Para que os pensamentos não se percam no éter, e o fumo do pensamento não ande por aí espalhado.

26 setembro 2010

Lisboa, o encanto da cidade

Mudei-me de malas e bagagens para Lisboa com 18 anos, na altura da entrada na Universidade. Já lá vão uns bons anos. E tirando os tempos de mais ou menos estudo, em que se saía à noite para a habitual borga estudantil, raramente me dediquei ao turismo em Lisboa. Não por falta de tempo, apenas porque ao passar toda a semana em Lisboa, o que me apetecia era mesmo ir para outras paragens, aliviar do stress e da correria.

Hoje, passados muitos anos, já não consigo estar muito tempo longe deste stress e desta correria da cidade. E apesar de conhecer os locais turísticos da cidade, nunca os apreciei como devia, até recentemente, aproveitando a visita de familiares.

IMG_3750 Vista do miradouro de Santa Luzia sobre os bairros populares

Apanhando o eléctrico 12 na Praça da Figueira, ainda na sua forma antiga, em ferro, e sem janelas, sobe-se até aos bairros do castelo, onde no  miradouro de Santa Luzia se podem observar alguns dos bairros mais famosos da cidade, como a Graça e Alfama, e a vista sobre o rio. Descendo pelas ruas estreitas e inclinadas chega-se à Sé catedral de Lisboa, edifício do séc. XII imponente sobre o bairro. No seu interior, a nave da igreja e a beleza dos seus vitrais são visitas obrigatórias, pelo jogo de luzes que mostram.

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A Sé de Lisboa

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Vitral da Sé de Lisboa

Seguindo pelo bairro da Madalena, chega-se à zona do Terreiro do Paço. A Rua Augusta, outrora famosa pelas suas lojas de renome, agora é pródiga em cafés turísticos, e lojas de artigos mais acessíveis. E dado o calor que se faz sentir, nada como uma paragem para uma bebida refrescante, com vista para o magnífico arco e a arquitectura pombalina da zona envolvente.

IMG_3767 Rua Augusta e o arco

A Praça do Comércio, restaurada recentemente, desilude. A troca do chão em calçada portuguesa, que em tempos desenhava padrões interessantes no chão, pelo ladrilho de cimento, torna-o um local bem menos bonito, e muito menos acolhedor. A estátua de D. José I agora parece sozinha no meio da praça, rodeada de um vazio enorme. O cais das colunas, apresenta um cheiro nauseabundo, devido aos esgotos que ainda jorram para o rio Tejo naquela zona. E a quantidade de tainhas que se alimentam desses dejectos ilustram bem a imundice que aquelas águas apresentam. O Tejo e a cidade de Lisboa merecem melhor.

IMG_3771Cais das colunas, no terreiro do Paço

Subindo pela Rua do Ouro, chega-se ao elevador de Santa Justa. Um edifício do séc. XIX, já reparado mais recentemente, que permite uma vista fabulosa sobre a baixa da cidade, desde o Rossio até ao Terreiro do Paço, e o castelo ao fundo, como que a reinar sobre Lisboa.

IMG_3786Elevador de Santa Justa

 IMG_3791Vista sobre o Castelo de São Jorge

 IMG_3795 Vista sobre o Rossio

Passando pelo elevador, ao lado do convento do Carmo, chega-se ao Chiado, onde se pode parar para um café junto da estátua de Fernando Pessoa, ou mesmo um gelado magnífico no Santini, bem em frente dos novos armazéns do Chiado. Um passeio a pé pela zona circundante vale a pena, para apreciar a mistura da arquitectura pombalina com as modernas construções, já depois do incêndio do Chiado.

Para quem como eu mora em Lisboa, foi um redescobrir da cidade num passeio como turista, que me fez gostar mais de Lisboa, com uma perspectiva diferente do que estou habituado.

1 comentário:

  1. Penso que os pontos que referiste são obrigatórios numa visita a Lisboa, mas acho que há outros, que pela sua beleza devem ter uma atenção especial. Tão perto de ti, o Parque das Nações… Belém e os Jerónimos são obrigatórios também!!! O Tejo consegue dar magia a esses sítios, pela luz que conseguem ter. Para além dos que mencionaste, a Estação do Rossio, os Teatros Dona Maria e São Carlos vistos à noite, fazem Lisboa ser uma cidade romântica. IC

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