Para que os pensamentos não se percam no éter, e o fumo do pensamento não ande por aí espalhado.

31 julho 2013

Liberdade, mas com limites…

Para os mais esquecidos, e isto já não é do meu tempo, mas houve uma altura em Portugal em que para dizer o que se pensava tinha de ser às escondidas, bem longe dos olhares mais observadores e inquisidores, ou então simplesmente não dizer nada, para não haver problemas de qualquer espécie. Depois veio o 25 de Abril e foi uma maravilha, liberdade, incluindo a de expressão, para todos.

Até aos dias de hoje.

Parece que voltámos aos tempos inquisidores de há 40 anos. Se na altura, como em qualquer altura, era necessário medir muito bem o que se dizia, para não ser preso ou ostracizado pela polícia política, hoje, tem de se ter igualmente o mesmo cuidado para não ser publicamente linchado.

Em todas as épocas, e de todas as pessoas, há as opiniões interessantes, as simplesmente estúpidas, passando pelas descabidas e até por aquelas que, no seu devido contexto, devem simplesmente ser desprezadas, já que dar-lhes mais que isso é torná-las mais importantes que aquilo que são.

Mas o povo, pelo menos algum, anda melindrado. Curiosamente, aqueles que mais apregoam os valores de Abril, são precisamente aqueles que mais depressa tomam o lugar da frente no pelotão de linchamento.

Será que sou só eu que noto aqui uma certa ironia com uma ligeira dose de intolerância à mistura?

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