Para que os pensamentos não se percam no éter, e o fumo do pensamento não ande por aí espalhado.

01 junho 2011

Aldeias remotas

Nas aldeias remotas não se passa nada. Mais ou menos. Aliás passa-se muita coisa. Este fim de semana que passou deu para observar que mesmo nas aldeias mais remotas há muita coisa a acontecer. Coisas essas bem diferentes de toda a azáfama diária das cidades  a que estamos habituados.

Uns miúdos a serem treinados a andar de mota pelo pai. O mais novo já estava farto, mas mesmo assim o pai insistia em que ele desse mais umas voltas, com este a gritar que a mota precisava de óleo.

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Um BMW branco sem matrícula a fazer rali pelas ruas apertadas de Sezelhe. Sem matrícula e sabe-se lá sem mais o quê. Travões, talvez.

O café da esquina que tem uma pequena mercearia com um stock limitado de todos os produtos essenciais. O espaço é pequeno e cheira a mercearia de comércio tradicional. Os produtos existem sempre em duas marcas distintas. E para as terras que não têm mercearia, é a própria loja que vai até à aldeia.

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A loja da rua principal de Tourém que vende tudo, literalmente. Desde pilhas alcalinas, a álcool etílico, e até sapatos da Timberland e da Hugo Boss, em vários números e em preço muito em conta. Numa aldeia que fez parte da rota do contrabando, será que os sapatos já fizeram a rota?

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As pessoas locais, idosas, sentadas no alpendre a conversar. A sua simpatia é notória quando lhes perguntamos algo e se nota que gostam de conversar e contar histórias das vidas passadas.

Os pastores de gado, vacas, ovelhas, cabras, cavalos. A orla do monte é definida pelas vacas, alimentadas a erva biológica e com espaço para crescer devidamente. Claro está que a carne assim só pode ser saborosa.

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Isto é apenas uma pequena amostra do que acontece nas aldeias remotas de Portugal. Para realmente sentir os ares, nada melhor que passar por lá, meter conversa, e apurar todos os sentidos.

2 comentários:

  1. Olá Gonçalo
    Adorei os teus coments e as fotos que ainda vieram aguçar mais a minha enorme vontade de ir até essas bandas,já lá vão muitos anos e estou mesmo desejosa.No entanto transmitiste a calma,a paz e quase o cheiro de tais paragens
    Um abraço
    Gabriela

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  2. Olá Gonçalo, um (já) velho amigo!Estranha essa nossa amizade, onde não nos vemos mas sinto um enorme aprêço por ti. Realmente, descreves o lugar de tal forma que, todos os 5 (quem sabe, MAIS!) sentidos se fazem presentes. Continue escrevendo...SEMPRE.
    Abraços de além mar,
    Chico.

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