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04 dezembro 2011

Tesourinhos

Na sequência das limpezas relatadas no post anterior, algumas raridades foram encontradas e mantidas. Podem não servir para grande coisa, mas um dia até as posso doar a um museu para exposição.

ZIP Drive

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Uma verdadeira relíquia dos tempos da faculdade. Na altura custou 30 contos (para os que não se lembram como se fazem as contas, são 150€) e foi uma necessidade para guardar os trabalhos da faculdade. Como os CDs eram apenas suportes de leitura, estas drives eram a opção existente. Os discos eram magnéticos, semelhantes a disquetes, mas com uma estonteante capacidade de 120 MB (sim, são mesmo Megabytes). A drive na figura liga-se por porta USB e ainda funciona, tal como os discos.

Discos ZIP

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O aspecto dos discos ZIP era semelhante a uma disquete. Vejam na imagem seguinte as semelhanças. O seu funcionamento também era semelhante, mas com muito maior capacidade. Na altura da faculdade, as pens usb e os discos externos eram raros e caríssimos, pelo que a ZIP era sempre a melhor opção para transportar os dados. Tinham ainda a vantagem de ser blindadas contra interferências magnéticas, ao contrário das disquetes, que corriam o risco de perder todos os dados quando se transportavam no metropolitano.

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Windows 3.0

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No meio das centenas de disquetes, aparecem também algumas raridades. Entre as quais os discos de instalação de um dos Windows mais famosos de sempre, o 3.0. Para a juventude que acha que o Windows sempre foi um sistema operativo, desenganem-se. Naquela altura, o Windows era apenas um programa de ambiente gráfico apelativo, com ferramentas muito interessantes, que corria sobre outro sistema operativo chamado MS-DOS (ou equivalente). E para o instalar eram necessárias 5 disquetes (cada disquete levava no máximo 1,44 MB).

No meio das disquetes outras raridades apareceram, como o Excel 4.0 e o Word 4.0, cada um deles em meia-dúzia de disquetes, que se instalavam sobre o Windows 3.0. Para não falar dos jogos de MS-DOS que eram altamente viciantes na altura, que cabiam numa disquete e ainda sobrava espaço.

Bug do ano 2000

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Quem não se lembra do advento apocalíptico para a informática que seria o ano 2000? As empresas gastaram fortunas a precaver-se contra um cataclisma que nunca aconteceu, devido à mudança da data de 99 para 00. Em 1999, a Microsoft lançou software gratuito para atualizar os seus pacotes de software principais (já estamos na época do  Windows 98/Me/NT/2000). Bastava ir ao site da Microsoft e preencher um formulário, que a própria enviava um CD todo bonito com o essencial para resolver o “problema” do ano 2000.

No meio de tanta tralha que se acumula ao longo do tempo, há sempre lugar a nostalgia com estes tesourinhos. Alguns estão agora guardados noutro local, para serem desenterrados daqui mais uns anos.

2 comentários:

  1. Gonça,
    Muito bem,grande "trabalheira", como dizem as gentes do sul. Mas muito pedagógico, para quem está apenas habituado a usar pn drives. Foi pena não ter ilustrado com uma diskete 3/8 (acho que era assim a designação). Eram aqueles diskos flexíveis, lembraste?
    Um abraço e continua a remexer o baú.
    Levas o meu "like"

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  2. Quando estava na faculdade também usava disquetes para alguns trabalhos. Ensinaram-me a embrulhá-las em papel alumínio para evitar as interferências do metropolitano. Não sei se ajudava, mas as minhas disquetes pareciam umas sandes todas embrulhadinhas!

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