia 3 de Outubro, em Coimbra,  bem no centro do país, e onde as ruas têm nome, que assisti pela primeira vez a um concerto daquela que é considerada por muitos como a melhor banda do mundo. Foi também a minha primeira vez num concerto de estádio, e devo dizer, que concerto. Todas as altas expectativas que tinha foram superadas. Por serem os U2, famosos pelas suas inovações nos concertos, cheios de tecnologia, luz e outros efeitos, para além de músicas que são agradáveis, e muitos êxitos que se tornaram verdadeiros hinos.

O palco surpreende logo pela estrutura de garra, e mais chegado para o meio do campo, ao contrário do que estamos habituados nos concertos. Permite que haja público a toda a volta, e com uma passadeira a toda a volta do palco onde os U2, principalmente Bono, Edge e Adam, podem passear durante a actuação. Larry está mais fixo na bateria, sobre uma plataforma giratória que vai virando para vários lados. Excepção feita quando percorre toda a passadeira de jambé, tendo também o seu momento de aplauso.

Image(118) O palco em forma de garra, antes do concerto.

A primeira parte do espectáculo ficou a cargo dos nova-iorquinos Interpol, que provavelmente nunca pensaram actuar num recinto tão grande e num palco tão sofisticado. Boa música, estilo indie rock, para aquecer o público que aguardava ansiosamente pelos que se seguiriam.

Faltava um bom bocado para as 22h, quando ao som de Space Oddity de David Bowie, os U2 entram em palco para delírio do público presente. E nada como Beautiful Day para animar uma beautiful night que se viria a verificar, mesmo com ameaça de chuva.

Image(131)Ao longo das duas horas de um Magnificent concerto, debaixo de um palco iluminado ao som pop da melhor banda do mundo, e sem linha no horizonte que os guiasse, os U2 proporcionaram-me aquele que foi até hoje o concerto da minha vida. O novo álbum esteve em destaque, mas houve tempo para os incontornáveis clássicos, debaixo de um céu que não era vermelho mas alaranjado pelas luzes da cidade a reflectir nas nuvens. Um concerto que teve os seus momentos intimistas, com baladas inesquecíveis como Miss Sarajevo, ou o inigualável One, e momentos de puro êxtase ao som de Vertigo ou Get on your boots.

Image(127)Houve tempo para os habituais apelos às causas humanitárias, e até contou com a participação da amnistia internacional. O apelo à libertação de Aung San Suu Ky e à paz no médio Oriente estiveram presentes, numa faceta que lhes é bastante conhecida. Goste-se ou não que o façam, o que é certo é que Obama ganhou um prémio Nobel da Paz por fazer bastante menos. Há pelo menos que lhes dar o mérito de tentarem, mesmo que na prática sirva para atrair mais publicidade.

Os U2 mostraram que têm uma máquina de espectáculo muito bem oleada. Nada ficam a dever ao acaso, e Bono sabe melhor que ninguém como levar um público ao rubro. E nada melhor que terminar com um belo moment of surrender para a despedida, que ainda teve tempo para um singing in the rain vocal quando a chuva começou a cair.

Eu fiquei rendido, e definitivamente I will be with U(2) again.

26 setembro 2010

Lisboa, o encanto da cidade

Mudei-me de malas e bagagens para Lisboa com 18 anos, na altura da entrada na Universidade. Já lá vão uns bons anos. E tirando os tempos de mais ou menos estudo, em que se saía à noite para a habitual borga estudantil, raramente me dediquei ao turismo em Lisboa. Não por falta de tempo, apenas porque ao passar toda a semana em Lisboa, o que me apetecia era mesmo ir para outras paragens, aliviar do stress e da correria.

Hoje, passados muitos anos, já não consigo estar muito tempo longe deste stress e desta correria da cidade. E apesar de conhecer os locais turísticos da cidade, nunca os apreciei como devia, até recentemente, aproveitando a visita de familiares.

IMG_3750 Vista do miradouro de Santa Luzia sobre os bairros populares

Apanhando o eléctrico 12 na Praça da Figueira, ainda na sua forma antiga, em ferro, e sem janelas, sobe-se até aos bairros do castelo, onde no  miradouro de Santa Luzia se podem observar alguns dos bairros mais famosos da cidade, como a Graça e Alfama, e a vista sobre o rio. Descendo pelas ruas estreitas e inclinadas chega-se à Sé catedral de Lisboa, edifício do séc. XII imponente sobre o bairro. No seu interior, a nave da igreja e a beleza dos seus vitrais são visitas obrigatórias, pelo jogo de luzes que mostram.

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A Sé de Lisboa

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Vitral da Sé de Lisboa

Seguindo pelo bairro da Madalena, chega-se à zona do Terreiro do Paço. A Rua Augusta, outrora famosa pelas suas lojas de renome, agora é pródiga em cafés turísticos, e lojas de artigos mais acessíveis. E dado o calor que se faz sentir, nada como uma paragem para uma bebida refrescante, com vista para o magnífico arco e a arquitectura pombalina da zona envolvente.

IMG_3767 Rua Augusta e o arco

A Praça do Comércio, restaurada recentemente, desilude. A troca do chão em calçada portuguesa, que em tempos desenhava padrões interessantes no chão, pelo ladrilho de cimento, torna-o um local bem menos bonito, e muito menos acolhedor. A estátua de D. José I agora parece sozinha no meio da praça, rodeada de um vazio enorme. O cais das colunas, apresenta um cheiro nauseabundo, devido aos esgotos que ainda jorram para o rio Tejo naquela zona. E a quantidade de tainhas que se alimentam desses dejectos ilustram bem a imundice que aquelas águas apresentam. O Tejo e a cidade de Lisboa merecem melhor.

IMG_3771Cais das colunas, no terreiro do Paço

Subindo pela Rua do Ouro, chega-se ao elevador de Santa Justa. Um edifício do séc. XIX, já reparado mais recentemente, que permite uma vista fabulosa sobre a baixa da cidade, desde o Rossio até ao Terreiro do Paço, e o castelo ao fundo, como que a reinar sobre Lisboa.

IMG_3786Elevador de Santa Justa

 IMG_3791Vista sobre o Castelo de São Jorge

 IMG_3795 Vista sobre o Rossio

Passando pelo elevador, ao lado do convento do Carmo, chega-se ao Chiado, onde se pode parar para um café junto da estátua de Fernando Pessoa, ou mesmo um gelado magnífico no Santini, bem em frente dos novos armazéns do Chiado. Um passeio a pé pela zona circundante vale a pena, para apreciar a mistura da arquitectura pombalina com as modernas construções, já depois do incêndio do Chiado.

Para quem como eu mora em Lisboa, foi um redescobrir da cidade num passeio como turista, que me fez gostar mais de Lisboa, com uma perspectiva diferente do que estou habituado.

18 setembro 2010

Acção dos anos 80

Foi com alguma desconfiança que vi o último filme do Stallone, “os Mercenários”. Já tinha visto o trailer no cinema, e pelos actores presentes, conseguiu juntar um leque alargado de heróis de barba rija e cabelo no peito. Muitos deles, heróis nos filmes de acção dos anos 80.

Tal como num filme dos anos 80, este filme tem os mesmos ingredientes: uma história simplista dos bons contra os maus, muitas explosões, fontes de sangue a jorrar por todo o lado, piadas simples e absurdas, e cenas de acção que nunca mais acabam. Ah, e também um pouco de romance, mas mesmo só para dar uma outra corzinha à história. E a cena de luta entre o Jet Li (que leva mais porrada neste filme que em todos os que já participou) e o Dolph Lundgren é algo que vale a pena ver.

Não é de todo um filme candidato a Oscar, estará mais perto de receber um Razzie, mas devo dizer que é entretenimento puro. Se estão à espera de um filme para intelectualóides com uma grande história, mas com acção de fazer adormecer o maior viciado em cafeína, então não vejam este filme. Para os que gostam de acção pura, para dar descanso aos neurónios depois de um dia stressante, então recomendo, e com direito a pipocas.

Molhos e comida

Aqui há dias, numa das minhas incursões pelas cadeias de Fast Food, experimentei uma das novas especialidades da Pans & Company. Os novos cheesy bites de camembert. Em termos práticos, são umas rodelas de queijo camembert, cremoso, cobertos com uma farinha com cereais e panados. Devo dizer que são absolutamente divinais, pois o queijo vem realmente cremoso e muito saboroso, com a cobertura de cereais para uma mistura de sabores.

O que me surpreendeu foi a escolha do molho, que pelos vistos, acompanha sempre os cheesy bites, e já agora, os de frango também. Devo dizer que experimentei com o molho, mas logo o afastei. É que sendo eu apreciador de queijo, ao usar o molho não me iria saber a queijo coisa nenhuma. E daí pergunto eu, porque raio servem eles os molhos para disfarçar o sabor da comida? O mesmo se pode aplicar em qualquer outro restaurante. Senão vejamos alguns exemplos:

  • Num restaurante japonês, usa-se os molhos de soja para molhar o sushi. Não deveríamos saborear o sushi? Se eu quiser saborear o molho de soja, bebo-o num copinho de shot.
  • Numa casa de bifes, tipo cervejaria, os bifes vêm a nadar no molho. Se eu quiser saborear o molho, óptimo, mas se não quiser, nada como um belo bife grelhado para saborear a carne.
  • Molhos nas saladas, eu até compreendo, já que a maioria dos vegetais não têm sabor, e assim sempre sabem a alguma coisa.
  • Molhos nas batatas do MacDonalds, para quê, se o que é bom é mesmo o sabor da batata frita, por muito ou pouco mal que isso faça à saúde. (não fará pior com o molho?)

Quero com isto dizer que não me importo nada que a comida leve os molhos, e cada um que a sirva como quiser. Eu também gosto. Mas quando quero saborear realmente a comida, não me obriguem a usar molhos, senão estarei a desvirtuar o prazer da degustação. E nada me tira da cabeça que há muitos casos que os molhos servem para disfarçar a má qualidade do que se come. Bom apetite.

08 setembro 2010

Voltei à natação

Eis que 5 anos depois da minha primeira aprendizagem no mundo aquático, onde nunca fui muito adaptado, voltei às aulas de natação.

É verdade que nunca fui grande nadador, mas estar fora da piscina este tempo todo deixa as suas marcas. A respiração já não é a mesma, e o stress que sinto de cada vez que estou debaixo de água é um problema a resolver com a prática que espero ganhar.

A professora Elsa é atenciosa o suficiente para explicar os movimentos correctos, e mostrar o que está mal. Só é pena que ela não esteja de fato de banho dentro da piscina, mas não se pode ter tudo.

Sempre me convenci que se fosse para andar dentro de água teria nascido com guelras. Mas o que é certo é que para já estou a a gostar das aulas de natação. Sinto-me cheio de energia sempre que saio da piscina, mesmo com as litradas de água que bebo em cada sessão. Espero daqui a uns tempos beber menos água. É sinal que já estarei mais adaptado.

O novo Karaté Kid

O Karaté Kid, depois de ter mudado de sexo, mudou de cor. Parece que nos últimos tempos, talvez por ser também a a silly season do cinema, Hollywood passa por uma crise de imaginação, desfazendo-se em remakes dos filmes sucesso dos anos passados. O Karaté Kid é um deles.

O filme até é agradável de ver, mas para quem cresceu a ver o Ralph Macchio a encerar carros e pintar cercas, no célebre movimento wax on, wax off, o filme perde grande parte do charme com a nova dança do casaco, que serve de base aos ensinamentos de Kung Fu. Não há um mítico Mr. Miyagi, há sim um Mr. Han, interpretado por um Jackie Chan que não estamos habituados a ver, bem mais sério que os típicos filmes de kung fu parolo com que nos brinda de vez em quando.

O Karate Kid é interpretado por Jaden Smith, filho de Will Smith e Jada Pinkett-Smith, que também produzem o filme, e tem uma história em tudo semelhante à versão original de 1984. Esta versão moderna centra-se mais nas cenas de luta que na adaptação a uma nova realidade de um recém adolescente, mas as cenas de acção estão bem feitas pelo que o filme consegue ser um pouco mais que um filme pipoca.

31 agosto 2010

Oceanário

Passaram 12 anos desde que fui pela primeira vez ao Oceanário de Lisboa. A primeira vez foi durante a Expo 98, onde os milhares de visitantes eram pressionados a despacharam-se de modo a dar lugar a outros milhares que se seguiam.

Desta vez, e já sem a confusão da Expo 98, a visita foi feita ao ritmo que apeteceu, sem pressas, e apreciando todo um mundo de espécies animais e vegetais que depende dos oceanos.

Pela janela do grande tanque central observamos os vários peixes em harmonia, e quase que nos sentimos debaixo de água, mesmo quando algumas das espécies mais simpáticas se aproximam como que para dizer olá.

IMG_3836 Grande tanque central

IMG_3921Um simpático e estranho peixe

 IMG_3872Um tubarão, dos vários existentes no tanque

Nos quatro tanques adjacentes ao tanque central, um em cada esquina, mais pequenos, são recriados os habitats de quatro oceanos específicos: Atlântico, Pacífico, Índico e Antárctico. Na parte superior de cada um destes tanques, observam-se muitas aves, de várias espécies. E em toda a visita são dados conselhos para a preservação de cada uma dessas espécies, que os visitantes deveriam ler, e essencialmente cumprir.

IMG_3841 [1024x768]Papagaio-do-mar (Atlântico)

IMG_3853 Pinguim, a posar para a fotografia (Antárctico)

IMG_3855 Pinguim, a “cantar ópera” (Antárctico)

No tanque do pacífico encontra-se aquela que é talvez o ex-libris do Oceanário, e que diverte e entretém os visitantes, tal a sua simpatia. A lontra Amália, agora sozinha, à espera que duas das suas crias regressem a Lisboa para lhe fazer companhia. A lontra macho Eusébio morreu há pouco tempo, e as três crias do casal foram emprestados a aquários da Europa. Digam lá se não dá vontade de lhe fazer festas?

IMG_3861Amália, a única lontra actualmente presente no Oceanário (Pacífico)

Por entre os pequenos aquários interiores é possível ver toda uma séria de animais marinhos, das mais variadas formas e cores, desde o polvo gigante do pacífico ao caranguejo-aranha do Alasca, passando pelos agora famosos peixes-palhaço, muitas anémonas, medusas, e outros animais ainda mais estranhos.

IMG_3922Peixes-palhaço

IMG_3905  Coloridas anémonas

Como um pequeno bónus na visita, o Oceanário apresenta uma exposição de anfíbios, também eles cheios de cor, e alguns bastante difíceis de localizar, dada a sua capacidade de camuflagem e o seu (espantoso) reduzido tamanho.

IMG_3887 Uma rã, do tamanho de um polegar

Não sei quando voltarei a ir a Oceanário de Lisboa, mas espero não demorar novamente 12 anos. É um local que vale a pena visitar.

25 agosto 2010

No dentista

Dra. – Então está tudo bem, desde a última consulta? (que aconteceu há cerca de 6 meses)

Eu – Tenho um abcesso numa gengiva, mas ele vai e vem, depende dos dias, e não me dói.

Dra. – Vamos ver isso, e aproveitamos para a limpeza habitual.

Dra. – Mas este dente está desvitalizado. Quem é que o desvitalizou? (por acaso até tinha sido ela…)

Dra. – Bem, isto as hipóteses que temos são, tirar o dente, e depois colocar um pivô, que custa caro; ou recomeçar o tratamento, retirando a amálgama e depois colocar uma coroa, que também custa caro e pode não ter sucesso.

Eu – Mas eu não andei 3 anos com aparelho nos dentes para agora começar a arrancá-los. Isso faz-me alguma confusão.

Dra. – Pois, acredito que sim.

Eu – E não posso só tomar um antibiótico? (um abcesso é sinal de infecção)

Dra. – Mas o antibiótico vai tratar dos sintomas, e não do problema. (Mas afinal não são os antibióticos que tratam das infecções?)

Depois de algum tempo a remexer, e já depois da limpeza feita:

Dra. – Bem, esta gengiva tem uma bolsa de ar junto ao dente, pelo que o abcesso pode ser periodontal. Limpei o dente junto à gengiva por isso vamos ver como evolui. Entretanto vais tomar antibiótico durante 6 dias.

Eu – Está bem. E depois veremos como a coisa corre. Se eu tiver problemas de maior venho cá mais cedo, senão, voltarei daqui a 6 meses (que é o que eu espero, e o mais provável)

Conclusão: Parece que queria arrancar o dente à força. Começo a convencer-me que é um fetiche que a Dra. tem, tal a ânsia de me arrancar dentes sempre que lá vou. Só parou de me falar em arrancar os sisos depois deles terem ficado direitos com o aparelho. Pelos vistos arranjou novos alvos.

18 agosto 2010

Nem Lemon nem Nada

Já devem ter reparado num sumo que apareceu nas prateleiras dos supermercados há já algum tempo, que dá pelo nome de “Lemon & Nada”. Supostamente é uma limonada, que deveria conter limões e mais nada, de acordo com o nome. 055_02_7944Ora, provei este sumo supostamente natural que não passa de uma mixórdia à base de concentrado de sumo de limão recentemente, e devo dizer que apesar dos 7% de sumo indicados na embalagem, e da cor amarela algo suspeita (uma limonada não deve ser amarela), estar a beber o dito, ou detergente de loiça, é a mesma coisa. Foi precisamente essa a ideia que tive quando provei o sumo, que estava a beber um cocktail de Fairy lava-loiça. Até a cor passava despercebida.

Senhores da Coca Cola, que distribui o produto em Portugal, tenham lá pena dos consumidores…

17 agosto 2010

Trabalhar em Agosto

Agosto é o mês em que a maior parte dos portugueses tira férias, seja por ser a única altura disponível, seja por gosto. É também o mês em que o trânsito citadino de Lisboa alivia para níveis em que a 2ª circular à hora de ponta tem o trânsito igual ao de madrugada. Para quem trabalha, e com excepção dos posts de meter inveja que se vão lendo dos amigos no Facebook, é um mês tipicamente calmo. Tipicamente.

Ao contrário de outros anos, este mês de Agosto está a ser um verdadeiro tormento em trabalho. Salve-se o trânsito que facilita a chegada a qualquer um dos lados, principalmente ao fim do dia, em que o que realmente apetece é deitar no sofá e relaxar. Um relaxamento merecido de quem acumula as tarefas normais com as dos colegas que estão de férias, sem querer por em causa as férias, já que também as merecem. Mas que é um Agosto anormal, isso é.

16 agosto 2010

Festas da Batalha 2010

No passado fim de semana decorreram as festas do Concelho da Batalha, celebrando os 625 anos da Batalha de Aljubarrota.

Após muitas alterações nos programas das festas ao longo dos anos, a parte que mais me interessa, e à maioria do público, são os concertos e espectáculos ao serão. Este ano, além da já tradicional gala internacional de Folclore, que decorre sempre no dia do Concelho, a 14 de Agosto, o espectáculo ficou a cargo do projecto Amália Hoje, no dia 13, e de Rui Veloso, no dia 15.

Foi a primeira vez que vi qualquer dos artistas ao vivo. Os Amália Hoje têm um espectáculo de grande interacção com o público, em que eles contam pedaços da história da Amália, com alguns pormenores do projecto à mistura. Para não dizer que os arranjos musicais das músicas tradicionalmente de fado ficam de facto fabulosos, principalmente os orquestrais. Mas também as vozes dos três cantores (o Nuno Gonçalves não canta) que sendo tão diferentes encaixam na perfeição umas nas outras. E a cumplicidade algo suspeita que se verifica entre a Sónia Tavares e o Fernando Ribeiro é algo que deixa antever desenvolvimentos dignos das revistas cor de rosa.

Quanto ao Rui Veloso, um verdadeiro senhor no panorama musical, parece uma verdadeira criança com uma guitarra na mão, tal a liberdade e alegria com que ele desenvolve os maravilhosos solos. 30 anos de carreira são mais que suficientes para encher as medidas de um público de várias gerações, desde os mais nostálgicos dos tempos do Chico Fininho, até aos mais novos dos projectos paralelos como os Cabeça no Ar.

Que para o ano haja mais concertos de igual ou superior qualidade.

08 agosto 2010

Síndroma do emigrante

Estava eu este fim de semana a procurar estacionamento numa praia, quando um senhor, alto e de cabelo ruivo, se aproxima do carro para se ir embora. Eu, desesperado por um lugar, aproximo-me dele e pergunto-lhe:

- Leaving?

Ele acena a dizer que sim, e depois balbucia umas palavras que acabo por não perceber. Logo em seguida, apercebo-me que o carro é português, o senhor é português, eu sou português, e que eu falei instintivamente em inglês para o senhor. Será que eu, inconscientemente, assumo que todas as pessoas que passeiam por este Portugal fora no mês de Agosto são estrangeiros ou emigrantes? Só espero que não saia daqui um potencial problema psicológico.

25 julho 2010

Islândia - Reykjavik

Este artigo também pode ser lido na sua forma completa em http://ondequeresfotografar.blogspot.com/.

O aproximar do fim-de-semana traz-nos de volta à estrada, onde podemos apreciar as paisagens verdes, os cavalos simpáticos e os campos de algodão selvagem a caminho de Reykjavik. IMG_3374

Algodão selvagem

A chegada ao destino é cedo, o que ainda permite ir visitar algumas das atracções da cidade, incluindo a cantora Björk (puffin Odete, parabéns), onde o puffin Miguel “paparazzo” a consegue afugentar com a sua câmera. O jantar é bastante agradável num restaurante típico, e a noite revela-se uma verdadeira surpresa, tal a animação que se vê nas ruas, mesmo sendo barrados à entrada de um dos bares. A noite não termina sem uma bela bifana portuguesa para afugentar a fome, numa roulotte de um casal português emigrante. IMG_3409

A igreja em Reykjavik

O último dia está reservado para o lazer, e nada melhor que uma visita à lagoa azul, um dos melhores spas do mundo, com as suas águas naturalmente quentes, e de um azul baço, cheio de poços de sílica. Uma máscara para esfoliar a pele, que alguns puffins não aguentaram muito tempo, e um belo refresco de Skyr, um alimento típico local e muito saboroso, semelhante a iogurte. IMG_3453

A lagoa azul

Depois do almoço rápido, a passagem pela capital para uma última visita turística, e umas compras de última hora, para garantir que ninguém se esquece de ninguém no regresso. IMG_3493

O barco viking em Reykjavik

Regresso esse que começa bem cedo na manhã de domingo, onde o céu se mantém azul na madrugada, e onde à falta de estrelas no céu devido à claridade, brilham os olhos dos puffins portugueses, cheios de sono e saudade, que participaram nesta magnífica aventura. This is Africa!