Para que os pensamentos não se percam no éter, e o fumo do pensamento não ande por aí espalhado.

27 fevereiro 2011

E o Óscar vai para…

Chegou a tão aguardada noite, onde as famosas estatuetas banhadas a ouro são entregues aos melhores da 7ª arte, pela 83ª vez.

Apenas por uma vez fiquei acordado para ver a cerimónia em directo, já lá vão uns anos. Actualmente prefiro esperar pelo compacto que dá no dia seguinte, depois das novelas todas, mas ainda bem que para resolver esse problema alguém inventou o Meo.

Como não consegui ver todos os filmes que estão na lista dos nomeados, já que os dias só têm 24 horas, e eu tenho que dormir e trabalhar, aqui deixo as minhas apostas, tendo como base apenas os filmes que vi.

Melhor Filme – O Discurso do Rei

Melhor Realizador – David Fincher (A Rede Social)

Melhor Actor – Colin Firth (O Discurso do Rei)

Melhor Actriz – Natalie Portman (Cisne Negro)

Melhor Actor Secundário – Geoffrey Rush (O Discurso do Rei)

Melhor Actriz Secundária – Hailee Steinfeld (Indomável)

Melhor Argumento Original – A Origem

Melhor Argumento Adaptado – A Rede Social

Melhor Filme de Animação – Toy Story 3

Melhor Canção Original – We belong together (Toy Story 3)

Como podem ver pela minha votação, não há um filme que se destaque mais que os outros, até porque dos filmes que vi há vários que são realmente bons e qualquer um deles pode ganhar. Chamem-lhe justiça. E também pela lista que elaborei, podem ver que não incluo os Óscares mais técnicos, apesar de ter visto alguns dos filmes que figuram igualmente na lista.

Amanhã quando acordar e ligar a televisão nas notícias, saberei quem terão sido os vencedores. Veremos quem sorriu mais nessa altura.

127 horas

Este foi o tempo que Aron Ralston esteve preso, com um braço esmagado pelas rochas, numa zona inóspita num desfiladeiro no Utah. Amante da natureza e grande aventureiro, viu-se de repente incapacitado de sair do sítio que ele tão bem conhecia, e onde apenas os pássaros e as formigas passavam.

James Franco dá o corpo a esta personagem da vida real, numa interpretação fabulosa, que provavelmente não lhe dá o Óscar porque tem o azar de concorrer com Colin Firth no Discurso do Rei. O filme de Danny Boyle tem uma realização excelente, ao nível do que nos foi habituando em filmes como Trainspotting ou Quem quer Ser Bilionário?, transportando o espectador para dentro da acção do filme, que no caso se passa quase sempre no mesmo local.

As 127 horas (e mais algumas) que o filme retrata passam muito rápido nas quase duas horas de filme. Tem cenas que podem causar algum mal estar a pessoas fracas de estômago, mas retrata de uma forma dura e justa as mais angustiantes horas da vida de Aron Ralston. O mesmo aparece por breves instantes no filme, sorrindo ao espectador.

O Discurso do Rei

Um realizador jovem, uma história verídica e relativamente recente, um ambiente clássico e interpretações soberbas são os ingredientes principais que fazem deste filme o mais sério candidato ao Óscar, depois de ter arrebatado praticamente todos os outros prémios.

Colin Firth tem o Óscar num bolso, depois da fantástica interpretação do Rei Jorge VI de Inglaterra e das suas dificuldades em lidar com a gaguez, num época conturbada enegrecida pelo evento da Segunda Guerra Mundial.

O filme vê-se muito bem, apesar de nalgumas cenas lhe faltar um pouco mais de acção, mas está recheado de piadas, quase todas à custa da personagem interpretada por Geoffrey Rush, o excêntrico terapeuta da fala Lionel Logue.

Resumindo, o filme tem todos os ingredientes clássicos que a Academia de Hollywood gosta num filme, e talvez por isso seja o mais sério candidato. No entanto, veremos se o lobby judeu e americano são suficientemente convencidos com uma história que não lhes diz muito, num filme todo ele Inglês.

Independentemente do resultado que possa obter nos Óscares, seja como o grande vencedor ou o grande perdedor, se não ganhar pelos menos uns quantos dos 12 a que está nomeado, o filme vale mesmo a pena ser visto.

23 fevereiro 2011

Indomável

Os irmãos Cohen fazem sempre filmes que conseguem surpreender, nem sempre pela positiva. Mas geralmente os que são candidatos ao Óscar, costumam ganhar qualquer coisa, tomando como exemplo o Fargo e o Este país não é para velhos.

O filme deste ano, e o segundo com mais nomeações, nada menos que 10, é o Indomável. Indomável é o feitio da protagonista, uma moça de 14 anos que quer vingar a morte do pai. Obstinada, letrada, inteligente, poliglota, manipuladora, uma série de características que se mostram ao longo do filme. Ao mesmo tempo que a inocência, a rebeldia, a imaginação, características de quem tem 14 anos se misturam na personagem.

O filme é um western, tipicamente americano, e por causa disto dizem que será talvez o mais forte candidato a ganhar o Óscar. Vê-se muito bem, tem algumas cenas que podiam ter mais acção, mas vale sobretudo pelos 20 minutos finais, de incerteza e curiosidade que se gera no espectador.

Jeff Bridges pode repetir o Óscar de melhor actor este ano mas na minha opinião, julgo que não será ele o vencedor. Mas quem sobressai é mesmo Hailee Steinfeld, que interpreta o papel considerado secundário de Mattie. Esta sim é uma interpretação que merece Óscar, estando categorizada como secundária. Porque o filme, é todo feito por ela.

21 fevereiro 2011

Road to Oscar 2011

Apercebi-me no último fim de semana que dos 10 filmes candidatos ao Óscar principal na próxima edição, apenas vi 3, o que se trata de facto de uma grande falha.

Como tal, tenho como objectivo ver mais uns quantos até que chegue a cerimónia. Sei que não vai ser nada fácil, pois tenho de me revezar com o trabalho e com as outras actividades desportivas e de lazer. E por esta mesma razão não me proponho a ver todos os que faltam, pois não iria ter tempo para dormir.

Espero no mínimo fazer um ranking com as minhas preferências, que nada terão a ver com os possíveis resultados dos vencedores. Afinal, não faço parte do lobby judeu que avalia e decide quem vence, mas sobre isso daria para outro post.

Guerra de publicidades

Já repararam na guerra de publicidades entre o Continente e o Pingo Doce? Na altura do Natal, enquanto todas as grandes superfícies gastavam imenso dinheiro em publicidade aos brinquedos e produtos natalícios, o Pingo Doce esteve caladinho. Quando chegou a Janeiro, enquanto todos os outros ficaram caladinhos, ainda a recuperar do investimento, o Pingo Doce arrancou em força, com uma nova música, na minha opinião menos irritante que a anterior, mas que fica igualmente no ouvido.

A publicidade continua a evocar os princípios do Pingo Doce, em que não há cartões, talões, promoções, ou outras complicações. E como tal, o Continente não se ficou atrás, e lançou uma publicidade que se refere claramente a este lema do Pingo Doce, com uma senhora a dizer bem no final que “não vai em cantigas”.

Por mim, divirto-me a ver as publicidades. Gosto mais da do Pingo Doce porque até aparecem umas miúdas giras. E desde que haja uma verdadeira guerra de preços, e não apenas de publicidade, quem ganha somos todos nós consumidores.

15 fevereiro 2011

O Cisne Negro

Quem estiver à espera que o filme “O Cisne Negro” seja apenas sobre o Lago dos Cisnes, pode desde já desenganar-se. Ele é muito mais que isso, é um thriller psicológico muito forte que se baseia numa companhia de bailado de Nova Iorque em vésperas de apresentar uma versão moderna da velha obra de Tchaikovsky.

O filme é intenso, a história é simples, dá para apanhar alguns saltos na cadeira, tem cenas muito fortes, e conta sobretudo com uma interpretação soberba de Natalie Portman, a provar porque razão merece o Óscar da Academia na próxima edição.

Os filmes de Darren Aronofsky têm sempre algo de estranho, e este não foge à regra. É sem dúvida um dos grandes filmes do ano, mas na minha opinião, dos que eu vi dos que são candidatos ao Óscar principal, este não seria o eleito.

03 fevereiro 2011

Preciso de um livro

Um livro que não seja técnico para me distrair de toda a documentação técnica que tenho que ler nestes dias. Não faço ideia o que anda aí na berra que possa cativar a atenção da leitura, por isso, se souberem de alguma coisa, digam, ou mesmo livros que tenham lido nos últimos tempos e que tenham achado interessantes.

Preciso também de ler um livro em Inglês. Para voltar a falar inglês como deve de ser, depois de incontáveis reuniões diárias com chineses, em que a língua falada é algo entre chinês e inglês, com predominância para a primeira. Até já dei por mim a inventar palavras que não existem, e o pior de tudo, é que os chineses perceberam! Por isso, também se aceitam sugestões de livros de autores estrangeiros não traduzidos.

Fico à espera de sugestões. Desde já, um muito obrigado.

01 fevereiro 2011

Cozinhar sem fogão – parte 2

Durante cerca de 15 dias andei a comer sem poder cozinhar no fogão, já que o mesmo estava partido. As refeições baseavam-se em comidas de forno, de micro-ondas, em sandes e cereais. Como não tenho Bimby, como alguns amigos sugeriram, apenas senti falta de um arroz ou de uma massa cozinhada em casa. Sei que também é possível de se fazer no micro-ondas, mas não queria estar a explodir com a cena.

Bom, depois de um telefonema à senhoria, uma das vantagens de estar numa casa alugada, ela lá comprou um fogão novo, já que o arranjo do velho ficava mais caro, por incrível que possa parecer. A instalação ficou também por conta dela, bastando da minha parte estar disponível para abrir a porta aos senhores que o vieram montar.

E após uma hora, eis que a cozinha está toda suja, mas pelo menos voltei a ter fogão. Pelo menos durante algumas horas, pois eis que me preparo para fazer o jantar e me cheira a gás na cozinha. Pensei logo que os homens rebentaram com alguma coisa entre a torneira do gás e o tubo de cobre que liga ao fogão. Resultado: mais uns dias sem cozinhar, até resolver o problema.

E resolvi. Desta vez pus eu as mãos à obra. Se queres alguma coisa bem feita, faz tu, lá diz o ditado. Desmontei o móvel da cozinha, e com a super técnica da água com sabão detectei a fuga, que vinha da rosca onde o tubo encaixa na parede. Após alguns apertos e substituições de borrachas, eis que o trabalho ficou pronto. E hoje, finalmente, já pude cozinhar no fogão novo, e fazer, adivinhem lá, arroz!