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19 março 2011

Cuenca

O nome da cidade Espanhola dá origem a muitos trocadilhos na língua portuguesa. Na realidade, situa-se a cerca de 160Km a Sudeste de Madrid, na região de Castilla-La Mancha, a mesma de onde era originário D. Quixote.

Aproveitando os feriados do Carnaval, e uma viagem Fotoadrenalina, chegámos à região até aí pouco conhecida, pelo menos por mim, pelo que fui totalmente à descoberta. A cidade é bastante grande, e a parte turística, a cidade velha, bem no cimo da colina e ladeada por um desfiladeiro e por dois rios (Cuervo e Júcar), é o que mais impressiona, pela seu charme e pela sua imponência sobre o vale.

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A cidade velha de Cuenca, situada no cimo do desfiladeiro

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Pormenor de uma rua da cidade velha, e da Catedral.

A maior atracção da cidade são as casas colgadas (suspensas), literalmente sobre o desfiladeiro. Sem as puder observar de dentro, a visão de fora já é surpreendente. A vista do miradouro sobre o desfiladeiro e as casas colgadas abstraem-nos do frio que se faz sentir nesta altura do ano.

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Vista do miradouro sobre as casas colgadas

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Vista sobre a estrada e o vale do Rio Júcar

Cuenca é também o nome da província, que além da cidade, oferece excelentes paisagens naturais, muitas delas propícias a saudáveis caminhadas bem acompanhados pela envolvente Natureza. A região é composta por rochas calcárias (carbonato de cálcio) que ao longo dos anos, com o desgaste da erosão e das águas das chuvas e dos rios, foram escavadas e apresentam nos dias de hoje autênticas obras de arte naturais.

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Paisagem calcária de Las Majadas.

É o caso da ciudad encantada, outro dos ex-libris da região. As rochas foram associadas pelos olhos populares a objectos ou situações de acordo com a sua forma, pelo que podemos encontrar uma luta entre um elefante e um crocodilo, dois amantes a beijarem-se, uma foca, ou o postal de entrada em forma de um cogumelo gigante.Cuenca 383

O cogumelo gigante da Ciudad Encantada.

As covas do lobo e as lagoas são outros pontos turísticos interessantes. As primeiras são enormes crateras na rocha, provocadas pela erosão, que impressionam pelo seu tamanho, como se de os vestígios de um meteorito se tratassem. As segundas, formadas com o mesmo princípio, mas no caso a erosão escavou até ao lençol freático, construindo assim um lago, tornando a paisagem mais agradável e brilhante. A Natureza é de facto um arquitecto fantástico.

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Uma Cova de Lobo

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A lagoa de la Gitana em Canãda del Hoyo.

A nascente do Rio Cuervo situa-se bem no cimo da serra, onde a caminho se pode observar a Ventana del Diablo, um miradouro natural sobre o rio, de uma imponente altitude e de uma paisagem natural de beleza invulgar. Pena que não chegássemos a tempo de a ver com luz, pelo que deixo a imagem à imaginação de cada um para que possam aguçar o seu apetite para uma visita.

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Vista do miradouro da Ventana del Diablo.

Passado o planalto de Cuenca, pode-se observar a terra bem tratada pelos agricultores, numa paisagem que se torna árida para a vista, mas útil para a sociedade.

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Paisagem de uma pradaria

E no caminho de regresso a Madrid, tempo para uma passagem em Mota del Cuervo, onde se pode observar a paisagem que D. Quixote tanto perseguia, atrás da sua Dulcinea.

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Os moinhos de Castilla-La Mancha, e a estátua de D. Quixote.

Nesta viagem houve ainda tempo para convívio e tertúlias, acompanhados per deliciosas refeições de carne e peixe. Ficam também na memória os bocadillos e montaditos típicos de Espanha, com os seus maravilhosos queijos e enchidos tradicionais que serviram de base de alimentação durante esta estadia.

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