Para que os pensamentos não se percam no éter, e o fumo do pensamento não ande por aí espalhado.

23 abril 2011

Dia de abstinência

A minha educação católica, que tive desde pequeno, foi tendo na prática do dia a dia os seus altos e baixos. Nos meus tempos de grupo de jovens sempre me ensinaram a respeitar, mas a ter olhar crítico e a decidir pela minha cabeça.

Estamos na época da Quaresma, e tipicamente a sexta-feira santa é um dia importante. Sempre o foi também para mim. E desde pequeno que fui educado pela família a fazer abstinência. Não comer carne. Ora quando me tornei mais crítico destas coisas, comecei a questionar o porquê desta tradição.

É certo que gostava que alguém entendido no assunto me explicasse o porquê de não se comer carne. Na minha suposição de leigo, está relacionado com as regras criadas há mais de 2 mil anos, altura em que a sociedade comia carne em dias de festa. Era abstinência de luxos. Actualmente, levada à letra não faz sentido. Um kg de febras de porco é bem mais barato que um kg de qualquer peixe. E depois há os que comem marisco e lagosta, mas não estão a comer carne. Onde está a abstinência aí?

Este ano resolvi fazer abstinência. Não comi carne o dia todo, e além disso resolvi abster-me de comer doces, chocolates e gelados que tanto prazer me dão. São os meus pecados do dia a dia. Afinal, julgo ser isso a abstinência, deixar de fazer algo em sinal de sacrifício pessoal. E confesso que me senti muito bem hoje quando acordei, e pensei no que tinha feito, ou deixado de fazer.

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