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02 julho 2013

A culpa foi do Excel

Ao fim de 741 dias, e para agrado de muitos (mesmo assim muito menos que eu imaginava, dada a quantidade de opiniões que tenho lido) eis que Vítor Gaspar se demite.

Sempre pensei que ele estava no Governo para dar a cara pelas coisas “más”, enquanto que os restantes ministros trabalhavam sem qualquer perturbação por parte da opinião pública, dos sedentos de poder e de votos partidos da oposição, e dos sanguinários media. Mas parece que a sua paciência chegou ao fim, ainda antes da nossa. A minha, no lugar dele, já teria esgotado há muito muito tempo.

Um bom exemplo foi a TSU, que toda a gente criticou quando foi proposta, mas que passados uns meses já se tinham arrependido. Pelo meio uma fórmula do Excel mal feita no resgate da Troika (malvada Microsoft, a querer enganar-nos!) acabou por ser o bode expiatório e o motivo de gozo de todos.

Paulo Portas acaba também ele por ser promovido, pois passa a nº2 do Governo. Nunca engoliu muito bem o facto de ser apenas nº3, e passava todo o tempo a dar uma cravo outra na ferradura, com birra de menino mimado, servindo-se de Vítor Gaspar como saco de pancada. Em quem vai bater agora, já que, dizem as regras, que não se bate em senhoras?

No meio disto tudo, até pode haver quem fique contente com a saída de Vítor Gaspar, e admito que tem razões para isso, mas reduzir os problemas que o país tem ao ex-ministro das finanças, é tentar branquear todo um país que advoga direitos de conquista democrática, sem nunca se referir aos deveres necessários de cumprir para atingir esses direitos. Quem tenta alterar os direitos para endireitar este burgo, tem morrido sempre a caminho, seja de um desastre de avião ou de cansaço e desgaste, como foi o caso.

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