Para que os pensamentos não se percam no éter, e o fumo do pensamento não ande por aí espalhado.

24 setembro 2013

O Milagre da Vida

E às 16 horas do dia 22 de Setembro de 2013, a vida mudou para sempre.

O Milagre da Vida aconteceu. Ver nascer o Luís Afonso foi o culminar de 8 meses (sim, é prematuro) de gestação, que acompanhei desde que ele media apenas 3 mm. A mãe, que tem a sua quota parte na criação, e toda a responsabilidade na gestação, foi quem o transportou e quem mais sofreu durante este tempo, e até durante o parto.

O momento da notícia de que estava na hora bate cá bem no coração, e toda a ansiedade, que eu já pensava que era enorme, toma outras proporções. Não sei bem o que pensei, mas sei que era bom. Que era um momento de alegria que estava para acontecer.

Acompanhar a mãe no momento de dar à luz, dando-lhe, acho que inutilmente, alguma força para conseguir passar todo o momento com o mínimo de esforço, passa a correr. Entre pensamentos de inutilidade e piadas mal feitas que só aumentam a irritação dela, não fossem as drogas maravilhosas que existem para estes casos, e acho que as hormonas me teria dado uma valente bofetada.

E ouvir o primeiro choro, como sinal que tudo estava, aparentemente, bem, traz uma sensação de alívio, a ansiedade desaparece, mas em seu lugar vem a emoção, a comoção, e uma felicidade que não existem em poema nenhum ainda devidamente descrito.

O acto de cortar o cordão umbilical, apesar de simbólico, dá aquela sensação de que também eu contribuí para o evento. Mas por mais que eu queira pensar assim, não tem qualquer comparação com a força que a mãe teve para o fazer.

São estas obras da Natureza que nos fazem acreditar que ela é realmente maravilhosa. Que a vida é bela, e que, sendo nós tão imperfeitos, conseguimos trazer ao mundo um ser que tem tanto de frágil como de perfeito. Que é também a nossa melhor obra, e por isso mesmo nos enche tanto de orgulho de o termos connosco, a completar as nossas vidas. Uma vida a três.

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