Para que os pensamentos não se percam no éter, e o fumo do pensamento não ande por aí espalhado.

05 outubro 2010

U2

Foi no passado dia 3 de Outubro, em Coimbra,  bem no centro do país, e onde as ruas têm nome, que assisti pela primeira vez a um concerto daquela que é considerada por muitos como a melhor banda do mundo. Foi também a minha primeira vez num concerto de estádio, e devo dizer, que concerto. Todas as altas expectativas que tinha foram superadas. Por serem os U2, famosos pelas suas inovações nos concertos, cheios de tecnologia, luz e outros efeitos, para além de músicas que são agradáveis, e muitos êxitos que se tornaram verdadeiros hinos.

O palco surpreende logo pela estrutura de garra, e mais chegado para o meio do campo, ao contrário do que estamos habituados nos concertos. Permite que haja público a toda a volta, e com uma passadeira a toda a volta do palco onde os U2, principalmente Bono, Edge e Adam, podem passear durante a actuação. Larry está mais fixo na bateria, sobre uma plataforma giratória que vai virando para vários lados. Excepção feita quando percorre toda a passadeira de jambé, tendo também o seu momento de aplauso.

Image(118) O palco em forma de garra, antes do concerto.

A primeira parte do espectáculo ficou a cargo dos nova-iorquinos Interpol, que provavelmente nunca pensaram actuar num recinto tão grande e num palco tão sofisticado. Boa música, estilo indie rock, para aquecer o público que aguardava ansiosamente pelos que se seguiriam.

Faltava um bom bocado para as 22h, quando ao som de Space Oddity de David Bowie, os U2 entram em palco para delírio do público presente. E nada como Beautiful Day para animar uma beautiful night que se viria a verificar, mesmo com ameaça de chuva.

Image(131)Ao longo das duas horas de um Magnificent concerto, debaixo de um palco iluminado ao som pop da melhor banda do mundo, e sem linha no horizonte que os guiasse, os U2 proporcionaram-me aquele que foi até hoje o concerto da minha vida. O novo álbum esteve em destaque, mas houve tempo para os incontornáveis clássicos, debaixo de um céu que não era vermelho mas alaranjado pelas luzes da cidade a reflectir nas nuvens. Um concerto que teve os seus momentos intimistas, com baladas inesquecíveis como Miss Sarajevo, ou o inigualável One, e momentos de puro êxtase ao som de Vertigo ou Get on your boots.

Image(127)Houve tempo para os habituais apelos às causas humanitárias, e até contou com a participação da amnistia internacional. O apelo à libertação de Aung San Suu Ky e à paz no médio Oriente estiveram presentes, numa faceta que lhes é bastante conhecida. Goste-se ou não que o façam, o que é certo é que Obama ganhou um prémio Nobel da Paz por fazer bastante menos. Há pelo menos que lhes dar o mérito de tentarem, mesmo que na prática sirva para atrair mais publicidade.

Os U2 mostraram que têm uma máquina de espectáculo muito bem oleada. Nada ficam a dever ao acaso, e Bono sabe melhor que ninguém como levar um público ao rubro. E nada melhor que terminar com um belo moment of surrender para a despedida, que ainda teve tempo para um singing in the rain vocal quando a chuva começou a cair.

Eu fiquei rendido, e definitivamente I will be with U(2) again.

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