Para que os pensamentos não se percam no éter, e o fumo do pensamento não ande por aí espalhado.

18 janeiro 2013

Tubo das onomatopeias

Na tentativa de descobrir a razão do meu ombro esquerdo não estar nas melhores condições, pela primeira vez na minha vida, fui fazer uma ressonância magnética.

Isto é daquelas coisas que estamos habituados a ver nos filmes e nas séries de médicos em que o paciente entra deitado num tubo, e de repente começa o tubo a atrair tudo o que é metal à sua volta. Bom, isto na vida real é menos dramático, mas não deixa de ser interessante.

A preparação envolve preencher um inquérito para informar se temos alguma peça de metal metida no corpo (fiquei sem saber se o aparelho dos dentes era importante), despir quase por completo, ficando apenas em roupa interior e retirar tudo o que seja acessórios. Visto uma bata descartável azul, e pelo menos deixam-me ficar com a aliança, já que dizem que o ouro não é magnético, logo não envolve o risco de ficar com o dedo preso à máquina.

Antes de entrar para a máquina ouço uma explicação breve, essencialmente para não me mexer durante o exame, enquanto me colocam uns aparelhos para melhor captarem as imagens da área do ombro. Ah, e ainda me dão uns tampões para os ouvidos.

E lá dentro do tubo, para onde sou arrastado como se estivesse numa passadeira das caixas do continente, começa todo um mundo novo de sonoridades. Ele é o som de martelos pneumáticos, betoneiras, marteladas, naves espaciais a disparar lasers, sabres de luz da Guerra das Estrelas, gritos de seres alienígenas…

Não sei quanto tempo estive dentro do tubo, mas depois de sair, o mundo pareceu deveras silencioso. Agora é esperar pelo resultado dos exames.

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