Para que os pensamentos não se percam no éter, e o fumo do pensamento não ande por aí espalhado.

28 janeiro 2013

Trabalho e tempo livre

A Lei de Murphy funciona sempre. Em qualquer situação, sem excepções. Incluindo no mundo do trabalho. Podemos andar meses à procura de emprego, mas quando estamos bem, é que chovem propostas e telefonemas. Raios, até parece que as empresas combinam todas para fazer isto ao mesmo tempo.

Ora, paralelamente às propostas de emprego, de vez em quando pedem-me a colaboração para pequenas tarefas, a que costumamos chamar biscates. São coisas que conhecidos me pedem ajuda para fazer, porque me conhecem e sabem as minhas capacidades. E alguns destes biscates até são bem remunerados, mas…

O problema é o tempo. Como não é ético ou justo da minha parte ocupar o meu tempo profissional com estas tarefas, até porque mesmo que quisesse não o conseguiria fazer, sobra-me o tempo livre. E surge sempre a velha questão do peso do tempo livre sobre o trabalho. Eu sou um apoiante vigoroso do primeiro.

Porque não me interessa ganhar muito dinheiro, mesmo a fazer o que gosto, se depois não tenho tempo para o gastar. Por outras palavras, gosto de usufruir do meu tempo livre a fazer outras coisas que não estejam directamente relacionadas com trabalho. Estar com a família, que durante a semana é quase impossível, é uma delas, e é a actividade à qual dou sempre a máxima prioridade. Tudo o resto é que tem de encaixar no tempo que sobra.

18 janeiro 2013

Tubo das onomatopeias

Na tentativa de descobrir a razão do meu ombro esquerdo não estar nas melhores condições, pela primeira vez na minha vida, fui fazer uma ressonância magnética.

Isto é daquelas coisas que estamos habituados a ver nos filmes e nas séries de médicos em que o paciente entra deitado num tubo, e de repente começa o tubo a atrair tudo o que é metal à sua volta. Bom, isto na vida real é menos dramático, mas não deixa de ser interessante.

A preparação envolve preencher um inquérito para informar se temos alguma peça de metal metida no corpo (fiquei sem saber se o aparelho dos dentes era importante), despir quase por completo, ficando apenas em roupa interior e retirar tudo o que seja acessórios. Visto uma bata descartável azul, e pelo menos deixam-me ficar com a aliança, já que dizem que o ouro não é magnético, logo não envolve o risco de ficar com o dedo preso à máquina.

Antes de entrar para a máquina ouço uma explicação breve, essencialmente para não me mexer durante o exame, enquanto me colocam uns aparelhos para melhor captarem as imagens da área do ombro. Ah, e ainda me dão uns tampões para os ouvidos.

E lá dentro do tubo, para onde sou arrastado como se estivesse numa passadeira das caixas do continente, começa todo um mundo novo de sonoridades. Ele é o som de martelos pneumáticos, betoneiras, marteladas, naves espaciais a disparar lasers, sabres de luz da Guerra das Estrelas, gritos de seres alienígenas…

Não sei quanto tempo estive dentro do tubo, mas depois de sair, o mundo pareceu deveras silencioso. Agora é esperar pelo resultado dos exames.

02 janeiro 2013

E chegámos a 2013

O 13 sempre foi associado ao azar. Eu prefiro olhar para este número como sinónimo de mudança. E tomando como exemplo os anos anteriores, e o passado mais recente, só posso estar receptivo a novas mudanças, e encará-las com muita confiança.

Vai se o ano da crise. Vai ser o ano da desgraça. Vai ser o ano disto, o ano daquilo (isto e aquilo são sempre coisas más). Profetas da desgraça e velhos do Restelo há aos pontapés, por mais que os anos passem.

Não estou com isto a dizer que o ano vai ser fácil. Não o será para ninguém, mas são sinais dos tempos. A fraude do fim do mundo de 2012 apenas trouxe o incentivo à mudança que todos devemos acompanhar.

Por isso, mais uma vez no Porto, ao som das badaladas da meia noite, com o champanhe à mistura, e o fogo de artifício nos Aliados, nada como 12 doces M&M’s para desejar um doce e colorido ano de 2013.